Black Mirror e a cegueira moral da Modernidade

Autores

  • Maria Visconti Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Palavras-chave:

Black Mirror, Cegueira Moral, Extermínio

Resumo

A série televisiva Black Mirror, criada por Charlie Brooker, nos apresenta um futuro de distopia, onde a tecnologia avançada tomou conta da vida das pessoas, e com tons de ficção científica. A série, apesar de se passar em um espaço de tempo desconhecido, nos apresenta elementos sociais muito familiares. O episódio retratado nesse texto, Engenharia reversa (Men against fire), nos coloca questionamentos e desconfortos que o sociólogo Zygmunt Bauman há muito tempo nos alertava: de que não aprendemos nada com o Holocausto, e de que a sociedade estaria em perigo até hoje, do mesmo jeito que estava em perigo em 1933. O objetivo desse artigo é fazer uma relação entre esse episódio e as teorias de Bauman e Hannah Arendt, acerca das lições do totalitarismo, dos elementos modernos que tornaram o Holocausto possível e da cegueira moral que acomete a sociedade moderna, fazendo com que não estejamos livres de outro Holocausto. Essa concepção se insere na proposta de Pierre Rosanvallon, nos usos da história para o presente e no constante diálogo entre o passado e o presente na história filosófica do político.

Biografia do Autor

  • Maria Visconti, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
    Licenciada em história pela Universidade Federal de Minas Gerais. Mestranda em História e Culturas Políticas pela Universidade Federal de Minas Gerais.

Referências

ENGENHARIA REVERSA. Black Mirror. Netflix: episódio 5, temporada 3. Lançamento 21 de outubro de 2016.
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Publicado

2017-05-31