Poéticas
Em torno a uma crise clássica
Autores
- Rafael Guimarães Tavares da Silva (org.) Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
- Paulo Henriques Britto
- Mônica de Aquino
- Marcos Siscar
- Leonardo Fróes
- Laura Cohen
- Júlio Castañon Guimarães
- Júlia de Carvalho Hansen
- Guilherme Flores Gontijo
- Dirceu Villa
- Daniel Arelli
- Carlos Ávila
- Bruna Kalil Othero
- Ana Martins Marques
- Age de Carvalho
- Thais Guimarães
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.25.2.9-118Resumo
Na trilha aberta pela chamada para o número atual da revista Em Tese, convidamos uma série de poetas brasileiros contemporâneos a refletir – poeticamente – sobre a pretensa situação de crise que as últimas décadas teriam testemunhado no campo da literatura e da cultura de modo geral. Estudiosos e literatos dos mais diversos posicionamentos políticos têm adotado um tom apocalíptico para se referir àquilo que compreendem como um dos períodos de mais profundo mal-estar para quem se dedica aos estudos literários em toda a história dessa disciplina moderna, embora não exista consenso sobre os prognósticos e diagnósticos desse mal-estar.Downloads
Biografia do Autor
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Rafael Guimarães Tavares da Silva (org.), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)Estudos literários, tradução e filosofia, a partir do estudo do Grego Antigo e de línguas contemporâneas.
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Paulo Henriques Britto
nasceu no Rio de Janeiro em 1951. É tradutor e professor de tradução, literatura e criação literária da PUC-Rio, atuando na graduação e na pós-graduação. Publicou sete livros de poesia — Liturgia da matéria (1982), Mínima lírica (1989), Trovar claro (1997), Macau (2003), Tarde (2007), Formas do nada (2012) e Nenhum mistério (2018) — e um de contos, Paraísos artificiais (2004); estudos monográficos sobre as canções de Sérgio Sampaio (2009) e a poesia de Claudia Roquette-Pinto (2010); e o ensaio A tradução literária (2012). Traduziu mais de 110 livros, em sua maioria de ficção, mas também obras de poetas como Byron, Wallace Stevens e Elizabeth Bishop. Os poemas publicados no presente dossiê da Em Tese são: “Memento” de Mínima lírica (1989); “De vulgari eloquentia”, de Macau (2003); o poema inicial “Op. Cit., pp. 164-65”, de Tarde (2007); “Pós”, de Formas do nada (2012); e “Spleen 2 ½” de Nenhum mistério (2018).
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Mônica de Aquino
nasceu em Belo Horizonte. Publicou Sístole em 2005 pela editora Bem-Te-vi. Seu segundo livro de poemas, Fundo falso (Relicário Edições, 2018), em versão reduzida, venceu o Prêmio Cidade de Belo Horizonte de 2013. No segundo semestre deste ano lança também pela Relicário o livro de poemas Continuar a nascer. Publicou cinco livros infantis, todos pela editora Miguilim: Fio da memória, Muitos jeitos de contar uma história, Gato Escaldado, Cabra Cega e Um coelho de cartola. Participou de antologias como Roteiro da poesia brasileira: Anos 2000 (ed. Global) e A extração dos dias (Escamandro). Prepara, atualmente, seu quarto volume de poemas, série de textos em que dialoga com o trabalho de
outros poetas e artistas plásticos. -
Marcos Siscar
tem graduação, mestrado, doutorado e três pós-doutorados na área de Letras, sendo livre-docente em Teoria da Literatura pela Unesp – São José do Rio Preto (2005) e professor de Teoria Literária da Unicamp. Foi editor da Revista de Letras (Unesp) e da revista Inimigo Rumor. Fez parte do conselho editorial da coleção Às de Colete (Cosac Naify / 7Letras). É atualmente um dos editores da revista Remate de Males (Unicamp). Vários de seus livros foram finalistas em prêmios nacionais de poesia e crítica literária. Como poeta, foi escritor residente em La Rochelle, França, em 2005. Como pesquisador, recebeu o Prêmio de Reconhecimento Acadêmico “Zeferino Vaz”, da Unicamp, em 2016. Tem formação em temas relacionados à literatura e à filosofia, com ênfase em Teoria Literária, atuando principalmente em questões de teoria, crítica e história da poesia francesa e brasileira.
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Leonardo Fróes
é autor de 15 livros, entre os quais Trilha, poemas 1968-2015 (Azougue, 2015), Sibilitz (3ª ed., Chão da Feira, 2015), Chinês com sono (Rocco, 2005), Contos orientais (Rocco, 2003), Vertigens, obra reunida, 1969-1998 (Rocco, 1998) e Argumentos invisíveis (Rocco, 1996). Traduziu, entre muitos outros, livros de Virginia Woolf, William Faulkner, J.M.G. Le Clézio, Goethe, Shelley, Jonathan Swift, Malcolm Lowry, André Maurois, La Fontaine, Elizabeth Barrett Browning, Flannery O’Connor. Os três poemas aqui publicados são do livro Chinês com sono (2005).
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Laura Cohen
é escritora. É formada em letras e mestre Estudos Literários pela FALE/UFMG. Publicou os romances História da Água (Impressões de Minas, 2012) e Ainda (Leme, 2014) e Canção sem palavras (Scriptum, 2017) e o livreto de poemas Ferro (Leme, 2016). Foi vencedora do segundo prêmio de literatura Universidade Fumec, em 2011, e em sua edição de 2009, obteve o terceiro lugar, publicando nas duas edições da coletânea Da Palavra à Literatura – Narrativas Contemporâneas. Faz parte da coordenação do selo Leme da editora Impressões de Minas e em 2019 participa do circuito Arte da Palavra do SESC. O poema aqui publicado, Escrever é uma maneira de se pensar para fora, saiu pela primeira vez em formato de zine pelo Selo Leme em dezembro de 2018.
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Júlio Castañon Guimarães
Sua poesia foi reunida no volume Poemas 1975-2005 (Cosac Naify, 2006), a que se seguiu o livro Do que ainda (Contracapa, 2009). Publicou também os seguintes livros de crítica: Territórios/conjunções – poesia e prosa críticas de Murilo Mendes (Imago, 1993), Por que ler Manuel Bandeira (Globo, 2008) e Entre reescritas e esboços (Topbooks, 2010).
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Júlia de Carvalho Hansen
(São Paulo, 1984). Poeta e astróloga, é autora de cantos de estima (edição de autora, 2009; Douda Correria, 2015); alforria blues ou Poemas do Destino do Mar (Chão da Feira, 2013); O túnel e o acordeom (não edições, 2013); Seiva veneno ou fruto (Chão da Feira, 2016). Formada em Letras pela Universidade de São Paulo, é mestre em Estudos Portugueses pela Universidade Nova de Lisboa. Os poemas publicados aqui pela Em Tese são os seguintes: “XV” in alforria blues ou Poemas do Destino do Mar (2013); “A importância de ser ninguém” in Romã (no prelo); “Os livros são de natureza...” in Seiva veneno ou fruto (2016); “Leitor” in Romã (no prelo).
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Guilherme Flores Gontijo
(Brasília, 1984) é poeta, tradutor e professor de latim na UFPR. Autor da tetralogia poética Todos os nomes que talvez tivéssemos (brasa enganosa, Tróiades, l’azur Blasé e Naharia), carvão : : capim e História de Joia. Traduziu A anatomia da melancolia de Robert Burton,Elegias de Sexto Propércio, Safo: Fragmentos completos, entre outros. Escreveu em parceria com Rodrigo Tadeu Gonçalves e fotos de Rafael Dabul o ensaio Algo infiel; é coeditor da revista-blog escamandro e membro do grupo Pecora Loca, dedicado a poesia e(m) performance.
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Dirceu Villa
DIRCEU VILLA (1975, São Paulo) é autor de 5 livros publicados de poesia, MCMXCVIII (1998), Descort (2003, prêmio Nascente), Icterofagia (2008, ProAC), Transformador (antologia, 2014), speechless tribes: três séries de poemas incompreensíveis (2018) e 1 inédito, couraça (2017). É tradutor de Um anarquista e outros contos, de Joseph Conrad (2009), Lustra, de Ezra Pound (2011) e Famosa na sua cabeça, de Mairéad Byrne (2015). Escreveu ensaios sobre poesia contemporânea e revisão do cânone de poesia de língua portuguesa. Foi o curador da exposição de livros de Ezra Pound, a Ezpo, da biblioteca de Haroldo de Campos, na Casa das Rosas (2008). Organizou uma antologia de poetas brasileiros contemporâneos para a revista La Otra, do México, em 2009, e escreveu apresentações para obras de Stéphane Mallarmé, Charles Baudelaire, Christopher Marlowe, além de autores contemporâneos, como Alfredo Fressia, Fabiano Calixto, Ricardo Aleixo e Jeanne Callegari. Foi convidado para o PoesieFestival de Berlim em 2012 e em 2015 foi escolhido para residência literária em Norwich e Londres, promovida pelo British Council, a FLIP e o Writers’ Centre Norwich. Participou também do Festival Internacional de Poesía de Granada, na Nicarágua, em 2018, e do Festival Policromia Poetry & Co., em Siena, Itália, 2019. Sua poesia já foi traduzida para o espanhol, o inglês, o francês, o italiano e o alemão, publicada em antologias ou revistas especializadas. Tem doutorado em Literaturas de Língua Inglesa pela USP (com estágio de doutorado em Londres), estudando o Renascimento na Inglaterra e na Itália, e pós-doutorado em Literatura Brasileira, também da USP, revisando o cânone de poesia de língua portuguesa. Ensinou literatura na pós lato-sensu da Universidade de São Paulo (USP), na graduação da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e é há cinco anos professor da Oficina de Tradução Poética da Casa Guilherme de Almeida
(Centro de Estudos de Tradução Literária). -
Daniel Arelli
(Belo Horizonte, 1986) é doutor em filosofia pela Universidade de Munique e pesquisador de pós-doutorado junto ao Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFMG. Seu livro de estreia, Lição da Matéria, foi vencedor do Prêmio Paraná de Literatura de 2018 (categoria Poesia). Tem poemas publicados nas revistas escamandro, gueto, Pessoa, Ruído Manifesto, entre outras.
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Carlos Ávila
nasceu em 1955, em Belo Horizonte (Minas Gerais), onde vive – é poeta e jornalista. Publicou os livros de poemas Aqui & agora (1981), Sinal de menos (1989), Bissexto sentido (1999), Área de risco (2012) e Anexo de ecos (2017). Também publicou o volume de crítica Poesia pensada (2004) e um livro infantil: Bri Bri no canto do parque (2012). Foi editor do Suplemento Literário de Minas Gerais e participou de mais de vinte antologias no país e no exterior, entre elas, Nothing the sun could not explain – 20 Contemporary Brazilian Poets (Los Angeles/ EUA, Sun & Moon Press, 1997; 2ª edição: 2003). Seu poema “Mais uma
vez” foi musicado por Gilberto Mendes e “Obstáculos” por Willy Corrêa de Oliveira. Ávila esteve presente em diversos encontros e seminários, trabalhou em televisão e editou publicações. Colabora em jornais, revistas impressas e on line. Segundo Haroldo de Campos, Ávila “se mostra capaz de pedra grossa e lavra fina. Construção rigorosa sensibilizada pela emoção; uma emoção que se filtra no constructo material das palavras como água de fonte em poros de rocha”. -
Bruna Kalil Othero
(Belo Horizonte, 1995) é poeta e pesquisadora, autora dos livros de poesia Anticorpo (2017) e Poétiquase (2015), além de ter organizado as coletâneas A Porca Revolucionária: ensaios literários sobre a obra de Hilda Hilst (2018) e Poéticas do devir-mulher: ensaios sobre escritoras brasileiras (com Constância Lima Duarte e André Magri, 2019). Atualmente, cursa mestrado na UFMG.
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Ana Martins Marques
nasceu em Belo Horizonte em 1977. É formada em letras e doutora em literatura comparada pela UFMG. Publicou os livros de poemas A vida submarina (Scriptum, 2009), Da arte das armadilhas (Companhia das Letras, 2011), O livro das semelhanças (Companhia das Letras, 2015), Duas janelas (com Marcos Siscar. Luna Parque, 2016), Como se fosse a casa (com Eduardo Jorge. Relicário Edições, 2017) e O livro dos jardins (Quelônio, 2019). Uma antologia de seus poemas acaba de ser publicada em Portugal, pela editora Douda Correria, com o título Linha de rebentação. Os poemas publicados neste dossiê da Em Tese são inéditos (com versões anteriores divulgadas no Facebook).
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Age de Carvalho
poeta, nasceu em Belém (1958). Organiza desde 2015 a reedição da poesia completa de Max Martins, planejada em 11 volumes (dez deles já publicados, ed.ufpa), da qual é o responsável também pelo projeto gráfico. Seu atual projeto é o livro de poemas De-estar, entrestrelas, com a produção a partir de 2015. Suas publicações (todos títulos de poesia) são as seguintes: Arquitetura dos ossos (1980), A fala entre parêntesis (em parceria com Max Martins, 1982), Arena, areia (1986), Ror: 1980–1990, (poesia reunida, incluindo o então inédito Pedra-um, 1990), Caveira 41, (2003), Seleta (antologia poética, 2004), Trans (2011), Ainda: em viagem, (2015), Age de Carvalho: todavida, todavia (organização do autor e Mayara Ribeiro Guimarães, 2018). Em 2006 é publicado Sangue-Gesang (“Cantos do sangue”) na Alemanha, uma antologia de sua poesia traduzida por Curt Meyer-Clason. Os poemas publicados no presente dossiê da Em Tese são do livro Ainda: em viagem, (2015).
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Thais Guimarães
THAIS GUIMARÃES, mineira, nascida no Ceará, publicou Jogo de Facas (poesia), Ed. Quixote, 2016; Notas de Viagem (poesia), Coleção Leve um livro, 2015; Seis Poemas (plaquete), Ed. Poliedro, 2012; Jogo de
Cintura (poesia), Edições Dubolso, 1983; Dez Pretextos para uma noite de solidão (poesia), Ed. Gatinhos, 1983. Ganhou o Prêmio Jabuti, em 1988, com o livro Bom Dia, Ana Maria (Ed. Vigília, 1987) por Melhor
Produção Editorial Infantil (1988). Os poemas da presente seleção para a Em Tese fazem parte do livro Jogo de Cintura.



