Entre Costas da África e a praça mercantil do Rio de Janeiro
os conflitos entre comércio e saúde na sociedade luso-brasileira oitocentista.
Resumen
O presente artigo pretende analisar os conflitos entre o físico-mor, Manoel Vieira da Silva e o Corpo do Comércio do Rio de Janeiro. Regulamentadas pelo alvará régio no ano de 1808, as atribuições de cirurgião-mor e físico-mor estavam ligadas ao exercício da medicina, fiscalização de boticas, alfândegas e lojas de droga tanto na porção colonial quanto na península. Também era concernente a esses agentes de saúde o controle da chegada de embarcações com escravizados africanos nos portos do Rio de Janeiro. A partir do ano de 1808 teve início uma série de conflitos entre o Físico-mor e os homens de negócio da praça mercantil fluminense. Isso porque parte das medidas de controle interferiam diretamente na tributação e comércio dos escravizados, os principais grossistas cariocas atuaram de forma a modificar legislações que reverberavam sobre seus negócios, o que conduziu a um embate com o provedor-mor. Assim, buscaremos expor o liame entre o trato mercantil e as atividades de saúde por compreender que elas explicitam aspectos sobre a economia mercantil colonial e as demais instituições régias.
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