Espaços de enunciação no Facebook e no sistema CEAR: constituição de sujeitos e de sentidos

Autores

  • Fernanda Surubi Fernandes Universidade Estadual de Goiás/ Universidade do Estado de Mato Grosso
  • Rodrigo de Santana Silva Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT.
  • Valdir Silva Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT.

DOI:

https://doi.org/10.17851/1983-3652.10.1.100-117

Palavras-chave:

língua, espaço de enunciação, mídias digitais.

Resumo

A partir de discussões na disciplina Políticas de Língua, podemos pensar sobre como as tecnologias possuem um papel cada vez mais atuante na vida cotidiana do ser humano. Por isso, questionamos: como o ensino de línguas pode fazer parte desse processo tecnológico? Para pensar sobre o assunto, analisamos a disciplina Linguística I: Introdução à Ciência da Linguagem, realizada a distância pelo sistema Moodle, disponibilizado pelo Centro de Aprendizagem em Rede (CEAR) da Universidade Estadual de Goiás, e pelo Facebook. Compreendemos, portanto, que a partir de metodologias diversas é possível aproveitar as ferramentas que o Moodle e o Facebook possuem. Como utilizar essa tecnologia? É preciso, para tal, considerar os sujeitos (docente e discente) numa relação com a linguagem para que a produção do conhecimento ocorra, tornando as mídias sociais e os ambientes virtuais de aprendizagem ferramentas que auxiliam o docente de Letras na interação com e entre seus alunos. Isso ocorre em duas instâncias: na primeira, pela discussão da disciplina sobre Linguística e, na segunda, pela dinâmica de possibilitar outro olhar de como o discente, ao tornar-se professor, pode dispor dessas ferramentas, como metodologias de ensino e aprendizagem. Desse modo, no espaço de enunciação do grupo fechado no Facebook, o que se considera são as práticas sociais de língua e linguagem, para conhecimento maior sobre as ferramentas dessa mídia social, antes das atividades específicas de ensino da disciplina a distância no Moodle, que ainda está em processo de aprendizagem pelo discente. Isso possibilita compreender, portanto, uma plasticidade da linguagem, no modo como ela se molda, permitindo que os sujeitos encontrem significado nesse espaço ao enunciar de forma mais específica e efetiva.

  

ABSTRACT: From discussions in the subject Language Policies, we can think about how technologies play an increasingly active role in the daily life of the human being. For this reason, we ask: how can languages teaching be part of this technological process? To think about it, we analyzed the subject Linguistics I: Introduction to the Science of Language, carried out online in the Moodle system, provided by Centro de Aprendizagem em Rede (CEAR) at Universidade Estadual de Goiás, and on Facebook. We understand, therefore, that from diverse methodologies it is possible to take advantage of the tools that Moodle and Facebook have. How to use this technology? For this, it is necessary to consider the subjects (teacher and student) in a relationship with the language so that the production of knowledge occurs, making social media and virtual learning environments tools that help the teacher of Language in the interaction with and among their students. This occurs in two instances: in the first, by the discussion of the subject on Linguistics and, in the second, by the dynamics of enabling another look at how the student, when he becomes a teacher, can have these tools as teaching and learning methodologies. Thus, in the enunciation space of the closed group on Facebook, what is considered are the social practices of language, for a greater knowledge about the tools of this social media, before the specific activities of teaching of the distance subject in Moodle, which is still in process of learning by the student. This anables us to understand, therefore, a plasticity of the language, in the way how it is shaped, allowing the subjects to find meaning in this space when enunciating in a more specific and effective way.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernanda Surubi Fernandes, Universidade Estadual de Goiás/ Universidade do Estado de Mato Grosso

Docente efetiva da Universidade Estadual de Goiás - UEG. Doutoranda em Linguística pela Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT.

Rodrigo de Santana Silva, Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT.

Doutorando em Linguística pela Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT.

Valdir Silva, Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT.

Doutor em Linguística Aplicada pela Faculdade de Letras (FALE/UFMG). Docente do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade do Estado de Mato Gross - UNEMAT.

Referências

BARRA, V. L. da. Condições materiais para o exercício docente: sinais de um projeto educacional oitocentista. Cadernos de História da Educação, Uberlândia, n. 7, jan/dez, 2008. p. 165-177. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/che/article/view/1890/1574. Acesso em: 14 mai. 2017.

BARTON, D.; LEE, C. Linguagem online: textos e práticas digitais. São Paulo: Parábola Editorial, 2015. CEAR. Disponível em: http://www.cear.ueg.br/conteudo/3990_sobrexcear. Acesso em: 08 abr. 2016.

DIAS, C.; COUTO, O. F. As redes sociais na divulgação e formação do sujeito do conhecimento: compartilhamento e produção através da circulação de ideias. Linguagem em (Dis)curso, Tubarão, SC, v. 11, n 3, set./dez. 2011. p. 631-648. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ld/v11n3/a09v11n3.pdf. Acesso em: 14 mai. 2017.

GUIMARÃES, E. Enunciação e política de línguas no Brasil. Letras, Santa Maria, RS, n. 27, p. 47-53, dez. 2003.

ORLANDI, E. P. Paráfrase e polissemia: a fluidez nos limites do simbólico. Rua – Revista do Núcleo do Desenvolvimento da Criatividade da UNICAMP – NUCREDI, Campinas, SP, n. 4, p. 9-19, mar. 1998.

ORLANDI, E. P. Análise de discurso: princípios e procedimentos. 7ª ed. Campinas, SP: Editora Pontes, 2007.

PÊCHEUX, M. Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. 4 ed. Campinas, SP: Editores da Unicamp, 2009.

PFEIFFER, C. R. C. Que autor é este? 1995. 153 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) - Instituto de Estudos da Linguagem. Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP. Campinas, 1995.

SILVA, V. O grupo como sistema adaptativo complexo: um estudo das práticas de ensino e aprendizagem no contexto do Facebook. In: SILVA, W. M.; BORGES, E. F. do V. (Orgs.). Complexidade em ambientes de ensino e de aprendizagem de línguas adicionais. Curitiba: CRV. 2016, p. 49-69.

SOUZA, V. Ambientes virtuais de aprendizagem: sistemas complexos compostos por gêneros digitais. Texto Livre: Linguagem e Tecnologia, Belo Horizonte, n. 1, v. 2, p. 34-45, jan.-jun. 2009. Disponível em: www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/textolivre/issue/view/3/showToc. Acesso em: 07 abr. 2017.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS. RESOLUÇÃO CsA nº 053/2014. Disponível em: http://www.legislacao.ueg.br/?aplicativo=consulta_tipo_doc_legislacao&funcao=tipo_doc_origem_legislacao&variavel=27&ano=2014. Acesso em: 08 jul. 2016. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS. Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura Plena em Letras. UEG/Campus de São Miguel do Araguaia, 2015.

VALDEZ, D. Retratos da educação escolar em Goiás no século XX. II Congresso Brasileiro de História da Educação, Natal, Rio Grande do Norte, 2002. Disponível em: http://sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe2/pdfs/Tema3/0345.pdf. Acesso em: 08 set. 2015.

Downloads

Publicado

26-06-2017

Como Citar

FERNANDES, F. S.; SILVA, R. de S.; SILVA, V. Espaços de enunciação no Facebook e no sistema CEAR: constituição de sujeitos e de sentidos. Texto Livre, Belo Horizonte-MG, v. 10, n. 1, p. 100–117, 2017. DOI: 10.17851/1983-3652.10.1.100-117. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/textolivre/article/view/16748. Acesso em: 16 abr. 2024.

Edição

Seção

Linguística e Tecnologia