Produção de forragem e eficiência no uso do nitrogênio em capim-corrente
DOI:
https://doi.org/10.35699/2447-6218.2022.38750Palavras-chave:
Composição morfológica, Constante de Michaelis-Menten, Massa seca de forragem, Parâmetros cinéticos, Urochloa mosambicensisResumo
Objetivou-se testar o efeito de doses de nitrogênio (N) sobre a produção, composição morfológica, estrutura e eficiência no uso do N (EUN) em capim-corrente (Urochloa mosambicensis). Foi utilizado delineamento em blocos ao acaso com seis repetições e seis tratamentos referentes às doses de 0, 25, 50, 75, 100 e 125 mg/dm³ de N. O experimento foi conduzido em casa de vegetação e o N foi aplicado por solução nutritiva. Houve efeito significativo do N sobre as variáveis de produção, composição morfológica e características estruturais, exceto para porcentagem de folhas. As doses de N estimularam linearmente a massa seca total (MST), que aumentou 224,11% com a aplicação de 125 mg/dm3. Também houve efeito positivo sobre o número de perfilhos, que aumentou 82,60%. O uso de 125 mg/dm³de N aumentou o número de inflorescências em 712,29%. Houve aumento significativo da proporção de colmos e inflorescência nas plantas adubadas com N. O Kd, valor estimado que corresponde a dose de N necessária para a obtenção da metade da produção máxima teórica de MST (13.157,8 mg/vaso), correspondeu a 27,72 mg/dm3 de N. Para essa dose, a eficiência aproximada no uso do N foi de 40,5 mg de MST para cada mg de N. O N aumenta linearmente a produção de massa seca total e de folhas, mas o aumento está associado a maior proporção de colmos e inflorescências na forragem. O aumento da dose de N reduz a EUN, sendo recomendadas doses de 27,72 mg/dm³ e 23,03 mg/dm³ para se otimizar a produção de massa seca total e de folhas do capim-corrente, respectivamente.
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