Palavras, silêncios e vazios em Na América, disse Jonathan, de Gonçalo M. Tavares
fronteiras
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.28.1.137-153Palavras-chave:
silêncio, vazio, Na América, disse Jonathan, Gonçalo M. TavaresResumo
O presente artigo parte de Na América, disse Jonathan, de Gonçalo M. Tavares (2018), como objeto de análise para pensar as fronteiras e intersecções entre palavras, silêncios e vazios na literatura, bem como discutir a maneira pela qual essas três instâncias se articulam com na narrativa. Admitindo que, além das palavras, o vazio e os silêncios são propriedades do texto literário, tornam-se decisivas a leitura e a análise tanto do vazio quanto do silêncio desse texto. Muito frequentemente associados à negatividade e ao sem sentido, o vazio e o silêncio na literatura, ao contrário, assumem-se como modalidades de sentido extremamente significativas, independentes das palavras, e de suma importância para a compreensão dessa narrativa. Fundamentado nas contribuições de Maria Lúcia Homem (2005), Santiago Kovadloff (2003), David Le Breton (1999), George Steiner (1988), Gilberto Mendonça Teles (1979), Luzia A. Berloffa Tofalini (2020), entre outros autores, este artigo desenvolve uma reflexão acerca da maneira pela qual palavras, silêncios e vazios se entretecem no texto e como essa articulação possibilita pensar os deslocamentos de sentido entre as palavras e também além delas.
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Referências
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