Capturando Borboletas
A intertextualidade como gesto biográfico em Não Estou Lá
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-5864.2022.35184Palavras-chave:
Não Estou Lá, Todd Haynes, intertextualidade, Bob Dylan, cinebiografiaResumo
Lançado em 2007, o filme Não Estou Lá pode ser definido como uma rede de intertextualidades, tecidas pelo realizador Todd Haynes com o intuito de analisar, questionar e dar a conhecer novos pontos de vista sobre a obra do músico Bob Dylan. Ao colocar os conceitos inerentes ao estudo dessa intertextualidade em diálogo com as ferramentas de análise fílmica, a presente reflexão procura demonstrar o modo como o cineasta se apropria das linguagens dos dispositivos biográficos do cinema (documentário, drama romântico e entrevista) para refletir e traduzir audiovisualmente as diversas personas do cantor. Neste processo, e ao longo de 135 minutos de filme, Haynes eleva Não Estou Lá do estatuto de mero retrato imagético do legado de Dylan a comentário crítico sobre a tradição das cinebiografias.
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