Afinal de Contas Quem Sou Eu? Ah, Este é o Grande Enigma!: (Re)negociação de Significados na (Des)construção do Nexo Identitário como Professora-Pesquisadora que Ensina sobre Ciências

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.28976/1984-2686rbpec2019u515535

Palabras clave:

identidade, negociação de significados, professora-pesquisadora, nexo identitário, ensino sobre ciências

Resumen

Nosso objetivo é a compreensão da identidade tanto como nexo de multifiliação, quanto conciliação das distintas formas de afiliação a comunidades sociais para entender como a (re)negociação de significados forja um nexo identitário como professora-pesquisadora que ensina sobre ciências. Essa é uma investigação qualitativa em que adotamos como dispositivo de investigação a história de vida, sendo a narrativa autobiográfica utilizada como fonte para a produção dos dados, os quais foram analisados segundo o constructo de identidade na prática, proposto por Jean Lave e Etienne Wenger. Para ajudar-nos nessa análise, fazemos uma interlocução com as Aventuras de Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho, evidenciando o mérito do diálogo entre ciência e arte para a produção de conhecimentos. Uma vez que pertencemos a várias comunidades sociais, (re)negociamos maneiras de ser um membro em cada uma delas, (des)construindo uma identidade de afiliação, assim como criamos meios de continuidade entre essas comunidades mediante a reconciliação identitária.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Patrícia Petitinga Silva, Universidade Federal da Bahia

Professora do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia

Andréia Maria Pereira de Oliveira, Universidade Federal da Bahia

Professora Adjunta da Faculdade de Educação
da Universidade Federal da Bahia; Integrante do Grupo de Pesquisa Ensino de Ciências e Matemática
(ENCIMA)

Citas

Barbosa, J. C. (2015). Formatos insubordinados de dissertações e teses na Educação Matemática. In B. S. D’ambrosio, B. S., & C. E. Lopes (Orgs.), Vertentes da subversão na produção científica em educação matemática (pp. 347–367). Campinas, SP: Mercado de Letras.

Blomster, J., Venn, S., & Virtanen, V. (2014). Towards Developing a Common Conception of Research-Based Teaching and Learning in an Academic Community. Higher Education Studies, 4(4), 62–75. http://dx.doi.org/10.5539/hes.v4n4p62

Buxner, S. R. (2014). Exploring How Research Experiences For Teachers Changes Their Understandings Of The Nature Of Science And Scientific Inquiry. Journal of Astronomy & Earth Sciences Education, 1(1), 53–68.

Cachapuz, A. F. (2012). Do ensino das ciências: seis ideias que aprendi. In A. F. Cachapuz, A. M. P. D. Carvalho, & D. Gil-Perez (Orgs.), O ensino das ciências como compromisso científico e social: os caminhos que percorremos (pp. 11–32). São Paulo, SP: Cortez.

Caine, V., Murphy, M. S., Estefan, A., Clandinin, D. J., Steeves, P., & Huber, J. (2016). Exploring the Purposes of Fictionalization in Narrative Inquiry. Qualitative Inquiry, 23(3), 215–221. https://doi.org/10.1177/1077800416643997

Carroll, L. (2013). Alice: Aventuras de Alice no País das Maravilhas & Através do Espelho. Tradução de Maria Luiza X. de A. Borges. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar.

Carvalho, A. M. P. (2004). Critérios Estruturantes para o Ensino das Ciências. In A. M. P. Carvalho (Org.), Ensino de ciências: unindo a pesquisa e a prática (pp. 1–17). São Paulo, SP: Pioneira Thomson Learning.

Catani, D. B., & Vicentini, P. P. (2003). “Minha vida daria um romance”: lembranças e esquecimentos, trabalho e profissão nas autobiografias de professores. In A. C. V. Mignot, & M. T. S. Cunha (Orgs.), Práticas de memória docente (pp. 149–166). São Paulo, SP: Cortez.

Crotty, M. (1998). The foundations of social research: Meaning and perspective in the research process. London: Sage.

Cruz, E. P., & Barzano, M. A. L. (2014). Saberes docentes: um olhar para uma dimensão não exigida nas trajetórias de professores-pesquisadores do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. Investigações em Ensino de Ciências, 19(1), 117–139.

Delory-Momberger, C. (2011). Fundamentos epistemológicos da pesquisa biográfica em educação. Educação em Revista, 27(1), 333–346. https://doi.org/10.1590/S0102-46982011000100015

Denzin, N. K., & Lincoln, Y. S. (2006). Introdução: A disciplina e a prática da pesquisa qualitativa. In N. K. Denzin, & Y. S. Lincoln (Orgs.), O planejamento da pesquisa qualitativa: Teorias e abordagens (pp. 15–41). Tradução de Sandra Regina Netz. 2. ed. Porto Alegre, RS: Artmed.

Diniz-Pereira, J. E. (2011). O ovo ou a galinha: a crise da profissão docente e a aparente falta de perspectiva para a educação brasileira. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 92(230), 34–51. http://dx.doi.org/10.24109/2176-6681.rbep.92i230.541

Fagundes, T. B. (2016). Os conceitos de professor pesquisador e professor reflexivo: perspectivas do trabalho docente. Revista Brasileira de Educação, 21(65), 281–298. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-24782016216516

Freire, P. (1996). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25. ed. São Paulo: Paz e Terra.

Galeffi, D. A. (2009). O rigor nas pesquisas qualitativas: uma abordagem fenomenológica em chave transdisciplinar. In R. S. Macedo, D. A. Galeffi, & A. Pimentel, Um rigor outro sobre a qualidade na pesquisa qualitativa: educação e ciências humanas (pp. 13–74). Salvador, BA: EDUFBA.

Hall, S. (2006). A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução de Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A.

Huberman, M. (2005). Trabajando con narrativas biográficas. In H. Mcewan, & K. Egan (Comps.), La narrativa en la enseñanza, el aprendizaje y la investigación (pp. 183–235). Buenos Aires, AR: Amorrortu.

Impedovo, M. A., & Khatoon Malik, S. (2016). Becoming a Reflective In-service Teacher: Role of Research Attitude. Australian Journal of Teacher Education, 41(1), 100–112.

Irwin, W., Davis, R. B. (2010). Introdução: Você está atrasado para um importante encontro marcado. In W. Irwin, & R. B. Davis, Alice no País das Maravilhas e a filosofia: cada vez mais e mais curioso (pp. 11–12). Tradução de Camila Zanon. São Paulo, SP: Madras.

Josso, M. C. (2006). Os relatos de histórias de vida como desvelamento dos desafios existenciais da formação e do conhecimento: Destinos sócio-culturais e projetos de vida programados na invenção de si. In E. C. Souza, & M. H. M. B. Abrahão (Orgs.), Tempos, narrativas e ficções: A invenção de si (pp. 21–40). Porto Alegre, RS: EDIPUCRS, EDUNEB.

Lave, J., & Wenger, E. (1991). Situated learning: legitimate peripheral participation. Cambridge: Cambridge University Press.

Lloyd, M. S. (2010). Alice rebelde: uma perspectiva feminista de algumas aventuras no País das Maravilhas. In W. Irwin, & R. B. Davis, Alice no País das Maravilhas e a filosofia: cada vez mais e mais curioso (pp. 15–24). Tradução de Camila Zanon. São Paulo, SP: Madras.

MEC (2015). Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada. Brasília: Conselho Nacional de Educação. Recuperado em 27 de setembro de 2018, de http://portal.mec.gov.br/docman/agosto-2017-pdf/70431-res-cne-cp-002-03072015-pdf/file

Nietzsche, F. W. (2013). O Livro do Filósofo. Tradução de Antonio Carlos Braga. São Paulo: Escala.

Nóvoa, A., & Finger, M. (1988). O método (auto)biográfico e a formação. Lisboa: MS/DRHS/CFAP.

Oliveira, D. X., & Chapani, D. T. (2017). A pesquisa na formação em exercício de professores de Ciências e Biologia. Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências, 19,1–19. http://dx.doi.org/10.1590/1983-21172017190107

Passeggi, M. C. (2016). Narrativas da experiência na pesquisa-formação: do sujeito epistêmico ao sujeito biográfico. Roteiro, 41(1), 67–86. http://dx.doi.org/10.18593/r.v41i1.9267

Pekel, F. O., & Akçay, S. (2018). Are science teachers really aware of the importance of educational research? European Journal of Education Studies, 4(3), 196–214. https://doi.org/10.5281/zenodo.1199533

Pineau, G. (2006). As histórias de vida como artes formadoras da existência. In E. C. Souza, & M. H. M. B. Abrahão, Tempos, narrativas e ficções: a invenção de si (pp. 41–59). Porto Alegre, RS: EDIPUCRS/EDUNEB.

Praia, J. F. (2012). Contributo para uma leitura possível de um percurso profissional. In A. F. Cachapuz, A. M. P. Carvalho, & D. Gil-Pérez, (Orgs.), O ensino das ciências como compromisso científico e social: os caminhos que percorremos (pp. 53–74). São Paulo, SP: Cortez.

Richard, V, & Bélanger, M. (2018). Accepting research: Teachers’ representations of participation in educational research projects. International Journal of Educational Methodology, 4(2), 61–73. http://dx.doi.org/10.12973/ijem.4.2.61

Ricoeur, P. (1994). Tempo e narrativa (tomo 1). Tradução de Constança Marcondes Cesar. Campinas: Papirus.

Schütze, F. (2010). Pesquisa biográfica e entrevista narrativa. In W. Weller, & N. Pfaff (Orgs.), Metodologias da Pesquisa Qualitativa em Educação: Teoria e Prática (pp. 210–222). Petrópolis, RJ: Vozes.

Silva, P. P., Oliveira, A. M. P., & Souza, E. C. (2017). Parecia mesmo um grupo estrambótico: (re)negociações identitárias na participação em comunidades de prática. Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências, 19, 1–17. http://dx.doi.org/10.1590/1983-21172017190134

Silva, P. P., Oliveira, A. M. P., & Souza, E. C. (2018a). “Mais parece um saca-rolha que um caminho!”: identidades contingentes de pesquisadora em ciências biológicas a pesquisadora em ciências humanas. Revista Brasileira de Educação, 23, 1–19. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-24782018230092

Silva, P. P., Oliveira, A. M. P., & Souza, E. C. (2018b). E agora, quem sou eu? Vou me lembrar, se puder! Estou decidida!: (des)construções identitárias de uma professora que ensina sobre Ciências. Educação em Revista, 34, 1–22. http://dx.doi.org/10.1590/0102-4698183635

Soares, M. (2001). Metamemória-memórias: travessia de uma educadora. 2. ed. São Paulo: Cortez.

Souza, E. C. (2006). A arte de contar e trocar experiências: reflexões teórico-metodológicas sobre história de vida em formação. Revista Educação em Questão, 25(11), 22–39.

Tartuce, G. L. B. P., Nunes, M. M. R., & Almeida, P. C. A. (2010). Alunos do Ensino Médio e atratividade da carreira docente no Brasil. Cadernos de Pesquisa, 40(140), 445–477.

Zeichner, K. M. (1998). Para além da divisão entre professor-pesquisador e pesquisador acadêmico. In C. M. Geraldi, D. Fiorentini, E. M. Pereira (Orgs.), Cartografia do trabalho docente: professor(a)-pesquisador(a) (pp. 207–236). Campinas, SP: Mercado de Letras/ABL.

Wenger, E. (1998). Communities of practice: Learning, meaning, and identity. Cambridge: Cambridge University Press.

Publicado

2019-10-18

Cómo citar

Silva, P. P., & de Oliveira, A. M. P. (2019). Afinal de Contas Quem Sou Eu? Ah, Este é o Grande Enigma!: (Re)negociação de Significados na (Des)construção do Nexo Identitário como Professora-Pesquisadora que Ensina sobre Ciências. Revista Brasileira De Pesquisa Em Educação Em Ciências, 19, 515–535. https://doi.org/10.28976/1984-2686rbpec2019u515535

Número

Sección

Artigos