Uma leitura de Chico Buarque

a representação heterodiscursiva do Brasil em Meu Guri (1981) e Essa Gente (2019)

Autores

  • Filipe de Freitas Gonçalves Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-0739.26.2.165-186

Palavras-chave:

Chico Buarque, teoria do romance, Bakhtin

Resumo

A partir da hipótese desenvolvida por Bakhtin, em sua Teoria do Romance, sobre o caráter heterodiscursivo do gênero romanesco, este artigo procura analisar o mais recente romance de Chico Buarque, Essa Gente (2019), e a canção Meu Guri (1981), do mesmo autor, no sentido de destrinchar, de um lado, o caráter romanesco da canção buarqueana e, por outro, a forma de construção do romance em questão. As análises vão na direção de perceber como o Chico letrista já exercitava formas de expressão discursiva típicas do romance e como essas formas se manifestam plenamente e mais complexificadas quando ele se dedica à prosa romanesca. Além disso, as duas análises lidam com os problemas sociais de que o autor trata nas duas obras em questão.

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Biografia do Autor

  • Filipe de Freitas Gonçalves, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

    Graduado em Letras (Bacharelado em Língua Portuguesa, com ênfase em Estudos Literários (2017) e Licenciatura (2018)) na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Faz
    Mestrado em Literatura na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) na Área de Literatura Brasileira. Seu interesse de pesquisa está voltado à história da literatura brasileira, teoria da literatura (gêneros literários, romance), a relação entre a história literária e questões sociais no Brasil.

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Publicado

2021-03-18