A cidade como Morada-Expandida

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/2238-2046.2023.45464

Palavras-chave:

Morada, Cidade, Deriva, Ressignificação

Resumo

Este artigo busca demonstrar como a cidade pode ser apreendida simbolicamente enquanto Morada-Expandida, a partir da experiência de Deriva e de seus desdobramentos de criação poética. Para isto, são apresentados argumentos históricos, filosóficos e psicológicos que tratam da cidade como símbolo de abrigo, valendo-se do pensamento poético de Gaston Bachelard sobre a Morada e a análise psicológica de James Hillman sobre a cidade. A Deriva situacionista é apropriada como técnica de criação poética, capaz de romper com um ideal capitalista e fazer emergir no sujeito outras subjetividades relativas ao território. Se o lar é a casa dotada de três elementos – a memória, o afeto e a identidade –, a cidade, ao adquirir simbolicamente estes elementos, pode ser percebida como uma Morada.

Biografia do Autor

Mariana Fonseca Laterza, UFMG

Doutoranda em Artes na linha de pesquisa Artes Visuais pelo Programa de Pós-Graduação da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (PPG-Artes/EBA/UFMG) e mestre em Artes pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG).

Referências

BACHELARD, G. A filosofia do não; O novo espírito científico; A poética do espaço. Seleção de textos e introdução de José Américo Motta Pessanha. Tradução de Joaquim José Moura Ramos et al. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

BACHELARD, G. A Poética do Espaço. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

BALDAN, L. P. Lugares que habitam lugares. Arte & Ensaios, Rio de Janeiro, v. 21, n. 21, p. 42-51, dez. 2010.

BARROS, J. M. Introdução. In: BARROS, J. M. Cultura e comunicação nas avenidas de contorno em Belo Horizonte e La Plata. Belo Horizonte: PUC Minas, 2005. p. 1-8.

BARROS, J. M. Cidade, Modernidade e Contemporaneidade. In: BARROS, J. M. Cultura e comunicação nas avenidas de contorno em Belo Horizonte e La Plata. Belo Horizonte: PUC Minas, 2005. p. 8-54.

BARROS, J. M. Cidade de Imagens e Imagens da Cidade. In: BARROS, J. M. Cultura e comunicação nas avenidas de contorno em Belo Horizonte e La Plata. Belo Horizonte: PUC Minas, 2005. p. 54-89.

BENJAMIN, W. Baudelaire e a modernidade. Tradução e edição de João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

BONDIA, J. L. Notas sobre a experiência e o saber da experiência. Revista Brasileira de Educação, n. 19, p. 20-28, mar. 2002.

CARERI, F. Walkscapes: o caminhar como prática estética. Prefácio de Paola Berenstein Jacques. Tradução de Frederico Bonaldo. São Paulo: Editora G. Gili, 2013.

CAVALCANTE, R. Thomas Hobbes e a Teoria do Contrato Social em analogia com o meio em que se vive na Favela da Rocinha. Jusbrasil. 2017. Disponível em: http://quelcavalcs.jusbrasil.com.br/artigos/454207833/thomas-hobbes-e-a-teoria-do-contrato-social-em-analogia-com-o-meio-em-que-se-vive-na-favela-da-rocinha. Acesso em: 5 jul. 2018.

CAVALCANTI, T. R. de A. Jung. 2. ed. São Paulo: Publifolha, 2009.

FERREIRA, B. R. Vejo ruínas por onde passo, crio paisagens quando me desloco. In: ENCONTRO DA ANPAP, 25., 2016, Porto Alegre. Arte: seus espaços e/em nosso tempo. Porto Alegre: ANPAP, 2016. p. 1429–1440.

FLUSSER, V. Filosofia da Caixa Preta: ensaios para uma futura filosofia da fotografia. São Paulo: Hucitec, 1985.

FREUD, S. O futuro de uma ilusão. Tradução de Renato Zwick. Porto Alegre: L&PM, 2011.

GALFETTI, G. G. Minha casa, meu paraíso. [s. l.]: Blau, 1999.

GOULART, F. Urbano ornamento: inventário de grades ornamentais em Belo Horizonte (e outras belezas). Belo Horizonte: Urbano Ornamento, 2014.

HILLMAN, J. Cidade & Alma. Tradução de Gustavo Barcellos e Lúcia Rosenberg. São Paulo: Studio Nobel, 1993.

JUNG, C. G. et al. El Hombre y sus Símbolos. Madrid: Aguilar, 1966.

JUNG, C. G. Psicologia do Inconsciente. 23. ed. Petrópolis: Vozes, 2013. (v. 7/1).

LATERZA, M. A Cidade como Morada-Expandida: Derivas por Belo Horizonte e Experiências Estéticas em Gravura. 2018. 310 p. Dissertação (Mestrado em Artes) – Universidade do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2018.

LATERZA, M. Roteiro estético das minas enganosas. Belo Horizonte: Memória Gráfica Edições, 2002.

LE BRETON, D. “Ficar em silêncio e caminhar são hoje em dia duas formas de resistência política”. Entrevista por Paulo Bujalance, Málaga, 19 de outubro de 2017. Artigo publicado originalmente no Diario de Sevilla. Desenhares. 2017. Disponível em: https://desenhares.wordpress.com/2017/10/21/ficar-em-silencio-e-caminhar-sao-hoje-em-dia-duas-formas-de-resistencia-politica/. Acesso em: 27 jan. 2018.

LYNCH, K. A Imagem da Cidade. Tradução de Maria Cristina Tavares Afonso. 3. ed. [s. l.]: WMF Martins Fontes, 2011.

MAGNANI, J. G. C. De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana. Revista brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 17, n. 49, p. 11-29, jun. 2002.

PERRONE, M. P. M. S. B. A imaginação criadora: Jung e Bachelard. Associação Junguiana do Brasil (AJB), Instituto de Psicologia da USP (IPUSP). Disponível em: http://www.ip.usp.br/laboratorios/lapa/versaoportugues/2c30a.pdf. Acesso em: 27 jan. 2018.

PESSOA, F. Cancioneiro. [s. l.]: Ciberfil Literatura Digital, 2002.

SOLNIT, R. Wanderlust. [s. l.]: Penguin Books, 2000.

RANCIÈRE, J. O dissenso. In: NOVAES, Adauto (org.). A crise da razão. São Paulo: Companhia das Letras; Brasília, DF: Ministério da Cultura; Rio de Janeiro: Fundação Nacional de Arte, 1996.

TIBERGHIEN, G. A. A cidade nómade. In: CARERI, F. Walkscapes: o caminhar como prática estética. Prefácio de Paola Berenstein Jacques. Tradução de Frederico Bonaldo. São Paulo: Editora G. Gili, 2013. p.17-22.

Downloads

Publicado

2023-08-01

Como Citar

LATERZA, M. F. A cidade como Morada-Expandida. PÓS: Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG, Belo Horizonte, v. 13, n. 28, p. 160–187, 2023. DOI: 10.35699/2238-2046.2023.45464. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistapos/article/view/45464. Acesso em: 12 maio. 2024.