Formação de Professores de Biologia e Educação Inclusiva: Indícios do Projeto Acadêmico Curricular

Autores

DOI:

https://doi.org/10.28976/1984-2686rbpec2019u225250

Palavras-chave:

Inclusão, Educação em Ciências, Formação de Professores, Currículo

Resumo

A presente pesquisa teve como objetivo analisar o currículo do curso de licenciatura em Ciências Biológicas de uma universidade pública no interior da Bahia, por meio do seu Projeto Acadêmico Curricular, sob a perspectiva da educação inclusiva. Para analisar o referido documento, utilizamos a análise de conteúdo. Identificamos, na análise da pesquisa, que o fluxograma e a ementa do curso supracitado apresentam duas disciplinas que abordam a educação inclusiva, sendo uma obrigatória (Língua Brasileira de Sinais) e uma optativa (Educação Inclusiva). Dessa forma, a partir da análise do currículo, percebemos a pouca relevância dada à formação inicial de professores para atuar, de forma inclusiva, na Educação Básica. Contudo, o currículo vigente, apesar de não contemplar em seu Projeto Acadêmico discussões acerca da educação inclusiva, configura-se como flexível para que os licenciandos tragam as necessidades da escola para a universidade, oportunizando debates sobre a inclusão. Assim, as informações geradas por este estudo podem contribuir para ressignificar a formação de professores de Biologia no desenvolvimento de culturas, políticas e práticas de inclusão.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rafaela Rocha-Oliveira, Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Santa Cruz (2013). Mestra em Educação em Ciências pela Universidade Estadual de Santa Cruz (2016), foi bolsista pelo CNPq e FAPESB. Tem experiência na área de Histologia e Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: Educação Inclusiva, Ensino de Ciências, Ensino de Biologia e Formação de Professores. Atualmente é professora substituta no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas na Universidade Estadual da Bahia (UNEB - Campus VII) e pós-graduanda (lato sensu) em Atendimento Educacional Especializado e Educação Especial pela Universidade Cândido Mendes - UCAM.

Viviane Borges Dias, Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)

Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Feira de Santana (1998), especialista em Ensino de Ciências pela Universidade de Brasília (2007) Mestre em Educação e Contemporaneidade pela Universidade do Estado da Bahia (2010).Doutora em Educação pelo Programa de Educação e Contemporaneidade da Universidade do Estado da Bahia. Doutorado Sanduíche na Universidade de São Paulo (2016). Atualmente é professora do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Desenvolve pesquisas na área de Formação Inicial e Continuada de Professores e Educação Inclusiva . Membro do Grupo de Pesquisa Inclusão e Sociedade(UNEB) e Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Inclusiva (GEPEI- UESC).

Maxwell Siqueira, Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)

Graduado em Física pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2000), mestrado em ensino de Ciências, com ênfase em ensino de Física pela Universidade de São Paulo (2006) e doutorado em Educação (ensino de Física e Matemática) pela Faculdade de Educação da USP (2012). Atualmente é professor Titular da Universidade Estadual de Santa Cruz, atuando na graduação e na pós-graduação. Foi coordenador geral de estágios da UESC, coordenador do subprojeto do PIBID de Física e atualmente está na coordenação de Gestão do PIBID/UESC. Foi coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências (2013-2015). Desenvolve pesquisas voltadas à formação de professores de Ciências, com ênfase em processos de inovações curriculares com a inserção da Física Moderna e Contemporânea na educação básica, a partir do desenvolvimento de sequências didáticas, e também com a Situação de Estudo. Tem experiência também com a divulgação científica com projeto itinerante.

Referências

Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70.

Brito, L. D. (2011). A configuração da “prática como componente curricular” nos cursos de licenciatura em Ciências Biológicas das Universidades Estaduais da Bahia. (Tese de Doutorado em Educação). Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos.

Camargo, E. P., & Nardi, R. (2008). Panorama geral das dificuldades e viabilidades para a inclusão do aluno com deficiência visual em aulas de ópticas. Alexandria Revista de Educação em Ciências e Tecnologia, 1(2), p. 81–106. https://doi.org/10.5007/%25x

Carvalho, R. E. (2010). Currículo e adaptações curriculares: do que estamos falando? In R. E. Carvalho. (Org.) Escola inclusiva: a reorganização do trabalho pedagógico. (pp. 101–106). Porto Alegre, RS: Mediação.

Decreto n. 5.626, de 22 de dezembro de 2005 (2005). Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Brasília, DF: Ministério da Educação.

Dias, V. B. (2018). Formação de professores e educação inclusiva: uma análise à luz da teoria crítica da sociedade. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade (PPGEduC) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Salvador.

Diniz, D. (2012) O que é deficiência. São Paulo: Brasiliense.

Duarte, A. C. S., & Pêpe, A. M. (2015). Educar e aprender na diversidade: um caminho para a inclusão. Curitiba: Appris.

Felden, E., & Kronhardt, C. A. (2011). A Universidade e a Formação de Professores. Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI. 7(12), 37–45.

Fernandes, S. F. P. (2012). A formação de professores de Ciências Biológicas e a educação inclusiva: uma interface da formação inicial e continuada. (Dissertação de Mestrado em Educação em Ciências e Matemática). Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática, Universidade Federal de Goiás, Goiânia.

Ferreira, W. B. (2015). 20 anos depois de Salamanca... onde estamos e para onde vamos? Poíesis Pedagógica, 13(1), 87–106. https://doi.org/10.5216/rpp.v13i1.35977

Fonseca-Janes, C. R. X. (2010). A formação de estudantes de pedagogia para a educação inclusiva: estudo das atividades sociais e do currículo. (Tese de Doutorado em Educação). Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Estadual Paulista, Marília.

García, C. M. (1999). Formação de Professores: para uma mudança educativa. Portugal: Porto Editora.

Garcia, R. L., & Alves, N. (2012). Sobre formação de professores e professoras: questões curriculares. In C. Libâneo; N. Alves (Orgs.). Temas de pedagogia: diálogos entre didática e currículo (pp. 488–510). São Paulo, SP: Cortez.

Goodson, I. F. (1997). História de uma disciplina escolar: as Ciências. In I. F. Goodson. A construção social do currículo. Lisboa: EDUCA.

Grundy, S. (1998). Producto o práxis del curriculum. 3. ed. Madri: Ediciones Morata.

INEP (2017). Censo escolar da educação básica 2016. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Brasília, DF: Ministério da Educação.

Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014. (2014) Plano Nacional de Educação 2014 – 2024. Brasília, DF: Centro de Documentação e Informação/Coordenação Edições Câmara.

Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015. (2015) Estatuto da pessoa com deficiência. Lei Brasileira de Inclusão. Brasília, DF: Congresso Nacional.

Longhini, M. D. (2008). O conhecimento do conteúdo científico e a formação de professores das séries iniciais do ensino fundamental. Investigações em Ensino de Ciências, 13(2), 241–253.

Lüdke, M., & André, M. E. D. A. (1986). Pesquisa em Educação: Abordagens Qualitativas. São Paulo, EPU.

MEC (2002). Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Conselho Pleno. Resolução CNE/CP 1, de 18 de fevereiro de 2002. Brasília, DF: Conselho Nacional de Educação.

MEC (2008). Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, DF: Secretaria de Educação Especial.

MEC (2015). Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior e para a formação continuada. Resolução nº 2, de 1º de julho de 2015. Brasília, DF: Conselho Nacional de Educação.

Mesquita, A. M. A. (2007). A formação inicial de professores e a educação inclusiva: analisando as propostas de formação dos cursos de licenciatura da UFPA. (Dissertação de Mestrado em Educação). Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Pará, Belém.

Michels, M. H. (2011). O que há de novo na formação de professores para a Educação Especial. Revista Educação Especial, 24(40), 219–232. https://doi.org/10.5902/1984686X2668

Minayo, M. C. S. (2012). O desafio da pesquisa social. In M. C. S. Minayo (Org.), Pesquisa social: teoria, método e criatividade (pp. 9–29). Petrópolis, RJ: Vozes.

Miotto, A. C. F. (2010). O currículo prescrito para educação inclusiva: a proposta curricular e a inclusão dos alunos com deficiência visual. Educação Especial, 23(37), 195–206. https://doi.org/10.5902/1984686X1147

Miranda, M. G. (2001). O professor pesquisador e sua pretensão de resolver a relação entre a teoria e a prática na formação de professores. In M. André (Org.). O papel da pesquisa na formação e na prática dos professores (pp. 129–143). Campinas, SP: Papirus.

Nunes, S., & Lomônaco, J. F. B. (2010). O aluno cego: preconceitos e potencialidades. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, 14(1), 55–64. https://doi.org/10.1590/S1413-85572010000100006

Oliveira, W. D., & Benite, A. M. C. (2015). Estudos sobre a relação entre o intérprete de LIBRAS e o professor: implicações para o ensino de ciências. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, 15(3), 597–626.

PAC (2007). Projeto Acadêmico Curricular do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas.

PAC (2012). Projeto Acadêmico Curricular do curso de Letras.

Pedroso, C. C. A., Campos, J. A. P. P., & Duarte, M. (2013). Formação de professores e educação inclusiva: análise das matrizes curriculares dos cursos de licenciatura. Educação Unisinos, 17(1), 40–47. https://doi.org/10.4013/edu.2013.171.05

Piccolo, G. M. (2009). As bases do processo de formação docente voltado à inclusão. Revista Educação Especial, 22(35), 363–374. https://doi.org/10.5902/1984686X

Pimentel, S. C. (2012). Formação de professores para a inclusão: saberes necessários e percursos formativos. In T. G. Miranda, & T. A. Galvão-Filho, O professor e a educação inclusiva: formação, práticas e lugares (pp. 139–155). Salvador: EDUFBA.

Pimentel, S. C. (2013). Adaptações curriculares com deficiência intelectual na escola regular: proposta para inclusão ou para segregação? Cadernos de Educação, (45), 44–50.

Pletsch, M. D. (2014). Educação especial e inclusão escolar: políticas, práticas curriculares e processos de ensino e aprendizagem. Poíesis Pedagógica, 12(1), 7–26. https://doi.org/10.5216/rpp.v12i1.31204

Rocha-Oliveira, R., & Dias, V. B. (2013). A relação dos professores de Ciências Naturais com instituições de referência à inclusão escolar: um estudo de caso na cidade de Ilhéus, Bahia. In XI Congresso Nacional de Educação (p. 18887). Curitiba, Paraná/Brasil: Champagnat.

Rocha-Oliveira, R., Machado, M. S., & Siqueira, M. (2017). Formamos professores para a educação inclusiva? Análise de publicações sobre formação de professores de Ciências/Biologia. Revista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia, 10(2), p. 1–23. https://doi.org/10.3895/rbect.v10n2.3784

Rozek, M. (2012). A formação docente: tensões e possibilidades. In M. Rozek, & L. T. Viegas, Educação Inclusiva: políticas, pesquisa e formação (pp. 13–35). Porto Alegre: EDIPUCRS.

Santos, E. F. (2015). O ensino de libras na formação do professor: um estudo de caso nas licenciaturas da Universidade Estadual de Feira de Santana. (Dissertação de Mestrado em Educação). Programa de Pós-Graduação em Educação, UEFS, Feira de Santana.

Saviani, D. (2009). Formação de professores: aspectos históricos e teóricos do problema no contexto brasileiro. Revista Brasileira de Educação, 14(40), 143–155. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-24782009000100012

SDH (2012). Cartilha do Censo 2010. Brasília: Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNPD).

Silva, T. T. (2015). Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 3. ed., Belo Horizonte: Autêntica.

UNESCO (1994). Declaração de Salamanca: sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas. Especiais. Brasília, DF: Ministério da Educação.

Valle, J. W., & Connor, D. J. (2014). Ressignificando a deficiência: da abordagem social às práticas inclusivas nas escolas. Porto Alegre: AMGH.

Vilaronga, C. A. R., & Mendes, E. C. (2014). Ensino colaborativo para o apoio à inclusão escolar: práticas colaborativas entre os professores. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 95(239), 139–151. https://doi.org/10.1590/S2176-66812014000100008

Vilela-Ribeiro, E. B., & Benite, A. M. C. (2011a). Professores formadores de professores de Ciências: o que influencia suas concepções sobre inclusão? Alexandria Revista de Educação em Ciências e Tecnologia, 4(2), 127–147.

Vilela-Ribeiro, E. B., & Benite, A. M. C. (2011b). Sobre a educação inclusiva na formação de professores de Ciências: a tessitura dos currículos praticados. Acta Scientiarum Education, 33(2), 239–245. https://doi.org/10.4025/actascieduc.v33i2.14407

Downloads

Publicado

2019-05-05

Como Citar

Rocha-Oliveira, R., Dias, V. B., & Siqueira, M. (2019). Formação de Professores de Biologia e Educação Inclusiva: Indícios do Projeto Acadêmico Curricular. Revista Brasileira De Pesquisa Em Educação Em Ciências, 19, 225–250. https://doi.org/10.28976/1984-2686rbpec2019u225250

Edição

Seção

Artigos