As pegadas douradas do sensacionalismo no esporte: Mário Filho e a cobertura da Copa de 1930 por "Crítica"

Conteúdo do artigo principal

Leda Maria da Costa

Resumo

Este artigo objetiva analisar a cobertura da participação da seleção brasileira de futebol na Copa de 1930, realizada pelo jornal Crítica. Enquanto periódicos tradicionais como o jornal O Globo insistiam em uma representação comedida e pedagógica dos fatos esportivos, publicações de cunho sensacionalista como Crítica enfatizavam os aspectos emotivos do futebol. Fazendo uso de estratégias, já comuns na produção de notícias de crimes e tragédias cotidianas, Crítica promove uma cobertura da Copa de 1930 em que se tenta deixá-la repleta de lances de sensação. Nessa cobertura destaca-se o papel de Mário Filho, que no final da década de 1930, assume as páginas esportivas de O Globo dando início à consolidação de seu papel protagonista na história do jornalismo esportivo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
COSTA, L. M. da. As pegadas douradas do sensacionalismo no esporte: Mário Filho e a cobertura da Copa de 1930 por "Crítica". FuLiA/UFMG , Belo Horizonte/MG, Brasil, v. 2, n. 3, p. 60–85, 2018. DOI: 10.17851/2526-4494.2.3.60-85. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/fulia/article/view/13842. Acesso em: 29 mar. 2024.
Seção
DOSSIÊ
Biografia do Autor

Leda Maria da Costa, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Possui Doutorado em Literatura Comparada, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2008), defendendo a tese A trajetória da queda. As narrativas da derrota e os principais vilões da seleção em Copas do Mundo. É pesquisadora integrante NEPESS (Núcleo de Estudos e Pesquisas Sobre Esporte - Universidade Federal Fluminense) e Editora-chefe da Revista Esporte e Sociedade (www.esportesociedade.com). É integrante do grupo de pesquisas Esporte e Cultura (Faculdade de Comunicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ). Participa do Sport Laboratório de História do Esporte e do Lazer, Universidade Federal do Rio de Janeiro. É colunista do Ludopédio, uma produção vinculada ao Ludens (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas sobre Futebol e Modalidades Lúdicas) da Universidade de São Paulo. É autora do blog Caravana de Boleiros (www.caravanadeboleiros.com.br). Organizou o livro Enquanto a Copa não vem. Memórias e narrativas sobre futebol, publicado pela EdUFF, em 2013, que reúne a produção de importantes pesquisadores do futebol e do esporte.
Share |

Referências

ASSAF, Roberto; NAPOLEÃO, Antonio Carlos Napoleão. Seleção brasileira: 1914-2006. Rio de Janeiro: Mauad, 2006.

BARBOSA, Marialva; ENNE, Ana Lucia Silva. O jornalismo popular, a construção narrativa e o fluxo do sensacional. Eco-Pós, v. 8, n. 2, ago.-dez., 2005, p. 67-87. CRÍTICA. Rio de Janeiro, 1930.

ECO, Umberto. Apocalípticos e integrados. São Paulo: Perspectiva, 1998.

FERNANDEZ, Renato Lanna. Fluminense Foot-Ball Club: a construção de uma identidade clubística no futebol carioca (1902-1933). Fundação Getúlio Vargas Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil – CPDOC Curso de Mestrado em História, Política e Bens Culturais. Rio de Janeiro, 2010.

FRANZINI, Fábio. Corações na ponta da chuteira: capítulos iniciais da história do futebol brasileiro (1919-1938). Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

GABLER, Neal. Vida, o filme: como o entretenimento conquistou a realidade. Trad. Beth Vieira. Companhia das Letras, São Paulo, 2000.

GUEDES, Simoni Lahud. Malandros, caxias e estrangeiros no futebol: de heróis e anti-heróis. In: GOMES, Laura Graziela; BARBOSA, Livia; DRUMMOND, José Augusto (org.). O Brasil não é para principiantes: carnavais, malandros e heróis, 20 anos depois. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2000.

MELO, Victor Andrade de. Causa e consequência: esporte e imprensa no Rio de Janeiro do século XIX e década inicial do século XX. In: HOLLANDA, Bernardo Buarque de; MELO, Victor Andrade de. O esporte na imprensa e a imprensa esportiva no Brasil. Rio de Janeiro: 7 Letras/Faperj, 2012.

NEVEU, Érik. Sociologia do jornalismo. São Paulo: Loyola, 2006.

PEREIRA, Leonardo Affonso de Miranda. Footballmania. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.

RODRIGUES, Nelson. O homem fluvial. In: FILHO, Mário. O sapo de Arubinha: os anos de sonho do futebol brasileiro. Ruy Castro (org. e sel.). São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

ROSENFELD, Anatol. Negro, macumba e futebol. Rio de Janeiro: Perspectiva, 1993.

SANTOS, João Manuel Casquinha Malaia. “Jogos Olympicos do Rio de Janeiro” no Centenário de 1922: olhares sobre a política de um projeto de unificação e celebração da nação através do esporte. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH, São Paulo, julho 2011. Disponível em: http://goo.gl/nHPZwn.

SANTOS, João Manuel Casquinha Malaia. O Rio de Janeiro e os jogos de 1922: economia de um projeto esportivo. In: SANTOS, João Manuel Casquinha Malaia; MELO, Victor Andrade de. Celebrações Esportivas do Centenário. Rio de Janeiro: 7Letras/Faperj, 2012.

SANTOS, Ricardo Pinto dos. Uma breve história social do Esporte no Rio de Janeiro. In: SILVA, Francisco Carlos T. da; SANTOS, Ricardo P. dos (org.). Memória social dos esportes – futebol e política: a construção de uma identidade nacional. 1. ed. Rio de Janeiro: Mauad, Faperj, 2006.

SARMENTO, Carlos Eduardo. A regra do jogo: uma história institucional da CBF. Rio de Janeiro: FGV, 2006.

SCHUDSON, Michael. Por que é que as notícias são como são. Revista de Comunicação e Linguagem, n. 8, Centro de Estudos de Comunicação e Linguagens, Lisboa, 1998.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças. Companhia das Letras, 2003.

SILVA, Marcelino Rodrigues da. Mil e uma noites de futebol. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.

SOARES, Carmen Lucia. Educação física: raízes europeias e Brasil. 2. ed. revista. Campinas: Autores Associados, 2001.

SOTER, Ivan. Enciclopédia da Seleção: as seleções brasileiras de futebol, 1914-2002. Rio de Janeiro: Folha Seca, 2002.

TOLEDO, Luiz Henrique de. Lógicas no futebol. São Paulo: Huicitec, 2002.