Desmunhecando e Empretecendo a Universidade
Escrevivências de Corpos Pretas, Afeminadas e Sapatônicas
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-5864.2023.41775Palavras-chave:
Escrevivências, Corpo, Interseccionalidade, Gênero, RaçaResumo
Movimentar sinuosamente a coluna e os quadris para tornar a universidade mais preta e afrescalhada. O que podem os corpos pretos, bichas e sapatões ao se reunirem em torno de uma professora travesti e negra em aulas que interseccionam gênero e raça? O salto alto, como instrumento político, causa barulho em um ambiente higienizado e abre espaço para diferentes corporeidades ocuparem uma instituição pública de ensino superior. A escrevivência, criada pela escritora e pesquisadora Conceição Evaristo, surge nesse trabalho como uma abordagem metodológica intrínseca a uma perspectiva de pesquisa implicada, situada entre produção artística e científica. Escrevivências de corpos que desmunhecam e empretecem a universidade, apontando para uma positividade ao criar áreas de pertencimento, compartilhamento e coletividade.
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