Assembleia popular horizontal de Belo Horizonte
A experiência de uma construção utópica da política
DOI:
https://doi.org/10.35699/2525-8036.2017.5027Palavras-chave:
Assembleia popular, Horizontalidade, Junho de 2013, ProfanaçãoResumo
Neste artigo, construído a partir de práticas e vivências na Assembleia Popular Horizontal de Belo Horizonte, proponho uma chave de leitura da sua potencialidade profanadora enquanto um possível lateral – utópico - da realidade política da cidade. Dessa forma, através da radicalidade das ideias da construção popular direta e da horizontalidade, eixos orientadores de suas ações, a assembleia apresentou realidades alternativas ao fazer político consagrado na modernidade pelos ideais de representação e de hierarquia. Por trilhas complexas, a APH traçou o seu caminho na história da cidade, ora aproximando-se do poder instituído, dialogando com compreensões habermasianas, ora negando-o por completo, dialogando com compreensões agambenianas da política, mas sempre colocando-se de maneira crítica à realidade, tendo reconhecido nela mesma o seu potencial de emancipação.
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