O gesto arquivístico indecidível
as cápsulas do tempo de Andy Warhol como poética da ocultação
DOI:
https://doi.org/10.35699/2238-2046.2024.48787Palavras-chave:
Cápsulas do tempo, Andy Warhol, Arquivo, Potência, ContingênciaResumo
As cerca de 610 caixas de papelão que compõem as Time Capsules (1974-1987) de Andy Warhol formam um objeto de difícil categorização historiográfica e museológica. Abertas logo depois da morte do autor, elas constituem o que neste texto se chama de obra interativa compulsória, isto é, um trabalho que, a revelia de seu título e na falta de quaisquer diretrizes explícitas vindas de Warhol, acabou sofrendo uma devassa e uma manipulação muito diversa daquela reservada comumente às obras de arte. Contra essa verve conteudista, que alega a necessidade de uma prematura abertura das caixas e de um recenseamento dos seus interiores, defende-se que o mais potente em relação a esse trabalho teria sido a manutenção do seu gesto inaugural de obliteração e ocultamento dos objetos.
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