“SABE DE QUEM É ESSA OBRA? AGORA SABE!”
Contestações táticas ao regime de expropriação artística negra
DOI:
https://doi.org/10.35699/2238-2046.2023.45686Parole chiave:
Arte urbana, Apropriação, Arte NegraAbstract
A intervenção de Massive M.I.A expõe um regime de exploração/apropriação do trabalho de artistas negros pela arte. O artigo faz uma leitura das práticas de expropriação artística proposta pela sua ação, ao escrever “Negro” no vidro da fotografia de sua obra/pixo “Olhai por nós”. O texto argumenta sobre o constrangimento do público diante da performance do artista e as estratégias de circulação nas redes como forma de contestação ao regime de expropriação colonial da arte e do trabalho criativo e político-ideológico de pessoas negras. Convida-nos a identificar práticas ancestrais quilombistas, como resistência ao sistema e retomada do espaço, com as quais na contemporaneidade tecnológica o artista busca expor o regime extrativista que se reproduz na arte.
Riferimenti bibliografici
AHMED, Sara. A Phenomenology of Whiteness. Feminist Theory, v. 8, n. 2, 2007, p.149-168.
ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen, 2019.
ARTS, MASSIVE ILEGAL (MIA). Perfil no Instagram (@negromia). Disponível em: . Acesso em: 10 março de 2023.
AZOULAY, Ariela. Toward the abolition of photography’s imperial rights. In Capitalism and the camera, por COLEMAN, Kevin; JAMES, Daniel. p. 72-128, Verso Books, 2021.
BALDIN, Vitoria. Os signos da cultura POP no grafite palestino circulação e ativismo digital em perspectiva. Esboços, v. 50, n. 29, p.133-151, 2022.
BENTES, Ivana. Redes Colaborativas e Precariado Produtivo. Revista Periferia, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 53-61, jun., 2009.
BERNARDINO-COSTA, Joaze; GROSFOGUEL, Ramón. Decolonialidade e perspectiva negra. Sociedade e Estado, v. 31, p. 15-24, 2016.
BOURRIAUD, Nicolas. Estética Relacional. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
CAMPOS, Ricardo. A pixelização dos muros: graffiti urbano, tecnologias digitais e cultura visual contemporânea. Revista Famecos: mídia, cultura e tecnologia, v. 19, n. 2, p. 543-566, 2012.
CAPRIGLIONE, Laura. Pichadores vandalizam escola para discutir conceito de arte. Folha de S.Paulo, 13 de junho de 2008. Disponível em: encurtador.com.br/egCT8 . Acesso em 22 jan. 2023.
CASIMIRO, Giovanna Graziosi. Curadoria digital urbana, rebelião monumental e a disrupção das narrativas patrimoniais em tempos de isolamento. Contemporânea-Revista do PPGART/UFSM, v. 3, n. 6, p. e6-e6, 2020.
COUTO, Letícia Lima. Arte de rua em casa: O consumo de obras que remetem à pichação. Monografia de especialização em “Cultura Material e Consumo: perspectivas semiopsicanalíticas”, Escola de Comunicação e Artes ECA, USP, 2020.
DE CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano. 3ª edição. Petrópolis: Editora Vozes, 1998.
FERREIRA DA SILVA, D. Ler a arte como confronto. Logos, v. 27, n. 3, 2020.
GIOVANNI, Julia Ruiz Di. Artes de abrir espaço: apontamentos para a análise de práticas em trânsito entre arte e ativism. Cadernos de Arte e Antropologia, São Paulo, v. 4, n. 2, 2015. Disponível em: https://journals.openedition.org/cadernosaa/911 . Acesso em: 30 jan. 2023.
HALL, Stuart. Cultura e representação. Rio de Janeiro: PUC-Rio - Apicuri, 2016.
LARA, Priscila Mocelin Lara; VARELLA, Patrícia Camera. Pixação e o circuito artístico brasileiro: ambiguidades e convergências. Revista RUA, Campinas, SP, v. 28, n. 2, p. 391–403, set., 2022.
LARA, Priscila Mocelin; VARELLA, Patricia Camera. Pixação e o circuito artístico brasileiro: ambiguidades e convergências. RUA, v. 28, n. 2, 2022.
LARA, Priscila Mocelin. Pixação e o circuito artístico brasileiro (2005-2021): disputas e novas possibilidades. Dissertação de Mestrado em História, UEPG, 2022.
LEAL, Gabriela; CAMPOS, Ricardo. Ocupando o cubo branco: reflexões sobre a entrada da pixação no mundo da arte. Revista de Antropologia, São Paulo, v. 65, n. 3, p. 1-25, out., 2022.
MEIRINHO, Daniel. Ressignificações contemporâneas dos imaginários racializados nas artes visuais. Revista Farol, 16(23), 55–70, 2021.
MIGNOLO, Walter. D. La opción decolonial: desprendimiento y apertura. Un manifiesto y un caso. Tabula Rasa, Bogotá, Colómbia, n. 8, p. 243-282, 2008.
MOMBAÇA, Jota. A plantação cognitiva. MASP Afterall-Arte e Descolonização, 2020.
MOTEN, Fred; HARNEY, Stefano. Pretitude e governança. In: RIBEIRO, Felipe (org.). Atos de fala. Rio de Janeiro: Telemar, p. 27-33, 2016.
MOURA, C. Os Quilombos na Dinâmica Social do Brasil. Maceió: EDUFAL, 2001.
OLIVEIRA, Ana Karina. “Agora é a vez do pixo”: cenas de dissenso e subjetivação política nas relações entre pichação e arte. Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) - Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2015.
QUIJANO, Anibal. Colonialidade, poder, globalização e democracia. Novos rumos, v. 37, n. 17, p. 4-28, 2002.
RAHME, Anna Maria Abrão Khoury. Tintas paulistanas: as cicatrizes da desigualdade. Revista ARA, v. 12, n. 12, p. 31-59, 2022.
RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: Estética e política. Trad. Mônica Costa Netto. São Paulo: Editora 34, 2020.
RANCIÈRE, Jacques. El destino de las imágenes. Trad. Paulo Bustinduy. Pontevedra: Politopías, 2011.
RAPOSO, Paulo. “Artivismo”: articulando dissidências, criando insurgências, Cadernos de Arte e Antropologia, Vol. 4, n 2, p. 3-12, 2015.
RICHARDS, D. M. The African Aesthetic and National Consciousness. In: WELSH-AS-ANTE, K. (ed.). The African aesthetic: keeper of the traditions. London: Praeger, 1994.
RITCHIN, Fred. After Photography. Nova Iorque, W.W. Norton & Company, 2009.
ROLNIK, S. “Desentranhando futuros”.ComCiência, Campinas, n. 99, 2008. Disponível em: http://comciencia.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-76542008000200007&lng=pt&nrm=iso . acessos em 20 jan. 2023.
ROUILLÉ, André. A fotografia: entre documento e arte contemporânea. São Paulo: Editora Senac, 2009.
SAPHIRO, Roberta. Artification as Process. Cultural Sociology, Paris, v. 13, p. 265-275, 2019.
STABILE, Arthur. Foto que retrata obra de artista negro é vendida sem autorização do autor. Ponte Jornalismo (Ponte.Org), 11 de abril de 2019.
TUBAMOTO, Fernanda Tiemi. 'Olhai por Nóis': artista que pichou o Pateo do Collegio lança exposição. Jornal Estado de Minas, 09 de junho de 2022. Seção Arte de Rua.
VIEIRA, Anna Paula Ferraz Dias. O direito à cidade e a cultura marginal: a narratividade como luta por visibilidade. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória, 2018.
Downloads
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2023 Emanuele De Freitas Bazílio, Daniel Meirinho
Questo lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione - Non commerciale 4.0 Internazionale.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado
- É responsabilidade dos autores a obtenção da permissão por escrito para usar em seus artigos materiais protegidos por lei de Direitos Autorais. A Revista PÓS não é responsável por quebras de direitos autorais feitas por seus colaboradores.