O noturno do tempo em Cicatrices de Juan José Saer
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.25.1.113-128Palavras-chave:
tempo, experiência, perspectiva, jogo, representaçãoResumo
Juan José Saer projeta uma nova perspectiva narrativa a partir da publicação de Cicatrices (1969), em que o essencial é o trabalho meticuloso com a estrutura do romance. Esse debate se consolida no distanciamento da perspectiva, na propagação de uma relação mais objetiva com o mundo. Em Cicatrices pensa-se em prioridade as estruturas do tempo: as personagens debatem-se contra a sucessão temporal e, dessa forma, lançam-se à margem da própria vivência. O tempo atordoa os sentidos impossibilitando que a personagem tenha uma experiência completa o caminho de saída se torna uma relação diferenciada com o mundo. O romance apresenta, assim, quatro vozes que de maneira distinta rivalizam com a diacronia do tempo: o primeiro narrador lança mão da representação, o segundo do jogo, o terceiro da tradução e o último discute a liberdade do homem ou a possibilidade de vencer o destino. Essas ações das personagens são gesticuladas mediante um confronto direto com o tempo e, dessa forma, acentua o seu lugar de eversor da própria experiência.
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