A presença invisível: o papel da mulher no projeto civilizador ultramontano

women role in the ultramontane civilazing project

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Resumo

 O presente artigo analisa o papel conferido às mulheres no âmbito do projeto civilizador ultramontano, no Brasil da segunda metade do século XIX. Para tanto, toma como fonte o jornal A Cruz, editado no Rio de Janeiro entre 1861 e 1864, analisando de que maneira a condição feminina foi concebida e moldada em suas páginas, a partir dos significados mais amplos, associados ao par conceitual civilização-cristianismo. Especificamente, averigua as associações da mulher ao lugar doméstico da família, da educação moral e religiosa dos filhos, assim como à condição das mulheres leitoras. Para tanto incorpora o instrumental metodológico da Análise de Discurso, aliado à História dos Conceitos, de maneira a averiguar como a condição feminina foi interpretada a partir do conceito de civilização ultramontano e como, a partir de sua inserção circunstancial na sociedade brasileira da época, ajudou a moldá-lo. Por fim, alia-se ao uso historiográfico da categoria de gênero, operacional para os objetivos propostos.

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Biografia do Autor

Ana Rosa Cloclet da Silva, Puc-Campinas

Docente da Faculdade de História da PUC-Campinas e do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências da Religião, pela mesma Universidade, com projetos integrados à Linha de Pesquisa: Fenômeno Religioso: instituição e práticas discursivas. É doutora em História pela Universidade Estadual de Campinas (2000) e pós-doutora na mesma área pela USP (2007), com projeto integrado ao grupo temático: Brasil: Formação do Estado e da Nação. Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Campinas (1993) e mestrado em História pela Universidade Estadual de Campinas (1996). Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil Império. Atualmente, desenvolve pesquisas na área de História das Religiões, com pesquisas focadas na articulação dos fenômenos religião e política na construção do Estado nacional brasileiro, no século XIX. É coordenadora do GT "Religião e Poder no Brasil oitocentista", vinculado à Associação Brasileira de História das Religiões.

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Publicado

2023-10-02