Eu quero imagens, cadê as imagens, comandante Hamilton?
A retórica do populismo penal contemporâneo e a ‘democracia da desconfiança’, uma análise dos impactos do populismo penal no contemporâneo complexo punitivo brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.35699/2525-8036.2020.15166Palavras-chave:
Crime, Populismos, LinguagemResumo
O complexo punitivo brasileiro, esse aqui compreendido não apenas como a prisão mas sim como todas as instâncias de exercício do poder estatal em sua atividade criminalizadora, não existe apenas na figura de seus agentes, instituições e meios físicos de controle e contenção, mas também possui existência no campo cultural, infiltrando-se na linguagem e, através dessa, na percepção social da realidade. Dessa forma, é possível se falar que existe uma linguagem punitiva formada, e capaz de reformar, o complexo punitivo. No entanto, essa linguagem, existindo como um constructo social, está continuamente à mercê de fatores externos, sendo que o recente escalonamento da sectarização ideológico-partidária e o aparecimento de identidades políticas baseadas na desconfiança nas instituições tradicionais, remodelaram essa linguagem e, em última instância todo o complexo punitivo, em direção a um ultrapunitivismo de forte apelo populista. O presente artigo tenta compreender como as contemporâneas relações entre política e linguagem acabaram levando a esse fenômeno.
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