Mulheres docentes em cursos superiores de Física em duas universidades federais no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/2237-5864.2021.24894

Palavras-chave:

Relações de gênero, Mulheres no ensino superior, Docência de Física

Resumo

O artigo é parte de uma pesquisa qualitativa sobre relações de gênero em cursos superiores de Física. O estudo foi realizado entre 2014 e 2017, buscando discutir experiências de mulheres concernentes à carreira docente na Física. Especificamente neste texto, os temas discutidos se relacionam às experiências profissionais de acadêmicas em duas instituições federais de ensino e pesquisa no Brasil: Universidade Federal de Minas Gerais (Belo Horizonte) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro). O estudo utilizou entrevistas individuais semiestruturadas. Foram entrevistados tanto homens quanto mulheres (professores e chefes de departamento), porém, o artigo enfoca 11 acadêmicas. Os dados mostram que o comportamento das acadêmicas varia de escamotear a feminilidade para evitar o assédio ao apoio e incentivo (em relação às estudantes, sobretudo aquelas que foram discriminadas por cientistas do sexo masculino). Também foi observada a desvalorização tácita da licenciatura em comparação ao bacharelado.

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Biografia do Autor

Marcel de Almeida Freitas, Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), Divinópolis, MG, Brasil.

Sociólogo (UFMG), licenciado em Sociologia (UFMG), mestre em Psicologia Social (FAFICH/UFMG), Doutor em Educação (FaE/UFMG) e professor adjunto na Universidade do Estado de Minas Gerais, onde ministra disciplinas como Filosofia, Antropologia e Sociologia. Temáticas de atuação: Sociologia e Antropologia da Educação, relações de gênero. Integra o Grupo de Estudos em Gênero e Sexualidade na Educação (GSS/FaE/UFMG).

Adla Betsaida Martins Teixeira, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.

Pedagoga e mestre em Educação Internacional Comparada pela University of London, doutora em Cultura, Educação e Comunicação pela University of London, pós-doutora em Gênero e Direitos Humanos pela Université de Lyon,pós-doutora em Aprendizagem e Ensino Superior pela Stanford University, professora associada IV da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FaE-UFMG) e coordenadora do Grupo de Estudos em Gênero e Sexualidade na Educação (GSS/FaE/UFMG). Temáticas de atuação: didática, gênero e educação, mulheres nas ciências.

Denise Bianca Maduro Silva, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.

Pedagoga pela Universidade Federal de Minas Gerais e mestre em Ciências Sociais pela Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales (FLACSO-Argentina). Apresenta doutorado em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FaE-UFMG) e doutorado latino-americano em Educação. Técnica em Assuntos Educacionais na Pró-Reitoria de Extensão da UFMG desde 2009. Temáticas de atuação: avaliação de políticas públicas, educação comparada, extensão universitária, educação profissional e educação integral.

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Publicado

25-06-2021

Como Citar

FREITAS, M. de A.; TEIXEIRA, A. B. M.; SILVA, D. B. M. Mulheres docentes em cursos superiores de Física em duas universidades federais no Brasil. Revista Docência do Ensino Superior, Belo Horizonte, v. 11, p. 1–18, 2021. DOI: 10.35699/2237-5864.2021.24894. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/rdes/article/view/24894. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos