A ilha da Utopia como ponto de chegada

Autores

  • Eduardo Leite Lisboa Universidade Estadual de Ponta Grossa

Palavras-chave:

utopia, literatura de viagem, idade média

Resumo

O presente texto não se quer inovador. Thomas More, A Utopia, o século XVI e suas gentes foram objetos de inúmeras reflexões historiográficas com qualidade notável – não sem razão, haja vista o legado que este humanista deixou na cultura ocidental com a criação do famoso neologismo grego até hoje ressignificado e apropriado. Destarte, proponho um mergulho mais profundo nas águas do tempo a fim de encontrar as âncoras desta fictícia criação insular, pois, como denunciam as narrativas de viagens, por milênios o espírito humano buscou seu alter mundus, um locus amoenus em contraste com o ordinário. Por meio de um referencial teórico que dialoga com a literatura enquanto fonte e possuindo a longa duração como horizonte, objetiva-se demonstrar o manancial do qual se emerge a ilha da Utopia; ou seja, analisar a tradição literária possibilitadora de uma das maiores obras do Renascimento.

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Biografia do Autor

Eduardo Leite Lisboa, Universidade Estadual de Ponta Grossa

Graduando em História - Licenciatura (UEPG).

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Publicado

2018-09-28