O ciclo do carnaval nos campos de futebol de várzea paulistanos sonoridades e batucadas

Conteúdo do artigo principal

Alberto Luiz dos Santos

Resumo

Os campos de futebol de várzea de São Paulo/SP representam importantes lugares de encontro e sociabilidade da população, desde os bairros populares da cidade em transformação, nos meados do século passado, às quebradas periféricas da metrópole contemporânea. Legados de processos de apropriação do espaço para a prática do jogo, nas primeiras décadas do século XX, esses campos passaram a vincular, para além dos futebóis, múltiplas referências culturais que confluem para um sentido de pertencimento. Desta gama de práticas, significados e memórias, esse artigo se dedica às sonoridades destes lugares do futebol popular, com ênfase numa forma de expressão do samba de São Paulo enredada, historicamente, ao ciclo do carnaval e ao circuito do futebol varzeano: as batucadas de beira de campo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
SANTOS, A. L. dos. O ciclo do carnaval nos campos de futebol de várzea paulistanos: sonoridades e batucadas. FuLiA/UFMG , Belo Horizonte/MG, Brasil, v. 8, n. 1, p. 32–61, 2023. DOI: 10.35699/2526-4494.2023.40788. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/fulia/article/view/40788. Acesso em: 4 nov. 2024.
Seção
DOSSIÊ
Share |

Referências

ALEXANDRE, Claudia. Orixás no terreiro sagrado do samba: Exu e Ogum no Candomblé da Vai-Vai. Rio de Janeiro: Fundamentos do Axé, 2021.

ALVAREZ, Ricardo. Os "vazios urbanos" e o processo de produção da cidade. Dissertação (Mestrado em Geografia), FFLCH/USP, São Paulo, 1994.

AZEVEDO, Amailton Magno. Sambas, quintais e arranha-céus: as micro-áfricas em São Paulo. São Paulo: Olho d´Água, 2016.

AZEVEDO, Amailton Magno. Samba: um ritmo negro de resistência. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, v. 70, p. 44-58, 2018.

BARONETTI, Bruno. Transformações na Avenida: história das escolas de samba da cidade de São Paulo (1968-1996). São Paulo: LiberArs, 2015.

BOSI, Eclea. Memória e sociedade: lembrança de velhos. São Paulo: T. A. Queiroz, 1979.

CARLOS, Ana Fani Alessandri. Espaço-tempo na metrópole: a fragmentação da vida cotidiana. São Paulo: Contexto, 2001.

D’ANDREA, Tiaraju Pablo. A formação dos sujeitos periféricos: cultura e política na periferia de São Paulo. Tese (Doutorado em Sociologia). FFLCH/USP, São Paulo, 2013.

DOZENA, Alessandro; MARCELINO, Márcio Michalczuk. O samba na “quebrada” do Bexiga e do Parque Peruche. Pontourbe. Universidade de São Paulo. São Paulo, p. 1-7, fev. 2008.

DOZENA, Alessandro. Os sons como linguagens espaciais. Revista Espaço e Cultura. Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, n. 45, p. 31-42, 2019.

FAVERO, Raphael Piva Favalli. A várzea é imortal: abnegação, memórias, disputas e sentidos em uma prática esportiva urbana. Dissertação (Mestrado em Antropologia), FFLCH/USP, São Paulo, 2019.

GILROY, Paul. O Atlântico negro: modernidade e dupla consciência. Rio de Janeiro: Editora 34, 2001.

GONZALEZ, Lélia. Festas populares no Brasil. Rio de Janeiro: Index, 1987.

IPHAN. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Inventário Nacional de Referências Culturais: manual de aplicação. Brasília, 2000.

IPHAN. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Dossiê das Matrizes do Samba no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2006.

LEFEBVRE, Henri. A vida cotidiana no mundo moderno. São Paulo: Ática, 1991.

LOPES, Nei. O negro no Rio de Janeiro e sua tradição musical: partido-alto, calango, chula e outras cantorias. Rio de Janeiro: Pallas, 1992.

LOWY, Michael. “A contrapelo”: a concepção dialética da cultura nas teses de Walter Benjamin (1940). Lutas Sociais. São Paulo, n. 25/26, p. 20-28, 2011.

MAGNANI, José Guilherme Cantor. Da periferia ao centro: trajetórias de pesquisa em Antropologia Urbana. São Paulo: Editora Terceiro Nome. Coleção Antropologia Hoje, 2012.

MARRA, Pedro. Vou ficar de arquibancada pra sentir mais emoção: técnicas sônicas nas dinâmicas de produção de partidas de futebol do Clube Atlético Mineiro. Tese (Doutorado em Comunicação). UFF, Niterói, 2016.

MESTRINEL, Francisco de Assis Santana. Batucada: experiência em movimento. Tese (Doutorado). Instituto de Artes, UNICAMP, Campinas, 2018.

PINTO, Tiago de Oliveira. Som e música: questões de uma antropologia sonora. Revista Antropológica, v. 44, p. 221-286, 2001.

RAIMUNDO, Silvia Lopes. Território, cultura e política: movimento cultural das periferias, resistência e cidade desejada. Tese (Doutorado em Geografia). FFLCH/USP, São Paulo, 2017.

RIBEIRO, Raphael Rajão. A várzea e a metrópole: futebol amador, transformação urbana e política local em Belo Horizonte (1947-1989). Tese (Doutorado em História, Política e Bens Culturais). FGV, Rio de Janeiro, 2021.

SANTOS, Alberto Luiz dos. Torcer, sambar e batucar no futebol de várzea paulistano: o patrimônio imaterial à luz de experiências etnográficas. Anais. Congreso Internacional de Patrimonio Intangible, Buenos Aires, 2017.

SANTOS, Alberto Luiz dos. O samba como patrimônio cultural em São Paulo/SP: as batucadas de beira de campo e o futebol de várzea. Tese (Doutorado em Geografia). FFLCH/USP, São Paulo, 2021.

SANTOS, Luana Zambiazzi. Todos na produção: etnografia de narrativas sônicas e raps em espaços urbanos populares. Jundiaí: Paco, 2017.

SANTOS, Marcos dos Santos. Diáspora sonora na América Latina: a ancestralidade como elo. Anais. XIII Encontro de estudos multidisciplinares em cultura, 2017.

SANTOS, Renato Emerson. Sobre espacialidades das relações raciais: raça, racialidade e racismo no espaço urbano. In: ______. (Org.) Questões urbanas e racismo. Brasília: ABPN, 2012.

SÃO PAULO. Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico. Estudo do carnaval paulista como patrimônio cultural imaterial do Estado de São Paulo. São Paulo, 2018.

SCIFONI, Simone. Parque do Povo: um patrimônio do futebol de várzea em São Paulo. Anais do Museu Paulista, São Paulo, v. 21. n. 2, p. 125-151, 2013.

SCHAFER, Murray. A afinação do mundo. São Paulo: Edunesp, 2001.

SEABRA, Odette Carvalho de Lima. A insurreição do uso. In: MARTINS, José. de Souza. (Org.) Henri Lefebvre e o retorno à dialética. São Paulo: Hucitec, 1996.

SEABRA, Odette Carvalho de Lima. Urbanização e fragmentação: cotidiano e vida de bairro na metamorfose da cidade em metrópole, a partir das transformações do Bairro do Limão. Tese de Livre Docência. FFLCH/USP, São Paulo, 2003.

SILVA, Elisabete de Fátima Farias; FARIA, Monique Marques. Tempos e lugares de batuque: manifestações em uma cidade do interior paulista. Revista da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Geografia, v. 14, n. 24, p. 46-82, 2018.

SIMAS, Luiz Antônio; RUFINO, Luiz. Flecha no tempo. Rio de Janeiro: Mórula Editorial, 2019.

SIMÕES, Irlan. Clientes versus rebeldes: novas culturas torcedoras nas arenas do futebol moderno. Rio de Janeiro: Multifoco, 2017.

TOLEDO, Luiz Henrique de. Torcidas organizadas de futebol. Campinas: Autores Associados Anpocs, 1996.

VON SIMSON, Olga Rodrigues de Moraes. Carnaval em branco e negro: carnaval popular paulistano (1914-1988). Campinas: EdUNICAMP, 2007.