Análise de interpretações de tango usando ferramentas computacionais

o estilo de interpretação de Aníbal Troilo interpretando Mi refúgio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/2317-6377.2020.26898

Palavras-chave:

Estilo interpretativo, Padrões temporais, Tango, Aníbal Troilo, Ferramentas de computação

Resumo

Os estilos históricos de interpretação do tango como construções socioculturais dão origem à elaboração do cânone do estilo musical que conhecemos hoje. Nessa tradição estilística, Aníbal Troilo é uma das figuras relevantes. Neste trabalho, analisamos os modos de enunciação temporal de Troilo, a fim de encontrar indicadores da construção dos padrões temporo- expressivos de seu estilo. Para fazer isso, comparamos diferentes interpretações do tango “Mi Refugio”, aplicando ferramentas computacionais em anotações de beats manuais. Calculamos curvas de tempo e as comparamos por meio de análise de correlação e regressão polinomial. As comparações entre as diferentes versões são então, interpretadas por meio da análise hermenêutico-musical. Os resultados indicam um uso consistente de padrões de regulação temporal no fraseado de Troilo em diferentes níveis expressivo-estruturais, além das variações na superfície musical dos arranjos. Ademais disso, foi identificado um recurso de aceleração- desaceleração para fins articulatórios na comunicação da forma musical.

Biografia do Autor

  • Demian Alimenti Bel, Universidad Nacional de La Plata, Argentina

    Demian Alimenti Bel é professor de orientação musical de composição musical na Faculdade de Artes (Universidade Nacional de La Plata, Argentina) e assistente da disciplina de Metodologia dos Assuntos Profissionais na Faculdade de Artes da UNLP. Guitarrista, arranjador e intérprete em diversos grupos de tango. Bolsista de doutorado na CIC (Comissão de Pesquisa Científica da Província de Buenos Aires, Argentina). Membro e pesquisador do LEEM (Laboratório de Estudo da Experiência Musical-FBA-UNLP). Membro do projeto de investigação Música, Cognição e Experiência: Modos de Elaboração de Sentidos em Contextos Sociais da Prática Musical (2018-2021) da Universidade Nacional de La Plata sob a direção da Dra. Isabel C. Martínez.

  • Martín Rocamora, Universidad de la República, Uruguai

    Martín Rocamora é atualmente Professor Assistente em Processamento de Sinais na Universidad de la República (UDELAR), Uruguai. Ele possui B.Sc, M.Sc. e D.Sc. Graduado em Engenharia Elétrica pela Escola de Engenharia da UDELAR. Foi Auxiliar de Ensino em Tecnologia Musical na Escola de Música da UDELAR. Sua pesquisa se concentra na aplicação de aprendizado de máquina e processamento de sinal a sinais de áudio, com aplicações em escuta de máquina, recuperação de informação musical e musicologia computacional.

  • Isabel Cecilia Martínez, Universidad Nacional de La Plata, Argentina

    PhD em Psicologia Musical pela University of Roehampton Surrey, Reino Unido. Professora de Metodologia de Disciplinas Profissionais e Audioperceptiva 1-2 na Faculdade de Belas Artes da
    Universidade Nacional de La Plata, Argentina. Diretora do LEEM (Laboratório de Estudos da Experiência Musical-FdA-UNLP). Ela lidera uma equipe de pesquisadores na área de Cognição Musical Incorporada. Sócia Fundadora e Primeira Presidenta da Sociedade Argentina de Ciências Cognitivas da Música (SACCoM). Sua pesquisa vincula aspectos da cognição musical incorporada, suas implicações epistemológicas para a teoria e prática do treinamento musical. Ele publicou e divulgou suas pesquisas nacional e internacionalmente. Em 2017 recebeu o Prêmio de Trajetória da Pesquisa Científica da Universidade Nacional de La Plata.

Referências

Abu-Mostafa, Yaser S., Magdon-Ismail, Malik, and Lin, Hsuan-Tien. 2012. Learning From Data. AMLBook.

Alimenti Bel, Demian and Martínez, Isabel C.. 2017. Atributos de la variación como rasgos de estabilidad en el tango. Patrones estilísticos en la producción de la música de Aníbal Troilo y Osvaldo Pugliese. Epistemus, 5(2):27–56.

Alimenti Bel, Demian and Martínez, Isabel C.. 2018. Narrando a Aníbal Troilo: Una propuesta de análisis narrativo y semiótico del estilo compositivo e interpretativo de su orquesta. In XXIII Conferencia de la Asociación Argentina de Musicología XIX Jornadas Argentinas de Musicología del Instituto Nacional de Musicología “Carlos Vega”, 84–85, La Plata, Argentina.

Alimenti Bel, Demian and Martínez, Isabel C.. 2019. El tango de ayer y de hoy. Un estudio de la temporalidad y el fraseo musical en el estilo de Aníbal Troilo. Revista del IIMCV, 33(1):151–178.

Alimenti Bel, Demian, Martínez, Isabel C., and Naveda, Luiz. 2018. Expressive microstructures of timing in the style of Aníbal Troilo’s tango orchestra. In International Conference on Music Perception and Cognition: Abstract Book, ICMPC, 293–294, Graz, Austria.

Alimenti Bel, Demian, Martínez, Isabel C., and Ordás, Alejandro. 2014a. Los mareados por la orquesta de Osvaldo Pugliese: La dinámica y la temporalidad de la yumba entendida a partir de los rasgos performativos emergentes del arreglo. In Música Latinoamericana: Tradición e Innovación, III Jornadas de la Escuela de Música de la U.N.R, Rosario, Argentina.

Alimenti Bel, Demian, Martínez, Isabel C., and Ordás, Alejandro. 2014b. Me suena a Pugliese: temporalidad de la yumba y su función en el estilo instrumental de Osvaldo Pugliese. In Nuevos escenarios y nuevos desafíos en la producción artística y proyectual contemporánea, JIDAP, La Plata, Argentina.

Almén, Byron. 2008. A Theory of Musical Narrative, volume 1 of 1. Indiana University Press, Bloomington; Indianapolis, 1 edition.

Battel, G. U. and R., Fimbianti. 1998. How to communicate expressive intentions in piano performance. In Proceedings of the XII Colloquium on Musical Informatics, 67–70, Udinese, Italia.

Bengtsson, Ingmar. 1974. Empirische Rhythmusforschung in Uppsala. Hamburger Jahrbuch für Musikwissenschaft, 1(1):195–219.

Bengtsson, Ingmar and Gabrielsson, Alf. 1983. Analysis and synthesis of musical rhythm. Studies of music performance, 1(39):27–59. Stockholm: Publications issued by the Royal Swedish Academy of Music,.

Cannam, Chris, Landone, Christian, Sandler, Mark B., and Bello, Juan Pablo. 2006. The Sonic Visualiser: A Visualisation Platform for Semantic Descriptors from Musical Signals. In Proc. of the 7th International Con- ference on Music Information Retrieval (ISMIR 2006), 324–327, Victoria, Canada.

Clarke, Erik. 1987. Categorical rhythm perception: An ecological perspective. In Action and perception in rhythm and music: Papers given at a symposium in the Third International Conference on Event Perception and Action., 19–33, Stockholmo, Suecia.

Clarke, Erik. 1988. Generative principles in music performance. In Sloboda, John, editor, Generative processes in music: the psychology of performance, improvisation, and composition, volume 1 of 1, chapter 1, 1–26. Oxford Scholarship, Oxford, Inglaterra, 1 edition.

Cook, Nicholas. 2007. Performance Analysis and Chopin’s Mazurkas. Musicae Scientiae, 11(2):183–207.

Earis, Andrew. 2007. An algorithm to extract expressive timing and dynamics from piano recordings. Musicae Scientiae, 11(2):155–182.

Eco, Humberto. 1968. La estructura ausente. Editorial Lumen, S.A.

Español, Silvia and Shifres, Favio. 2015. The Artistic Infant Directed Performance: A Mycroanalysis of the AdultÀs Movements and Sounds. Integrative Psychological and Behavioral Science, 49(1):371–397.

Friberg, Anders and Battel, Giovanni Umberto. 2002. Structural Communication. In Parncutt, Richard and McPherson, Gary, editors, The science and psychology of music performance: creative strategies for teaching and learning., volume 1 of 1, chapter 4, 199–218. Oxford Scholarship, New York, 1 edition.

Friberg, Anders and Sundberg, Johan. 1999. Does music performance allude to locomotion? A model of final ri- tardandi derived from measurements of stopping. Journal of the acoustical Society of America, 105(3):1469– 1484.

Gabrielsson, Alf. 1987. The theme from mozart’s piano sonata in A Major (K. 331): A comparison of five performances. Action and Perception in Rhythm and Music, 55(1):81–103.

Gabrielsson, Alf. 1999. The performance of music. In Deutsch, Diana, editor, Academic Press series in cognition and perception: A series of monographs and treatises.The psychology of music, volume 1 of 1, chapter 11, 501–602. Academic Press, San Diego, Estados Unidos, 2 edition.

Gómez, Emilia and Bonada, Jordi. 2005. Tonality Visualization of Polyphonic Audio. In Proceedings of International Computer Music Conference, ICMC, Barcelona, Spain.

Juslin, Patrik N., Friberg, Anders, and Bresin, Roberto. 2001. Toward a computational model of expression in music performance: The GERM model. Musicae Scientiae, 5(1):63–122.

Krebs, Harold. 2009. The expressive role of rhythm and meter in Schumann’s late lieder. A music-theoretical matrix: Essays in honor of Allen Forte., 1(1):98–267.

Leech-Wilkinson, Daniel. 2009. The Changing Sound of Music: Approaches to Studying Recorded Musical Performance. London, CHARM.

Lerch, Alexander, Arthur, Claire, Pati, Ashis, and Gururani, Siddharth. 2019. Music performance analysis: a survey. In Proceedings of the 20th International Society for Music Information Retrieval Conference (ISMIR)., 33–43, Delft, The Netherlands.

Lerdahl, Fred and Jackendoff, Ray. 1983. A generative theory of tonal music. Cambridge: MIT Press.

Martínez, Isabel C.. 2017. Hacer sentido con el cuerpo en la música. La realidad ampliada de la cognición musical. Revista Argentina de Musicología, 1(18):43–58.

Martínez, Isabel C., Español, Silvia, and Pérez, Diana. 2018. The interactive Origin and the Aesthetic Modelling of Image-Schemas and Primary Metaphors. Integrative Psychological Behavioral Science, 52(4):646–671.

Müller, Meinard, Jiang, Nanzhu, and Grosche, Peter. 2013. A Robust Fitness Measure for Capturing Repetitions in Music Recordings With Applications to Audio Thumbnailing. IEEE Transactions on Audio, Speech, and Language Processing, 21(3):531–543.

Palmer, Caroline. 1997. Music performance. Annual review of psychology, 48(1):115–138.

Povel, Dirk-Jan. 1977. Temporal Structure of Performed Music: Some Preliminary Observations. Acta Psychologica, 41(4):309–320.

Rasch, Rudolf A.. 1979. Synchronization in performed ensemble music. Acustica, 1(43):121–131.

Rasch, Rudolf A.. 1983. Timing and synchronization in ensemble performance. In Sloboda, John, editor, Generative processes in music: The psychology of performance, improvisation, and composition, volume 1 of 1, chapter 4, 199–213. OUP Oxford, Clarendon Press, 1 edition.

Repp, Bruno H.. 1990a. Composers’ pulses: Science or art? Music Perception, 1(7):423–434.

Repp, Bruno H.. 1990b. Patterns of expressive timing in performances of a Beethoven minuet by nineteen famous pianists. Journal of the Acoustical Society of America, 1(88):622–641.

Repp, Bruno H.. 1992. Diversity and commonality in music performance: An analysis of timing microstructure in Schumann’s "Träumerei.". Journal of the Acoustical Society of America, 1(92):2546–2568.

Repp, Bruno H.. 1994. Relational invariance of expressive microstructure across global tempo changes in music performance: An exploratory study. Psychological Research, 1(56):269–284.

Repp, Bruno H.. 1997. Acoustics, perception, and production of legato articulation on a computercontrolled grand piano. Journal of Acoustical Society of America, 102(3):1878–1890.

Rose, Richard Franklin. 1989. An analysis of timing in jazz rhythm section performance. PhD thesis, University of Texas at Austin.

Rosen, Charles. 1986. El estilo clásico Haydn, Mozart, Beethoven, volume 1 of 1. Alianza Música, Calle Juan Ignacio Luca de Tena, 15, 1 edition.

Rowland, David. 1994. Chopin’s tempo rubato in context. In Samson, Jim, editor, Chopin Studies 2, volume 2 of 5, chapter 11, 199–213. Cambridge University Press, Cambridge CB2 2RU, 1 edition.

Sapp, Craig. 2008. Hybrid Numeric/Rank Similarity Metrics for Musical Performance Analysis. In Proceedings of the 9th International Conference on Music Information Retrieval, 501–506, Philadelphia, USA.

Sapp, Craig Stuart. 2001. Harmonic Visualizations of Tonal Music. In Proceedings of the 2001 International Computer Music Conference, ICMC, 423–430, Havana, Cuba.

Sapp, Craig Stuart. 2007. Comparative Analysis of Multiple Musical Performances. In Proceedings of the 8th International Conference on Music Information Retrieval, ISMIR, 497–500, Vienna, Austria,.

Savitzky, Abraham. and Golay, M. J. E.. 1964. Smoothing and Differentiation of Data by Simplified Least Squares Procedures. Analytical Chemistry, 36(8):1627–1639.

Schachter, Carl. 1999. Unfoldings: Essays in Schenkerian Theory and Analysis, volume 1 of 1. Oxford University Press, 198 Madison Avenue, 1 edition.

Shaffer, L. Henry. 1981. Performances of Chopin, Bach, and Bartok: Studies in motor programming. Cognitive Psychology, 1(13):326–376.

Shaffer, L. Henry, Clrake, Erik, and Todd, Neil. 1985. Metre and rhythm in piano playing. Cognition, 1(20):61–77. Sloboda, John. 2001. Generative processes in music: the psychology of performance, improvisation, and composition. Oxford Scholarship.

Sloboda, John A.. 1983. The communication of musical metre in piano performance. Quarterly Journal of Experimental Psychology, 1(35):377–396.

Sloboda, John A.. 1985. Expressive skill in two pianists: Metrical communication in real and simulated performances. Canadian Journal of Psychology, 2(39):273–293.

Tarasti, Eero. 1994. A Theory of Musical Semiotics. Indiana University Press.

Todd, Neil. 1985. A model of expressive timing in tonal music. Music Perception, 1(3):33–57.

Widmer, Gerhard and Goebl, Werner. 2004. Computacional models of expressive music performance: The state of art. Journal of New Music Research, 33(3):203–216.

Publicado

2021-06-21

Edição

Seção

Artigos em Português/Espanhol

Como Citar

“Análise De interpretações De Tango Usando Ferramentas Computacionais: O Estilo De interpretação De Aníbal Troilo Interpretando Mi refúgio”. 2021. Per Musi, nº 40 (junho): 1-26. https://doi.org/10.35699/2317-6377.2020.26898.