Paulo Henriques Britto e a poesia como forma de (não) dizer e de dizer o não
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-0739.28.1.14-32Palavras-chave:
Poesia contemporânea, Poesia brasileira, Paulo Henriques Britto, Giorgio Agamben, Alberto PucheuResumo
O presente artigo busca identificar na obra poética de Paulo Henriques Britto formas de atravessar o conceito de contemporâneo, com base em um diálogo com os pensadores Alberto Pucheu, Giorgio Agamben e Friedrich Nietzsche. A decisão de Britto de levar às últimas consequências o exercício formal revela-se uma posição singular de pensamento sobre a negatividade na linguagem, a ausência de sentido, o eterno retorno do mesmo, o silêncio constitutivo do dizer, ampliando, no tocante à recepção e à cena da poesia brasileira contemporânea, o repertório de respostas aos paradigmas de nosso tempo. Dessa maneira, as análises propostas desafiam uma trama de paradoxos, como a de potência e ato, escuridão e claridade, vazio e matéria, de modo a evidenciar diferentes possibilidades de perscrutar um objeto que não pode ser referenciado ou institucionalizado: o presente.
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