Inseminação artificial a tempo fixo como instrumento de melhoria genética em rebanhos leiteiros

Autores

  • Rosana Dias Campos Graduação em Zootecnia pela Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES) e Medicina Veterinária (FUNORTE). Atualmente cursando mestrado em Produção Animal pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). https://orcid.org/0000-0001-7794-9212
  • José Reinaldo Mendes Ruas Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES)
  • Bruno Campos de Carvalho Pesquisador da Embrapa Gado de Leite
  • Maria de Fátima Ávila Pires Pesquisadora da Embrapa Gado de Leite
  • Carolina Magalhães Caires Carvalho Universidade Federal de Minas Gerais
  • Otaviano Souza Pires Neto Docente da UFMG, Instituto de Ciências Agrárias (ICA) - UFMG - Campus Regional de Montes Claros e das Faculdades Integradas do Norte de Minas

Palavras-chave:

anestro. IATF. agricultura familiar. F1 (Holandês x Zebu)

Resumo

Objetivou-se por meio deste experimento avaliar os resultados de protocolos de indução e sincronização do estro, em propriedades classificadas como de agricultura familiar e em propriedades com limitações para realizar a prática de inseminação artificial de forma rotineira. O trabalho envolveu a coleta de dados referente a protocolos de indução e sincronização de estro com inseminação artificial em tempo fixo em regiões distintas do estado de Minas Gerais, configurando três ensaios. Foram utilizadas vacas mestiças leiteiras com objetivo de produzir animais melhorados para a reposição do próprio rebanho e vacas zebuínas para produzir animais meio sangue holandês x zebu destinados ao setor leiteiro. No primeiro ensaio foram utilizadas 14 vacas mestiças leiteiras paridas e em anestro, no segundo ensaio, foram utilizadas 54 vacas mestiças leiteiras, todas em lactação, e no terceiro ensaio 121 vacas zebuínas paridas, criadas em regime de pasto. Os animais passaram por ultrassonografia por via transretal para avaliação do seu status reprodutivo. Já no terceiro ensaio foram avaliados taxa de diâmetro do maior folículo ovariano, presença ou ausência de corpo lúteo e escore de condição corporal na escala de 1 a 5. Em todos os ensaios, foi calculada a taxa de gestação considerando o número de animais inseminados ou cobertos durante o período de estudo, multiplicado por 100. No primeiro e segundo ensaio que não se permitia análise estatística foi feita uma análise descritiva. Já no terceiro ensaio, os dados foram tabulados e submetidos à análise não paramétrica – Teste exato de Fischer ou Qui-quadrado. A opção de qual teste a ser utilizado foi em função do tamanho da amostra. A taxa de prenhez do primeiro ensaio foi de 28,57%, resultado esse baixo, porém possibilitou a inseminação com touros comprovadamente superiores, além de proporcionar o retorno da atividade ovariana em outros animais, que resultou em mais prenhez, totalizando uma fertilidade de 57,14 %. No segundo ensaio os resultados foram satisfatórios, 51,85% de taxa de prenhez, uma vez que a maioria dos animais estavam acíclicos. No terceiro ensaio a taxa de gestação foi em 57,02%. Conclui-se que o uso da IATF em agricultura familiar e em propriedades com limitação para realizar a técnica de forma rotineira consiste numa alternativa para a melhoria genética do rebanho. O uso da hormonioterapia em animais em anestro foi fundamental para o retorno da atividade ovarina luteal cíclica dos animais.

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Biografia do Autor

Rosana Dias Campos, Graduação em Zootecnia pela Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES) e Medicina Veterinária (FUNORTE). Atualmente cursando mestrado em Produção Animal pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Graduação em Zootecnia pela Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES) e Medicina Veterinária (FUNORTE). Atualmente cursando mestrado em Produção Animal pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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Publicado

2018-12-29

Como Citar

Campos, R. D., Ruas, J. R. M., Carvalho, B. C. de, Pires, M. de F. Ávila, Carvalho, C. M. C., & Pires Neto, O. S. (2018). Inseminação artificial a tempo fixo como instrumento de melhoria genética em rebanhos leiteiros. Caderno De Ciências Agrárias, 10(3), 52–59. Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/ccaufmg/article/view/3047

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS
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