Diferenças na experiência de cárie dental em crianças residentes em áreas urbanas e rurais

Autores

  • Aline Mendes Silva Universidade Federal de Minas Gerais
  • Andréa Maria Duarte Vargas Universidade Federal de Minas Gerais
  • Efigênia Ferreira e Ferreira Universidade Federal de Minas Gerais

Palavras-chave:

Cárie dentária, Desigualdades em saúde, Saúde pública

Resumo

As desigualdades sociais possuem grande impacto sobre a saúde das populações. As áreas rurais brasileiras apresentam indicadores sócio-econômicos piores que as respectivas áreas urbanas e, desta forma, configuram um importante pólo de concentração para os agravos à saúde bucal. O objetivo deste estudo foi avaliar as diferenças na experiência de cárie em escolares de 4 a 14 anos de idade do meio urbano e rural da cidade de Igaratinga, Minas Gerais. Foi realizado um censo com todas as crianças em idade escolar, matriculadas na rede municipal de ensino. Foram examinados 744 escolares empregando-se os códigos e critérios preconizados pela OMS. A análise dos dados permitiu observar relação estatisticamente significativa do índice de cárie dentária nas diferentes regiões (rural e urbana) do município (p<0,001). Observou-se o ceo-d e o CPO-D menos elevado na área urbana, que possui água fluoretada, para todas as idades em relação às áreas rurais. O ceo-d e o CPO-D médios foi de 1,13 (±0,84) e 0,8 (±0,64), respectivamente para a área urbana. Para a área rural a média do ceo-d foi de 1,71 (±1,62), e do CPO-D foi de 2,06 (±1,65). Nesse sentido, sublinha-se a importância da fluoretação das águas de abastecimento público, não só como recurso para a redução dos níveis de cáries, como também para atenuar o impacto das desigualdades sócio-econômicas sobre a prevalência da cárie dentária.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Marmot M, Feeney A. General explanations for social inequalities in health. Lyon: International Agency for Research on Cancer;1997.

Székely M, Hilgert M. The 1990s in Latin America: another decade of persistent inequality. Washington: Inter-American Development Bank Research Department; 1999.

Brasil. Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008 – Publicado para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Indicadores de desenvolvimento humano In:. Combater as alterações climáticas:Solidariedade humana num mundo dividido. Cap 4, 2007. [acesso em 2007 nov 27]. Disponível em: http://www.pnud.org.br/pobrezadesigualdade/ reportagens/index.php?id01=2823&lay =pde

Patussi MP, Marcenes W, Croucher R, Sheiham A. Social deprivation, income inequality, social cohesion and dental caries in Brazilian school children. Soc Sci Med. 2001;53:915-25.

Matos DL, Lima-Costa MF, Guerra HL,Marcenes W. Bambuí Project: an evaluation of private, public and unionized dental services. Rev Saude Publica. 2002;36:237-43.

Gomes PR, Costa SC, Cypriano S, Souza MLRS. Dental caries in Paulínia, São Paulo State, Brazil, and WHO goals for 2000 and 2010. Cad Saúde Pública. 2004;20:866-70.

Viana, ALA, Fausto, MCR, Lima LD. Políticade saúde e eqüidade. Cad Saúde Pública. 2003;17:58-68.

Lucas SD, Portela MC, Mendonça LL. Variações no nível de cárie dentária entre crianças de 5 e 12 anos em Minas Gerais, Brasil. Cad Saúde Pública. 2005;21:55-63.

Antunes JLF, Junqueira SR, Frazão P, Bispo CM, Pegoretti T, Narvai PC. City-level gender differential in the prevalence of dental caries e restorative dental treatment. Health Place. 2003;9:231-9.

Spolidorio DMP, Hofling JF, Moreira D, Rodrigues JAO, Boriollo MFG, Rosa EAR. Dental caries status in deciduous and permanent dentition of Brazilian children aged 6-8 years with a socio-economic base. Braz J Oral Sci.2003;2:147-50.

Oliveira CMB, Assis DF, Ferreira EFE. Avaliação da fluoretação da água de abastecimento público de Belo Horizonte, MG, após 18 anos. Rev CROMG. 1995;1:62-6.

Narvai PC, Castellanos RA, Frazão P. Prevalência de cárie em dentes permanentes de escolares do Município de São Paulo, SP, 1970-1996. Rev Saúde Pública. 2000;34:196- 200.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Indicadores de Desenvolvimento Sustentável. IBGE. 2004. [acesso em 2005 fev 05]. Disponível em: www.ibge.gov.br

Brasil. Portaria n. 1101/GM, de 13 de junho de 2002. Estabelece os parâmetros de cobertura assistencial conforme deliberação n. 8 de 04 de abril de 2002 do Conselho Nacional de Saúde. Diário Oficial da União Brasília (DF); 2002.

Organização Mundial de Saúde. Levantamento epidemiológico básico em saúde bucal: manual de instruções. 2ªed. São Paulo: Santos, 1991.

World Health Organization – WHO. World Health Organization – WHO. Calibration of examiners for oral health epidemiology surveys.Technical Report. Geneva; 1993.

Eklund SA, Moller IJ, Leclercq MH. Calibrating examiners for oral health epidemiological surveys. Geneva: World Health Organization – WHO; 1996.

Word Health Organization – WHO. Oral health surveys, basics methods. Geneva; 1997.

Klein H, Palmer CE. Dental caries in American indian children. Bull Publ. Health Soc. 1937;239.

Nadanovsky P. O declínio da cárie. In: Pinto VG, organizador. Saúde bucal coletiva. 4ªed. São Paulo: Santos; 2000. p.341-51.

Weyne SC. A construção do paradigma de promoção de saúde: um desafio para as novas gerações. In: Kriger L, organizador. Promoção de saúde bucal. São Paulo: Artes Médicas, 1997.p.1-26.

Baldani MH, Vasconcelos AGG, Antunes JLF. Association of the DMFT index with socioeconomic and dental services indicators in the state of Paraná, Brazil. Cad Saúde Pública. 2004;20:143-52.

Mello TRC, Antunes JLF. Prevalência de cárie dentária em escolares da região rural de Itapetininga, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2004;20:829-35.

Baldani MH, Narvai PC, Antunes JLF. Cárie dentária e condições sócio-econômicas no Estado do Paraná, Brasil. Cad Saúde Pública. 2002;18(3):755-63.

Moysés S. O conceito de promoção de saúde na construção de sistemas de atenção em saúde bucal coletiva. In: Kriger, L. Promoção de Saúde Bucal. São Paulo: Artes Médicas, 1997. p. 371-407.

Antunes JLF, Peres MA, Mello TRC. Individual and contextual determinants of dental treatment needs of children with primary dentition in Brazil. Cien Saúde Coletiva. 2006;11:79-87.

Moysés SJ. Desigualdade em saúde bucal e desenvolvimento humano: um ensaio em preto, branco e alguns tons de cinza. Rev Bras Odontol Saúde Coletiva. 2000;1:7-17.

Ministério da Saúde. Projeto SB Brasil 2003. Condições de saúde bucal da população brasileira 2002-2003: resultados principais. Brasília: Coordenação de Saúde Bucal; 2004.

World Health Organization - WHO. The world oral health report 2003: continuous improvement of oral health in the 21st century: the approach of the WHO Global Oral Health Programme. Geneva; 2003.

Marthaler TM. Changes in dental caries 1953- 2003. Caries Res. 2004;38:173-81.

Diesenforf M. The mystery of declining tooth decay. Nature. 1986;322:125-9.

Peres MAA, Traebert JL, Marcenes WC. Levantamento epidemiológico em saúde bucal em escolares de 6 e 12 anos de idade do município de Blumenau-SC, 1998: relatório final. Blumenau; 1998.

Jones CM, Taylor GO, Whittle JG, Evans D, Trotter DP. Water fluoridation, tooth decay in 5 year olds and social deprivation measured by the Jarman score: analysis of data from British dental surveys. BMJ. 1997;315:514-7.

Burt BA. Fluoridation and social equity. J Public Health Dent. 2002;62:195-200.

Downloads

Publicado

2016-04-04

Como Citar

Silva, A. M., Vargas, A. M. D., & Ferreira e Ferreira, E. (2016). Diferenças na experiência de cárie dental em crianças residentes em áreas urbanas e rurais. Arquivos Em Odontologia, 45(3). Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/arquivosemodontologia/article/view/3505

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>