Uma leitura de Chico Buarque
a representação heterodiscursiva do Brasil em Meu Guri (1981) e Essa Gente (2019)
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.26.2.165-186Palavras-chave:
Chico Buarque, teoria do romance, BakhtinResumo
A partir da hipótese desenvolvida por Bakhtin, em sua Teoria do Romance, sobre o caráter heterodiscursivo do gênero romanesco, este artigo procura analisar o mais recente romance de Chico Buarque, Essa Gente (2019), e a canção Meu Guri (1981), do mesmo autor, no sentido de destrinchar, de um lado, o caráter romanesco da canção buarqueana e, por outro, a forma de construção do romance em questão. As análises vão na direção de perceber como o Chico letrista já exercitava formas de expressão discursiva típicas do romance e como essas formas se manifestam plenamente e mais complexificadas quando ele se dedica à prosa romanesca. Além disso, as duas análises lidam com os problemas sociais de que o autor trata nas duas obras em questão.
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