Movimento e Expressividade
Dança educativa para alunos com deficiência intelectual
DOI:
https://doi.org/10.35699/2238-2046.2018.15595Palavras-chave:
Dança e Educação, Deficiência Intelectual, ExpressividadeResumo
Esse artigo é resultado de uma pesquisa sobre dança e educação que abordou as experimentações corporais de alunos com deficiência intelectual. Toma-se como pressuposto que se pode desenvolver a expressividade pelo movimento no espaço e no tempo que se tem na escola e que a dança encontra caminhos para se desvincular de uma prática pautada no ‘siga o mestre’ ou ‘faça como eu’, que privilegia coreografias com referências televisivas e não se preocupa com a criação subjetiva que se apresenta nas respostas do aluno. Trata-se de uma pesquisa pedagógica pautada pela arte e que procurou não desprezar as referências em dança produzidas culturalmente e percebidas no contexto da investigação. A pesquisa baseia-se na abordagem teórica de Rudolf Laban a respeito do movimento para a construção de uma proposta de dança educativa para alunos com deficiência intelectual. A partir dos temas de movimento desenvolvidos por esse teórico, foram estabelecidas as categorias temáticas: Corpo, Espaço, Grupo e Criação, para análise da expressividade em experimentações focadas na percepção do corpo no relacionamento do corpo com o espaço e no processo criativo do movimento. Nesse contexto, destacou-se o papel da arte para uma aprendizagem significativa, cujo exercício da alteridade permeou a compreensão da convivência com as diferenças. A possibilidade metodológica apresentada é a da pesquisa-ação, que oferece suporte para refletir e transformar as ações pedagógicas desafiadoras. Percebeu-se a construção de significados provocados pela dança na interação com o outro e na construção de uma prática acessível que valoriza a presença de cada corpo, em suas possibilidades expressivas.
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