A Estela Poética de Tutmés III: divinização do faraó ou interdependência?
Palavras-chave:
Reino Novo, Divinização, InterdependênciaResumo
O presente artigo tem por interesse analisar um duplo aspecto presente em uma das fontes textuais egípcias, nomeadamente a Estela Poética de Tutmés III, construída durante a fase inicial do Reino Novo (1550-1069 a.C.). Ao mesmo tempo em que ela pode ser fonte da sustentação da divinização do faraó, serve também para que os templos e seus sacerdotes conquistem um espaço de discurso e demonstrem seu poder. Através dessa abordagem, cuja ênfase está principalmente em uma Análise Crítica do Discurso, acreditamos ser possível debruçarmo-nos na questão da interdependência entre as diversas instituições e grupos que formam o Estado egípcio e, assim, desmistificar a figura do faraó enquanto monarca divino cujo poder é absoluto. Figura essa que tem servido como um dos exemplos para justificativa de governos centralizados, inclusive na contemporaneidade.
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