As janelas de David Perlov: autobiografia, luto e política

Autores

  • Ilana Feldman Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-3053.11.20.90-111

Palavras-chave:

Autobiografia, Luto, Política

Resumo

Diante da problematização do campo das escritas de si e de seu cruzamento com cinema, testemunho, memória, crítica do sujeito e da dimensão confessional-testemunhal da cultura, o artigo tem como horizonte a investigação de modos políticos de enunciação e subjetivação, efetivados por meio dos diários cinematográficos de David Perlov, cineasta brasileiro-israelense. Nesses diários, realizados entre os anos 1970 e 2000, a errância, o trauma, o exílio e o luto são figuras de uma enunciação subjetiva e de uma narrativa em trânsito constante, para as quais o deslocamento, não sendo apenas geográfico, faz a passagem da identidade à alteridade, do singular ao coletivo, do trauma ao luto, do privado ao político.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Ilana Feldman, Universidade Estadual de Campinas

    Doutora em Cinema pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP), com estágio no Departamento de Filosofia, Artes e Estética da Universidade Paris VIII. Pesquisadora e crítica de cinema, atualmente, realiza pós-doutorado em Teoria Literária na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Referências

AMICHAI, Yehuda. Fênetres et tombes. In: _______. Perdu dans la grâce. Trad. Emmanuel Moses. Paris: Gallimard, 2006. p. 165.

BADIOU, Alain. Por uma estética da cura analítica. A psicanálise & os discursos. Trad. Analúcia Teixeira Ribeiro. Rio de Janeiro: Escola Letra Freudiana, n. 34/35, ano XXIII, 2004. p. 237-242.

BARTHES, Roland. Diário do luto. Trad. Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

BARTHES, Roland. A câmera clara. Trad. Júlio Castañon Guimarães. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.

BENJAMIN, Walter. Passagens. Trad. Cleonice Paes Barreto Mourão. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.

BENJAMIN, Walter. Sobre alguns temas em Baudelaire. In: _______. Obras escolhidas III. Charles Baudelaire: um lírico no auge do capitalismo. Trad. Sergio Paulo Rouanet. São Paulo: ed. Brasiliense, 1996.

BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de história. In: _______. Obras escolhidas I. Magia e técnica, arte e política. Trad. Sergio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1996.

BLANCHOT, Maurice. O infinito literário: o Aleph. In: _______. O livro por vir. Trad. Leila Perrone-Moisés. São Paulo: Martins Fontes, 2005. p. 136-140.

BONNEVAY, Marguerite. Tante Chinoise et les autres (livre-DVD). Paris: La Table Ronde, 2009.

CARUTH, Cathy. Modalidades do despertar traumático (Freud, Lacan e a ética da memória). Trad. Claudia Valladão de Mattos. In: SELIGMANN-SILVA, Márcio; NESTROVSKI, Arthur (Org.). Catástrofe e representação. São Paulo: Escuta, 2000. p.111-136.

DANEY, Serge. Le travelling de Kapo. Trafic, n. 4. Paris: POL, 1992. p. 5-18.

DIDI-HUBERMAN, Georges. A imagem sobrevivente: história da arte e tempo dos fantasmas segundo Aby Warburg. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Images malgré tout. Paris: Minuit, 2003.

FELDMAN, Ilana. David Perlov: epifanias do cotidiano. In: FELDMAN, Ilana; MOURÃO, Patrícia (Org.). David Perlov: epifanias do cotidiano / David Perlov: epiphanies of the evryday. São Paulo: Centro da Cultura Judaica, 2011. p. 21-48.

FELMAN, Shoshana. Educação e crise, ou as vicissitudes do ensino. In: SELIGMANN-SILVA, Márcio; NESTROVSKI, Arthur (Org.). Catástrofe e representação. São Paulo: Escuta, 2000. p. 13-71.

FOUCAULT, Michel. A escrita de si. In: MOTTA, Manuel Barros da. (Org.). Ditos e Escritos V. Trad. Elisa Monteiro e Inês Autran Dourado Barbosa. Rio de Janeiro: Forense, 2004. p. 144-162.

FOUCAULT, Michel. A vida, a experiência e a ciência. In: MOTTA, Manuel Barros da (Org.). Ditos e Escritos II. Trad. Elisa Monteiro. XXX. Rio de Janeiro: Forense, 2004. p. 352-366.

FOUCAULT, Michel. O que é um autor? In: ______. Ditos e Escritos, vol. III. Trad. Inês Autran Dourado Barbosa. Rio de Janeiro: Forense, 2003. p. 264-298.

FREUD, Sigmund. Luto e melancolia. Trad. Marilene Carone. São Paulo: Cosac Naify, 2011.

FUKS, Betty B. Freud e a Judeidade: a vocação do exílio. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.

GAGNEBIN, Jeanne Marie. Lembrar, escrever, esquecer. São Paulo: Editora 34, 2006.

KLÜGER, Ruth. Paisagens da memória: autobiografia de uma sobrevivente do Holocausto. Trad. Irene Aron. São Paulo: Editora 34, 2005.

LEVY, Tatiana Salém. A experiência do Fora: Blanchot, Foucault e Deleuze. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2003.

PEREC, Georges; BOBER, Robert. Récits d'Ellis Island. Histoires d'errance et d'espoir. Paris: P.O.L, 1980.

RANCIÈRE, Jacques. O desentendimento. Trad. Ângela Leite Lopes. São Paulo: Editora 34, 1996.

ROSENBLUM, Rachel. ¿Se puede morir de decir? Sarah Kofman, Primo Levi. Psicoanálisis APdeBA, v. XXIV, n. 1/2, 2002.

SAID, Edward. Reflexões sobre o exílio e outros ensaios. Trad. Pedro Maia Soares. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

SARLO, Beatriz. Tempo passado: cultura da memória e guinada subjetiva. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

SELIGMANN-SILVA, Marcio O local da diferença – ensaios sobre memória, arte, literatura e tradução. São Paulo: Editora 34, 2005.

SELIGMANN-SILVA, Marcio. A arte de testemunhar o desterro. In: KRAUSZ, Luís. Desterro: memórias em ruínas (posfácio). São Paulo: Tordesilhas, 2011. p. 145-159.

WAJCMAN, Gérard. Fenêtre - Chroniques du regard et de l'intime. Paris: Verdier, 2004.

WIEVIORKA, Annette. L’ère du temoin. Paris: Hachette, 2009.

Downloads

Arquivos adicionais

Publicado

2017-06-07

Como Citar

As janelas de David Perlov: autobiografia, luto e política. (2017). Arquivo Maaravi: Revista Digital De Estudos Judaicos Da UFMG, 11(20), 90-111. https://doi.org/10.17851/1982-3053.11.20.90-111