Da trajetória acadêmica à gestão do Sistema de Bibliotecas da UFMG: ações para implementação da Agenda 2030 da ONU: entrevista com Wellington Marçal de Carvalho
Resumo
Eu estudei a graduação na Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais. Eu entrei em 2001, concluí o curso em 2004. Acabei colando grau ad referendum, porque eu havia prestado concurso para a carreira de técnico-administrativo em educação, para a própria UFMG, em 2003, e como eu fui aprovado em primeiro lugar, para uma unidade da UFMG que fica no norte de Minas, em Montes Claros, em uma Unidade que se chamava Núcleo de Ciências Agrárias e atualmente é o Instituto de Ciências Agrárias, eu me formei, concluí os requisitos para obter o grau de bacharel em Biblioteconomia uns seis ou sete meses antes da minha turma e imediatamente tomei posse e entrei em exercício na função de bibliotecário naquela Unidade da UFMG, e trabalhei lá por cerca de quatro anos. Eu fui um dos responsáveis pela informatização do acervo dessa biblioteca do Sistema de Bibliotecas da UFMG, que é composto por 25 bibliotecas. Algumas das bibliotecas, naquele momento, nos idos de 2004 e 2005, ainda não tinham passado pelo processo de informatização, e então essa era uma tarefa prioritária. Eu fui treinado, capacitado para isso, e trabalhei cerca de um ano, um ano e meio, para concluir essa importante etapa para o cotidiano da Biblioteca do Núcleo de Ciências Agrárias. Posteriormente, eu fui removido e trabalhei na Biblioteca Universitária, em um dos setores da Biblioteca Universitária na Divisão de Coleções Especiais, especificamente na Coleção Faria Tavares, em que eu era um dos responsáveis pela catalogação do acervo. Trabalhei nesse setor por cerca de dois anos e em seguida fui convidado para trabalhar na Biblioteca da Escola de Música da UFMG, onde trabalhei por quatro anos, sendo responsável também principalmente por catalogar uma parte do acervo bem específica da biblioteca, que eram os CDs de música. Os quatro anos da Biblioteca de Música foram bastante peculiares porque, como é sabido, na área da Biblioteconomia, o processamento técnico do acervo, que é o que compõe prioritariamente e principalmente o acervo da área da música, não é o tradicional livro, monografias etc. Lá, eu diria, a principal parte do acervo são as partituras, e ainda os discos de vinil e demais materiais dessa categoria. E como isso não é um tipo de material com que, penso eu, grande parte dos bibliotecários trabalha, requer quase que uma nova formação para que você consiga pensar e racionar as práticas cotidianas do processamento técnico adequadas e aplicadas corretamente para essa tipologia documental. Por volta de 2012, no final dos anos 2012 e início de 2013, eu já havia participado de várias outras instâncias colegiadas da Universidade, por exemplo, o Conselho de Diretores, representando os técnicos administrativos da Universidade, tendo sido eleito para algumas outras comissões dentro da Escola de Música ou em outras partes da Universidade, e isso foi me fazendo vislumbrar que seria interessante assumir outro desafio. Então, quando em 2013 se iniciou o processo eleitoral para a diretoria do Sistema de Bibliotecas da Universidade, que é o órgão que coordena tecnicamente as 25 bibliotecas do Sistema, eu e uma colega bibliotecária, àquela época lotada na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Anália Gandini Pontelo, nós formamos uma chapa, construímos uma plataforma de trabalho e nos inscrevemos para o pleito. Nós fomos eleitos, e em novembro de 2013 eu assumi o cargo mais importante como bibliotecário da casa na UFMG, que é a direção do Sistema por um período de dois anos. Ao término desse primeiro mandato nós nos recandidatamos e vencemos novamente o pleito e conduzimos o Sistema por mais um período de dois anos. Iniciamos um segundo período à frente do Sistema de 2015 a 2017, e por volta de outubro/novembro de 2017 prestei concurso para docente no Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de Rondônia, no Campus de Porto Velho, e fui aprovado em primeiro lugar no concurso. Então, para minha surpresa, a Federal de Rondônia me nomeou e convocou muito mais rápido do que eu imaginava, e eu tive que decidir por pedir vacância na UFMG depois de aproximadamente 13 anos como bibliotecário da casa e iniciar o processo para tomar posse e entrar em exercício na carreira de docente para o curso de Biblioteconomia, que naquela Instituição funciona no período noturno. Então o primeiro semestre que vou lecionar é o de 2018/1.
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