Estudo de casas autoconstruídas

oportunidade para a (des)construção da história da arquitetura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/2237-5864.2025.52701

Palavras-chave:

história da arquitetura, autoconstrução, ensino de Arquitetura e Urbanismo

Resumo

Tradicionalmente, os temas abordados pela história da arquitetura não dão conta da diversidade edilícia que constitui a cidade construída. É recente a ampliação dos esforços no sentido de dirigir olhares para as edificações não monumentais, de períodos mais recentes, não destinadas às elites; edifícios que contribuem de maneira significativa para a constituição da paisagem urbana de muitas cidades brasileiras. O estudo dessa produção é de fundamental importância para a compreensão da arquitetura do país em sua complexidade. Para além de levar a reflexões de ordem historiográfica, essa ampliação de olhares remete, também, à necessidade de alargamento dos conteúdos que permeiam o ensino de arquitetura e urbanismo. Este artigo apresenta uma experiência didática de levantamento de edificações autoconstruídas, que busca ampliar o olhar sobre arquiteturas da cidade real, desenvolvida de maio a agosto de 2022 na disciplina Teoria e Crítica da Arquitetura Contemporânea na América Latina do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Uberlândia.

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Biografia do Autor

  • Denise Fernandes Geribello, Universidade Federal de Uberlândia

    Professora adjunta dos cursos de graduação e pós-graduação da Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Design da Universidade Federal de Uberlândia. Possui doutorado e pós-doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo, mestrado em História pela Universidade Estadual de Campinas e graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

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Publicado

23-06-2025

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

GERIBELLO, Denise Fernandes. Estudo de casas autoconstruídas: oportunidade para a (des)construção da história da arquitetura. Revista Docência do Ensino Superior, Belo Horizonte, v. 15, p. 1–22, 2025. DOI: 10.35699/2237-5864.2025.52701. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/rdes/article/view/52701. Acesso em: 11 nov. 2025.