Jornalismo Cultural e o webreview do século XXI, inovação ou tradição?
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-3652.2025.56822Palavras-chave:
Jornalismo Cultural, Literatura, Jornalismo, Peixe Elétrico, SuplementosResumo
Com o olhar que contempla as configurações sociais e históricas em torno das aproximações e intercomunicabilidade (Lajolo; Zilberman, 1996) entre Jornalismo e Literatura, em espaços constituídos pelo Jornalismo Cultural (Hohlfeldt, 2003; Lima, 2013; Soares, 2014), traçamos o questionamento desta reflexão. Debruçamo-nos em caracterizar etapas históricas vividas por suplementos literários e webreviews, do século XIX ao século XXI. Utilizamos como metodologia, a investigação exploratória, de caráter histórico-crítico-bibliográfica, em uma análise qualitativa e de conteúdo (Herscovitz, 2012; Bardin, 1977). Nossas reflexões estão centradas em seis edições (Krippendorff, 1990) do webreview Peixe Elétrico. Inspiramo-nos nas particularidades para identificarmos as tendências do Jornalismo Cultural do século XXI. Evoluiu-se do suplemento, que buscava um público amplo, mas indistinto, porque vinha encartado em jornais de referência, para publicações específicas, dirigidas diretamente para o interessado. Apesar das mudanças de suporte, da modernização das mídias, no que se refere aos aparatos tecnológicos, ao longo de cinquenta anos, os suplementos continuam basicamente com o mesmo formato. Considerando o impacto das mudanças tecnológicas nos comportamentos de leitores e modos de produção do jornalismo digital, o tipo de conteúdo proposto e a divisão de editorias do Jornalismo Cultural tiveram apenas mudanças de suporte – do impresso ao digital, e de layout. Peixe Elétrico não possui as características do ciberjornalismo, logo, visualizamos uma tendência à manutenção do estilo de se fazer Jornalismo Cultural no Brasil.
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