Flautas transversais renascentistas

história, construção e experimento com madeiras brasileiras

Autores

Palavras-chave:

Flauta transversal renascentista, Música da renascença, Construção de instrumentos musicais, Madeiras brasileiras na luteria

Resumo

Originária da flauta transversal alemã do séc. XII, a flauta transversal renascentista, também chamada de traverso, atingiu o ápice de sua popularidade entre os séculos XVI e XVII. Como tantos outros instrumentos musicais acústicos, as técnicas para sua construção e para seleção dos materiais utilizados, em especial das madeiras, são ditadas muito mais pela tradição e por generalizações intuitivas do que por indicações resultantes de pesquisa científica empírica. Este trabalho descreve uma breve história das flautas renascentistas, sua utilização, suas formas de execução e, principalmente, sua construção, a fim de avaliar até que ponto a seleção de materiais é importante para determinar as características qualitativas do instrumento, sendo que para este último ponto, foram utilizadas madeiras nacionais não tradicionais (como imbuia e sucupira), para a confecção, gerando bons exemplares.

Biografia do Autor

  • Rodrigo Bueno Ferreira, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

    Rodrigo Bueno Ferreira é graduado em Luteria (2011) e em Letras (2009); mestre em Linguística (2013); e doutorando em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal do Paraná. Integra os grupo de pesquisa Linguagem e Cultura UFPR/CNPq e Luteria UFPR/CNPq. Possui trabalhos relacionados à luteria, à comunicação ficcional e à Pragmática.

  • Henry Maas, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

    Henry Maas é graduado em Tecnologia em Luteria pela Universidade Federal do Paraná (2012), com habilitação em instrumentos elétricos. Possui interesse na área de design de instrumentos musicais, teorias das cores e softwares auxiliares em Luteria.

  • Luiz Cesar Savi, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

    Luiz Cesar Savi é graduado em Tecnologia em Luteria (2011) e em Estatística (2000), pela Universidade Federal do Paraná e em Economia (1986), pela Universidade Federal de Santa Catarina; especialista em Finanças pelo Centro de Desenvolvimento Empresarial da Faculdade de Administração e Economia (1993). Atuou como professor no departamento de Economia da Fundação de Ensino do Vale do Itajaí, como analista de sistemas de manutenção nas Centrais Elétricas do Suldo Brasil S. A. e como superintendente de Administração Financeira na Itaipu Binacional.

  • Thiago Corrêa de Freitas , Universidade Federal do Paraná (UFPR)

    Thiago Corrêa de Freitas é bacharel em Física (2007); mestre em Física (2009); e doutor em Física (2012) pela Universidade Federal do Paraná. Violinista amador, participou de cursos como as Oficinas de Música de Curitiba e integrou a Orquestra Filarmônica da UFPR. Atua como vice-coordenador e professor de Acústica no curso Superior de Tecnologia em Luteria da UFPR, sendo pesquisador do grupo de pesquisa Luteria UFPR/CNPq, na linha Acústica e Funcionamento de Instrumentos Musicais.

  • Aloísio Leoni Schmid, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

    Aloísio Leoni Schmid é engenheiro mecânico (1990), com mestrado (1993) e doutorado (1996) em Engenharia, atuando na UFPR desde 1997. Leciona metodologia científica e disciplinas relacionadas a calor, iluminação, ar e acústica em edificações no curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo, mestrado em Engenharia da Construção Civil. Atuou também na coordenação do curso de Luteria, sendo atualmente chefe do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPR. Na UFPR, pesquisa a simulação de edificações e tem desenvolvido aplicativos próprios, que incluem análise e auralização em acústica de salas. Tem longa prática extensionista, atuando em projetos e eventos relacionados à disseminação da música de câmera. 

Referências

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Publicado

2015-06-10

Edição

Seção

Artigos em Português/Espanhol

Como Citar

“Flautas Transversais Renascentistas: História, construção E Experimento Com Madeiras Brasileiras”. 2015. Per Musi, nº 31 (junho): 1-15. https://periodicos.ufmg.br/index.php/permusi/article/view/38651.