A linguagem metacientífica no ensino de ciências
um olhar para a formação inicial docente
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-5864.2021.29527Palavras-chave:
Ensino de ciências, Linguagem científica, Formação docenteResumo
Buscou-se neste trabalho identificar como licenciandos do curso de Ciências Biológicas, de uma universidade pública do estado do Paraná, compreendem os termos relativos à linguagem metacientífica, como leis, teorias e hipóteses. Para a coleta de dados, utilizaram-se questionários descritivos e entrevistas semiestruturadas e os dados foram submetidos à análise textual discursiva. Os resultados demonstraram que os licenciandos apreendem de forma equivocada os elementos da linguagem metacientífica. Em geral, perceberam-se equívocos entre os termos teoria e hipótese, assim como nos significados relativos ao termo lei, além de uma tendência em atribuir gradações entre os conceitos de teoria e lei. Entende-se, assim, ser necessário que haja a inserção de discussões sobre a linguagem metacientífica no processo de formação de professores de ciências, evitando-se que esses equívocos se consolidem entre tais profissionais e consequentemente se estendam aos estudantes da educação básica.
Downloads
Referências
ALÍS, Jaime Carrascosa. Ideias alternativas no ensino de ciências. In: MAGALHÃES JÚNIOR, Carlos Alberto De Oliveira; LORENCINI JÚNIOR, Álvaro; CORAZZA, Maria Júlia (org.). Ensino de ciências: múltiplas perspectivas, diferentes olhares. Curitiba: Editora CRV, 2014. p. 37-78.
AUGUSTO, Thais Gimenez da Silva; BASÍLIO, Letícia Vieira. Ensino de biologia e história e filosofia da ciência: uma análise qualitativa das pesquisas acadêmicas produzidas no Brasil (1983-2013). Ciência e Educação, Bauru, v. 24, n. 1, 2018. DOI: https://doi.org/10.1590/1516-731320180010006.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. 5. ed. Brasília: MEC/SEF, 2010.
CLARK, Andrew G.; HARTL, Daniel L. Princípios de Genética de Populações. 4. ed. São Paulo: ARTMED, 2010.
ELGIN, Mehmet. Biology and priori laws. Philosophy of Science, v. 70, n. 5, p. 1380-1389, 2003. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/10.1086/377415. Acesso em: 6 jul. 2021.
FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. Tradução: Laura Fraga. 24. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2014.
FOUREZ, Gerard. A construção das Ciências. Tradução: Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1995.
HIDALGO, Maycon Raul; LORENCINI JÚNIOR, Álvaro. A epistemologia na formação inicial de professores de Ciências/Biologia: há elementos para ressignificações?. Interacções, Santarém, v. 15, n. 51, p. 106-130, 2019. DOI: https://doi.org/10.25755/int.18594.
LEDERMAN, Norman G. et al. Pre-service teachers’ understanding and teaching of natures of science: an intervention study. Canadian Journal of Science, Mathematics and Technology Education, v. 1, n. 2, p. 135-160, 2001. DOI: https://doi.org/10.1080/14926150109556458.
LEITINHO, Meirecele Calíope; MÁXIMO JÚNIOR, Januário Rosende. Uma incursão pela tríade: currículo, filosofia da ciência e formação de professores da área de ciências naturais. Conjectura: filosofia e educação, Caxias do Sul, v. 21, n. 3, p. 604-627, 2016. DOI: doi.org/10.18226/21784612.V21.N3.08.
LORENZANO, Pablo. Leyes fundamentales y leyes de la biologia. Scientle Studia, v. 5, n. 2, p. 185-214, 2007.
LORENZANO, Pablo. Leis e teorias em biologia. In: ABRANTES, Paulo C. et al. (org.). Filosofia da Biologia. Porto Alegre: ARTMED, 2011.p. 53-82.
MASSI, Luciana; QUEIROZ, Salete Linhares. Jogo discursivo na apropriação da linguagem científica por alunos de iniciação científica em química. Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 35-57, 2011.
MAYR, Ernst. Isto é Biologia: a ciência do mundo vivo. Tradução: Claudio Angelo. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
MORAES, Roque. Uma tempestade de luz: a compreensão possibilitada pela análise textual discursiva. Ciência e Educação, Bauru, v. 9, n. 2, p. 191-211, 2003. DOI: https://doi.org/10.1590/S1516-73132003000200004.
MORAIS, Ana Maria et al. A natureza da ciência na educação em ciências: teorias e práticas. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 13, n. 1, p. 8-32, 2018.
NEJM, Guilherme de Moraes. As concepções de professores de ciências sobre a produção do conhecimento científico e a constituição do conhecimento escolar em ciências e suas relações na determinação da prática pedagógica: um estudo de caso via Grupo de Trabalho em Rede (GTR). Orientadora: Christiane Gioppo. Monografia (Programa de Desenvolvimento Educacional) – Secretaria de Educação do Paraná, Piraquara, 2010.
OLIVEIRA, Teresa et al. Compreendendo a aprendizagem da linguagem científica na formação de professores de Ciências. Educar em Revista, Curitiba, n. 34, p. 19-33, 2009. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-40602009000200002.
RUSE, Michael. La filosofía de la biologia. Madrid: Alianza, 1979.
SANTOS, Boaventura de Souza. Um discurso sobre as ciências. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2010.
SOUSA. Robson Simplício de; GALIAZZI, Maria do Carmo. A categoria na análise textual discursiva: sobre método e sistema em direção à abertura interpretativa. Revista Pesquisa Qualitativa, v. 5, n. 9, p. 514-538, 2017.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ. Projeto pedagógico do curso de Ciências Biológicas (habilitação Bacharelado/Licenciatura). Maringá: Universidade Estadual de Maringá, s/d. Disponível em: https://drive.google.com/drive/folders/1V0AEcOzPr8c7KuMm-VA0aeR4ycGKm3GO. Acesso em: 6 jul. 2021.
WENZEL, Judite Scherer. Apropriação da linguagem científica escolar e as interações discursivas estabelecidas em sala de aula como modo de aprender ciências. Revista Transmutare, Curitiba, v. 2, n. 1, p. 18-33, 2017. DOI: http://dx.doi.org/10.3895/rtr.v2n1.6036.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Maycon Raul Hidalgo, Álvaro Lorencini Júnior
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Política de acesso aberto:
A Revista Docência do Ensino Superior é um periódico de Acesso Aberto, o que significa que todo o conteúdo está disponível gratuitamente, sem custo para o usuário ou sua instituição. Os usuários podem ler, baixar, copiar, distribuir, imprimir, pesquisar ou vincular os textos completos dos artigos, ou usá-los para qualquer outra finalidade legal, sem solicitar permissão prévia do editor ou do autor, desde que respeitem a licença de uso do Creative Commons utilizada pelo periódico. Esta definição de acesso aberto está de acordo com a Iniciativa de Acesso Aberto de Budapeste (BOAI).