Hipersensibilidade Dentinária e Satisfação com a Saúde mediada pela presença de impacto físico e psicossocial das condições bucais
uma análise de caminhos
DOI:
https://doi.org/10.35699/2178-1990.2023.44815Palavras-chave:
Sensibilidade da dentina, Qualidade de vida, Epidemiologia, Saúde bucal, Medidas de resultados relatados pelo pacienteResumo
Objetivo: Objetivou-se investigar associação direta e mediada pela presença de impacto físico e psicossocial das condições bucais entre HD e satisfação com a saúde entre adultos.
Métodos: Estudo transversal foi realizado entre 2018-2019 com amostra probabilística por conglomerado de adultos residentes em Rio Acima (MG). Entrevista e exame bucal foram realizados por examinadoras calibradas. Satisfação com a saúde foi avaliada por meio da pergunta do WHOQoL-bref “Quão satisfeito (a) você está com a sua saúde?” e suas respostas categorizadas entre “satisfeito” e “insatisfeito”. HD foi avaliada por estímulo tátil na região cervical dos dentes. Presença de impactos físicos e psicossociais das condições bucais foi definida pelas respostas “repetidamente” ou “sempre” a pelo menos um dos itens do OHIP-14. Covariáveis foram dados sociodemográficos e econômicos, comportamentos em saúde, condições de saúde bucal e uso de serviços odontológicos. Associações foram investigadas por modelos de Regressão de Poisson e Modelagem de Equações Estruturais (MEE) para estimar associações diretas e indiretas (Stata 16).
Resultados: Dos 197 adultos, 132 (66,18%) declararam estar satisfeitos com sua saúde e 73 indivíduos (38,75%) apresentavam HD. Houve associação significativa entre presença de HD e presença de impacto físico e psicossocial das condições bucais (RP: 1.34; IC 95%: 1.08–1.67), enquanto para satisfação a associação com HD não foi significativa (RP: 1.08; IC 95%: 0.75-1.54) após a inclusão da variável presença de impacto físico e psicossocial das condições bucais. MEE demonstrou associação direta não significativa entre HD e satisfação, enquanto a associação indireta mediada pela presença de impacto físico e psicossocial das condições bucais foi significativa.
Conclusão: Indivíduos com HD podem relatar maior insatisfação com a vida quando esta experiência dolorosa está associada com impactos físicos ou psicossociais.
Referências
Splieth CH, Tachou A. Epidemiology of dentin hypersensitivity. Clinical Oral Investig 2013;17(Suppl 1):S3-8.
Blaizot A, Offner D, Trohel G, Bertaud V, Bou C, Catteau C et al. Prevalence of sensitive teeth and associated factors: a multicentre, cross-sectional questionnaire survey in France. BMC Oral Health 2020;20(1):234.
Favaro Zeola L, Soares PV, Cunha-Cruz J. Prevalence of dentin hypersensitivity: Systematic review and meta-analysis. J Dent 2019;81:1-6.
Fischer C, Fischer RG, Wennberg A. Prevalence and distribution of cervical dentine hypersensitivity in a population in Rio de Janeiro. J Dent 1992;20(5):272-6.
Costa RSA, Rios FS, Moura MS, Jardim JJ, Maltz M, Haas AN. Prevalence and risk indicators of dentin hypersensitivity in adult and elderly populations from Porto Alegre, Brazil. J Periodontol 2014;85(9):1247-58.
Scaramucci T, Anfe TEA, Ferreira SS, Frias AC, Sobral MA. Investigation of the prevalence, clinical features, and risk factors of dentin hypersensitivity in adult and elderly population from Porto Alegre, Brazil. Clin Oral Investig 2014;18(2):651-7.
Alcântara PM, Barroso NFF, Botelho AM, Douglas-de-Oliveira DW, Gonçalves PF, Flecha OD. Associated factors to cervical dentin hypersensitivity in adults: a transversal study. BMC Oral Health 2018;18(1):155.
Silva MS, Lima ANAN, Pereira MMA, Mendes RF, Prado Júnior RR. Prevalence and predictive factors of dentin hypersensitivity in Brazilian adolescents. J Clin Periodontol 2019;46(4):448-56.
Soares ARS, Chalub LLFH, Barbosa RS, Campos DEP, Moreira AN, Ferreira RC. Prevalence and severity of non-carious cervical lesions and dentin hypersensitivity: association with oral-health related quality of life among Brazilian adults. Heliyon 2021;7(3):e06492.
Porritt JM, Sufi F, Barlow A, Baker SR. The role of illness beliefs and coping in the adjustment to dentine hypersensitivity. J Clin Periodontol 2014;41(1):60-9.
Wagner TP, Costa RSA, Rios FS, Moura MS, Maltz M, Jardim JJ et al. Gingival recession and oral health-related quality of life: a population-based cross-sectional study in Brazil. Community Dent Oral Epidemiol 2016;44(4):390-9.
Kingsley C, Sanjiv P. Patient-reported outcome measures and patient-reported experience measures. BJA Education 2017;17(4):137-44.
Idon PI, Sotunde OA, Ogundare TO. Beyond the relief of pain: dentin hypersensitivity and oral health-related quality of life. Front Dent 2019;16(5):325-34.
Singh B, Pandey NM, Mehrotra B, Srivastava A, Chowdhury AK, Tiwari SC. Development of Comprehensive Satisfaction Index (ComSI) and its association with WHOQOL-BREF. Indian J Psychol Med 2019;41(6):562-8.
Carvalho LRA, Sampaio AA, Campos FL, Rhodes GAC, Chalub LLFH, Ferreira RC. Temporomandibular disorder and oral health-related quality of life in brazilian adults: a population-based survey. J Glob Health Sci 2021;13(4):95-105.
Barroso NFF, Alcântara PM, Botelho AM, Douglas-de-Oliveira DW, Gonçalves PF, Flecha OD. Prevalence of self-reported versus diagnosed dentinal hypersensitivity: a cross-sectional study and ROC curve analysis. Acta Odontol Scand 2019;77(3):219-23.
Gabardo MCL, Moysés SJ, Moysés ST, Olandoski M, Olinto MTA, Pattussi MP. Social, economic, and behavioral variables associated with oral health-related quality of life among Brazilian adults. Cien Saude Colet 2015;20(5):1531-40.
Pinto RS, Vettore MV, Abreu MHGN, Palmier AC, Moura RNV, Roncalli AG. Reliability analysis using the in-lux examination method for dental indices in adolescents for use in epidemiological studies. Community Dent Oral Epidemiol 2022;1-7.
Fleck MPA, Louzada S, Xavier M, Chachamovich E, Vieira G, Santos L et al. Aplicação da versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida “WHOQOL-bref”. Rev Saude Publica 2000;34(2):178-83.
The World Health Organization Quality of Life Assessment (WHOQOL): position paper from the World Health Organization. Soc Sci Med 1995;41(10):1403-9.
Oliveira BH, Nadanovsky P. Psychometric properties of the Brazilian version of the Oral Health Impact Profile-short form. Community Dent Oral Epidemiol 2005;33(4):307-14.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. SB Brasil 2010: Pesquisa Nacional de Saúde Bucal: resultados principais. Brasília: Ministério da Saúde; 2011.
Steffens JP, Marcantonio RAC. Classificação das Doenças e Condições Periodontais e Peri-implantares 2018: guia prático e pontos-chave. Rev Odontol UNESP 2018;47(4):189-97.
Glick M, Williams DM, Kleinman DV, Vujicic M, Watt RG, Weyant RJ. A new definition for oral health developed by the FDI World Dental
Federation opens the door to a universal definition of oral health. J Am Dent Assoc 2016;147(12):915-7.
Beauducel A, Herzberg PY. On the performance of maximum likelihood versus means and variance adjusted weighted least squares estimation in CFA. Struct Equ Modeling 2006;13(2):186-203.
Coelho MQ, Cordeiro JM, Vargas AMD, Martins AMEBL, Santa Rosa TTA, Senna MIB et al. Functional and psychosocial impact of oral disorders and quality of life of people living with HIV/AIDS. Qual Life Res 2015;24(2):503-11.
Sagtani RA, Thapa S, Sagtani A. Smoking, general and oral health related quality of life: a comparative study from Nepal. Health Qual Life Outcomes 2020;18(1):257.
Kuo HC, Wang RH, Wang JC, Yang YH. Assessing a conceptual model with both oral health and health related quality of life in community-dwelling elders. Arch Gerontol Geriatr 2018;79:27-31.
