Tempo da vingança
a arte como modo de suspender o céu
DOI:
https://doi.org/10.35699/2238-2046.2025.56970Palavras-chave:
cosmologia indígena, curadoria indígena, história da arte, vingançaResumo
Este artigo busca analisar como a exposição Nakoada: estratégias para a arte moderna faz do mote da “vingança” um modo de articular cosmologia indígena e história para combater o modo de agência histórica humana que conduziu o planeta à crise climática e social que é possível nomear “queda do céu” ou Antropoceno. Mais especificamente, interessa compreender como os curadores, Denilson Baniwa e Beatriz Lemos, afirmam uma agência artística pautada por uma atitude de cuidado/cautela que, diferentemente da conduta temporal “atropelada” que orientaria a arte ocidental moderna, busca ocupar o museu para torná-lo um dos territórios capazes de resistir à crescente pressão por aceleração temporal nas sociedades contemporâneas.
Downloads
Referências
ALVES, Jucimara Braga; KIRCHOF, Edgar Roberto. O modernismo revisitado pela arte indígena: DenilsonBaniwa e a re-antropofagia. Organon, Porto Alegre, v. 38, n. 75, p. 1-22, jul. 2023. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/organon/article/view/131214. Acesso em: 14 dez. 2025.
BANIWA, Francy; KADIWEL, Idjahure. A arte como continuação da guerra por outros meios. In: LEMOS, Beatriz; BANIWA, Denilson; LAFUENTE, Pablo (org.). Nakoada: estratégias para a arte moderna. Rio de Janeiro: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 2022. p. 21-24.
CAUQUELIN, Anne. Arte contemporânea: uma introdução. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
CHAKRABARTY, Dipesh. O clima da história: quatro teses. Sopro, Florianópolis, n. 91, p. 2-25, jul. 2013. Disponível em: https://www.culturaebarbarie.org/sopro/n91s.pdf. Acesso em: 19 nov. 2024.
COMPAGNON, Antoine. Os cinco paradoxos da modernidade. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
CUNHA, Manuela Carneiro da; VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Vingança e temporalidade: os Tupinambá. Journal de la Société des Américanistes, Nanterre, França, n. 71, p. 57-78, 1985. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6354. Acesso em: 11 dez. 2024.
DIDI-HUBERMAN, Georges. Quando as imagens tocam o real. PÓS: Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG, Belo Horizonte, v. 2, n. 4, p. 212-213, 2012. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistapos/article/view/15454. Acesso em: 17 ago. 2024.
EMOÇÃO CRIATIVA #29: Entrevista com Denilson Baniwa – Hackers, mitologia e amor. Emoção Criativa, 25 jul. 2023. Podcast. Disponível em: https://www.emocaocriativa.com/podcast/episode/3a1362ac/29-denilson-baniwa-hackers-mitologia-e-amor. Acesso em: 13 dez. 2024.
FERTILE EARTH: Véxoa and Contemporary Indigenous Art in the Pinacoteca of São Paulo. 28 jan. 2021. 1 vídeo (23 min). Publicado pelo canal Culturas of Antirracismo na América Latina. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7VnYH4VgaAE. Acesso em: 20 set. 2024.
FREYESLEBEN, Alice Fernandes. A Terra na história e a história na Terra: desdobramentos da noção de Antropoceno na narrativa histórica. 2022. 303 f. Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2022.
FREYESLEBEN, Alice Fernandes. Os tempos do Antropoceno: reflexões sobre limites, intensidade e duração. História, São Paulo, v. 42, e2023038, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1980-4369e2023038. Acesso em: 12 dez. 2024.
GALERIA JAIDER ESBELL. Pata’yewan: Coração do Mundo. In: GALERIA JAIDER ESBELL.Epu-Tîto: Artes e indígenas hoje. 2017. Textos de curadoria. Disponível em: http://www.jaideresbell.com.br/site/2017/06/05/exposicao-epu-tito-artes-e-indigenas-hoje-textos-da-curadoria-8/. Acesso em: 10 fev. 2025.
GELL, Alfred. A rede de Vogel: armadilhas como obras de arte e obras de arte como armadilhas. Arte & Ensaios, Rio de Janeiro, n. 8, p. 175-191, 2001. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/ae/article/view/50036. Acesso em: 24 nov. 2024.
GROPIUS, Walter. O manifesto da Bauhaus (1919). Movimento, São Paulo, n. 13, 2019. Disponível em: https://movimentorevista.com.br/2019/07/o-manifesto-da-bauhaus-1919/. Acesso em: 10 set. 2024.
GUMBRECHT, Hans Ulrich. Depois de “depois de aprender com a história”, o que fazer com o passado agora? In: NICOLAZZI, Fernando (org.). Aprender com a história? O passado e o futuro de uma questão. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2011. p. 25-42.
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
KRENAK, Ailton. Futuro ancestral. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
LATOUR, Bruno. Onde aterrar? Como se orientar politicamente no Antropoceno. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020.
LEMOS, Beatriz; BANIWA, Denilson. Práticas de enfrentamentos. In: LEMOS, Beatriz; BANIWA, Denilson; LAFUENTE, Pablo (org.). Nakoada: estratégias para a arte moderna. Rio de Janeiro: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 2022. p. 9-11.
MENEZES, Adriana Vilar de. As referências indígenas no Modernismo: do caráter antropofágico à reantropofagia. Ciência e Cultura, São Paulo, v. 74, n. 2, p. 1-5, jun. 2022. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252022000200018. Acesso em: 14 dez. 2024.
NASCIMENTO, Luiz Augusto Sousa. No rastro da cobra-grande: cosmologias e territorialidades no Médio Rio Negro. Aceno: Revista de Antropologia do Centro-Oeste, Cuiabá, v. 5, n. 10, p. 207-222, dez. 2018. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/aceno/article/view/6609. Acesso em: 14 dez. 2024.
NODARI, Alexandre. A metamorfologia de Macunaíma: notas iniciais. Critic: Crítica Cultural, Palhoça, v. 15, n. 1, p. 41-67, jun. 2020. Disponível em: https://portaldeperiodicos.animaeducacao.com.br/index.php/Critica_Cultural/article/view/9417. Acesso em: 12 dez. 2024.
REINALDIM, Ivair. Tópicos sobre curadoria. Poiésis, Rio de Janeiro, v. 16, n. 26, p. 15-28, dez. 2015. Disponível em: https://periodicos.uff.br/poiesis/article/view/22857. Acesso em: 12 set. 2024.
REINALDIM, Ivair. Produção cultural indígena e história da arte no Brasil: entre arte e artefato, armadilhas como problema metodológico. Modos: Revista de História da Arte, Campinas, v. 1, n. 1, p. 25-39, abr. 2017. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/mod/article/view/8663184. Acesso em: 12 dez. 2024.
TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda europeia e modernismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1997.
TURIN, Rodrigo. Antropoceno e futuros presentes: entre regime climático e regimes de historicidade potenciais. Topoi, Rio de Janeiro, v. 24, n. 54, p. 703-724, dez. 2023. Disponível em: https://www.scielo.br/j/topoi/a/trWLrgpLgFhfBHMPHkcYFtD/. Acesso em: 13 dez. 2024.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Everton Moraes

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado
- É responsabilidade dos autores a obtenção da permissão por escrito para usar em seus artigos materiais protegidos por lei de Direitos Autorais. A Revista PÓS não é responsável por quebras de direitos autorais feitas por seus colaboradores.







