Editorial
DOI:
https://doi.org/10.17851/1983-3652.11.2.i-iiiResumo
Seguindo o ciclo de publicações no primeiro ano em que a revista Texto Livre se torna quadrimestral, com lançamento de três números por ano, apresentamos o segundo número do volume 11 de 2018, edição atemática desse ano.
Na trilha Linguística e Tecnologia, trazemos seis artigos. Carlos Böes de Oliveira, em “Quando eu sou o Outro: problemas de ethos e identidade no filme Pequeno Grande Homem”, estuda a relação da construção do ethos e da identidade no personagem principal do filme Pequeno Grande Homem (Little Big Man, 1970) de Arthur Penn, além de salientar as representações do Outro (os nativos norte-americanos) na narrativa fílmica. Em “Interculturalidade, representação e identidade em contextos de aprendizagem de língua estrangeira via teletandem”, Adriana Celia Alves analisa as representações que emergiram das interações de teletandem entre os aprendizes de línguas estrangeiras quanto aos aspectos histórico-políticos de seus países, discutindo as negociações dessas representações no processo interacional em diálogo com o outro interagente. Sheila de Carvalho Pereira Gonçalves, em “Campo temático: possibilidade de organização de um dicionário infantil”, analisa a organização, a partir de campos temáticos, dos lexemas da proposta de dicionário temático infantil online, o DTI, em construção, especialmente desenvolvida para alunos que cursam do segundo ao quinto ano do ensino fundamental. Daniel da Silva Santos, Iara Cristina Araújo Nogueira e Cid Ivan da Costa Carvalho, em “Sistema automático de transcrição fonológica para o português”, apresentam um sistema automático de transcrição fonológica para o português, utilizando a tecnologia de estados finitos, obtendo um nível satisfatório para a maior quantidade de palavras dessa língua. Em “Ethos de violência, uma reflexão discursiva sobre comunidades virtuais que agridem professores”, Morgana Soares da Silva investiga os diferentes níveis de ethos de violência encontrados nas redes sociais Orkut, Facebook e Twitter, comparando-os e categorizando seus tipos. Por fim, Simone Cristina Mussio, em “Novos gêneros do discurso, novas formas de ensino: as diferenças entre as videoaulas na atualidade”, mostra como os gêneros sofrem alterações em decorrência do momento histórico no qual estão inseridos, estudando o gênero videoaula youtubiana como uma atualização do gênero aula.
Reunindo a maior quantidade de artigos, a próxima trilha, Educação e Tecnologia, traz oito artigos neste número. Para começar, Mária Aparecida Vergna e Antônio César Machado Silvia, em “A incorporação das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) pelos professores de língua portuguesa das escolas estaduais de ensino médio de Linhares – ES”, relatam uma pesquisa de campo para identificar como está ocorrendo a incorporação das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC), em especial o computador e a internet, na prática pedagógica dos professores de Língua Portuguesa do Ensino Médio da rede estadual de Linhares-ES. Em “Objetos de aprendizagem e ensino de literatura: inovação ou tradição?”, Marly Aparecida Fernandes discute a dimensão pedagógica e as possibilidades de uso significativo de objetos de aprendizagem para ensinar literatura no contexto brasileiro de Ensino Médio, na perspectiva dos multiletramentos. Rodrigo Camargo Aragão e Iky Anne Fonseca Dias, em “Tecnologias digitais, biologia do conhecer e pesquisa-ação no ensino de línguas”, tomam como base a experiência de uma professora-pesquisadora de inglês em uma pesquisa-ação para pensar sobre como práticas de ensino-aprendizagem de línguas com tecnologias digitais e o processo de reflexão na pesquisa fortalecem transformações no fazer pedagógico dessa professora, mostrando que o potencial das tecnologias digitais está nas ações, emoções e redes de relações colaborativas que podem ser propiciadas com elas. Em “Novas formas de aprender e ensinar: a integração das tecnologias de informação e comunicação (TIC) na formação de professores da educação básica”, Renata Reis Chiossi e Christine Sertã Costa apresentam e discutem um caso de utilização de material didático com propostas de trabalho com as TIC, disponibilizado por meio de um curso de formação para docentes da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC-RJ), via plataforma Moodle, com o objetivo de capacitar e oferecer estratégias para incentivar os educadores a inserirem as tecnologias de informação e comunicação em suas práticas docentes de forma contextualizada e planejada pedagogicamente. Edmilson Francisco e Patrícia Vasconcelos Almeida, em “Blogs educacionais não institucionais no processo de ensino-aprendizagem de língua portuguesa: uma revisão bibliográfica”, apresentam um levantamento bibliográfico feito com amostras de trabalhos acadêmicos publicados e disponibilizados online de 2015 até o final do 1º semestre de 2017, sobre a temática da utilização dos blogs educacionais não institucionais no processo de ensino-aprendizagem de língua portuguesa, mostrando que a maioria das publicações trata do blog como ferramenta de ensino-aprendizagem e foi do tipo teórico-reflexiva. Fernanda Beatriz da Costa Miranda de Carvalho, Cristhiane Pereira de Lima, Alessandra Dutra, Vanderley Flor da Rosa e Jair de Oliveira, em “Uso de recursos podcast e webquest no estudo do tema avaliação na educação infantil”, discutem os resultados da aplicação das ferramentas podcast e webquest na apresentação do conteúdo “Avaliação na Educação Infantil” a alunos de uma escola pública localizada ao norte do Paraná, de um curso de formação de professores, modalidade Médio Integrado, voltado para formação de docentes da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Em “Hipertexto e saberes docentes”, Andréa Lourdes Ribeiro relata a pesquisa realizada sobre os Planos de Aula de Língua Portuguesa disponíveis no Portal do Professor (MEC) com o objetivo de compreender como o professor tem lidado com o hipertexto enquanto objeto de ensino-aprendizagem, demonstrando a pluralidade de sentidos atribuídos ao hipertexto. Fechando esta trilha, Vanessa Luciene Pereira da Silva e Williany Miranda da Silva, em “Conteúdos de língua Portuguesa em videoaulas para o ENEM”, analisam a estratégia de abordagem do conteúdo de Língua Portuguesa em videoaulas do projeto “ENEM na palma da mão”, cujos resultados sinalizam a recorrência de mesma estratégia de abordagem de ensino em diferentes eixos e conteúdos de Língua Portuguesa.
Na trilha Semiótica e Tecnologia, temos três artigos. Luiza Helena Oliveira da Silva e Elias da Silva iniciam com o texto “Espaços e sentidos em disputa: confrontos na praça e no Facebook”, buscando delinear o que pode representar uma abordagem em semiótica do espaço, especificamente Araguaína (TO), ao investigar questões relativas ao modo como os sujeitos constroem sentidos para o lugar e, ao mesmo tempo, o modo como o lugar pode ser pensado como um significante. Em “Morde&Assopra – Zariguim e Naomi: o perigo da ausência de uma semiótica da face do robô humanoide”, Vanda Maria Sousa considera, a partir da novela brasileira Morde&Assopra, a representação do conceito de robô parceiro/amigo, focando as duas personagens robô amigáveis: Zariguim e Naomi. Natália Cipolaro Guirado, em “Imagens científicas na semiótica e fotografias de Star Wars”, apresenta uma revisão bibliográfica do percurso histórico da semiótica francesa, que possibilita abordagem da imagem científica, ilustrando com uma breve análise de imagens científicas apresentadas em fotografias de dois filmes: Star Wars Episódio I: A Ameaça Fantasma (1999) e Star Wars Episódio III: A Vingança dos Sith (2005).
Na trilha Comunicação e Tecnologia, Úrsula Cunha Anecleto apresenta uma análise teórico-conceitual sobre a ética do discurso como fundamento para a ação comunicativa nas interações em redes sociais tecnológicas, no artigo “Tecnologias digitais, ação comunicativa e ética do discurso em redes sociais”.
Na última trilha deste número, Tecnologia da Informação e Computação, temos um único artigo: “Análise da usabilidade na comunidade Leitores BR do aplicativo Amino”, em que Andrea Silva Souza e Zuleica Camargo trazem um estudo de caso que aborda a usabilidade como instrumento na avaliação da informação na comunidade Leitores BR do aplicativo Amino, mostrando que há alguns requisitos de usabilidade não contemplados na organização da interface.
Esse conjunto de artigo mostra, de certa forma, desenvolvimentos teóricos, práticos e teórico-práticos atuais na complexa rede que parte das relações entre linguagem, tecnologia, semiótica, comunicação e tecnologias.
Desejamos, mais uma vez, uma leitura produtiva a todos os leitores da nossa revista.
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