Uma discussão sobre a teoria da textura e o conceito de densidade-compressão de Wallace Berry

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/2317-6377.2023.40979

Palavras-chave:

Textura, Wallace Berry, Densidade-compressão, Temporalidade, Linearidade e não-linearidade

Resumo

A teoria da textura desenvolvida por Wallace Berry permite visualizar o papel que a textura desempenha dentro da música, podendo relacionar tal elemento com o delineamento da forma musical. No entanto, as análises feitas por Berry podem não ser aplicáveis a repertórios em que a componente temporal dominante seja diferente à linearidade, ou o devir, dos períodos clássicos e românticos, ou seja, repertórios que têm como poética composicional temporalidades não-lineares que tendem ao presente do ser. Nesse tipo de repertorio, a teoria de Berry pode ser aplicável parcialmente, isto é, unicamente sobre os aspectos quantitativos, a saber, os conceitos de densidade-número, densidade-compressão e espaço-textural. Este trabalho aprofunda-se no indicador de densidade-compressão proposto por Berry, o qual é modificado para identificar os segmentos de alta compressão, avaliando, assim, as caraterísticas de compressão a partir de suas disposições internas, e não de seus aspectos globais, como fora definido por Berry.

Biografia do Autor

  • Alejandro Jara, Universidade do Estado de Santa Catarina

    Alejandro Aladino Astudillo Jara é violonista, produtor de concerto, arranjador e compositor. Como musicista e pesquisador, tem interesse num repertório contemporâneo com ênfase na temporalidade, assim como a utilização de tecnologias na análise e composição musical. Gosta de manter a tradição de violonista-arranjador, trazendo para o repertório violonístico peças de outros instrumentos. É membro fundador da equipe Concertinho, grupo de violonistas que leva à comunidade de Florianópolis o fazer violonístico desde 2017, organizando recitais de violão e música de câmara, de forma periódica e em diferentes pontos de aceso gratuito na cidade.

  • Luigi Antonio Irlandini, Universidade do Estado de Santa Catarina

    Luigi Antonio Irlandini, compositor e instrumentista (piano e shakuhachi), e professor de Música na UDESC em Florianópolis, Brasil, pesquisa temporalidades musicais e a presença de conteúdos não-modernos na composição contemporânea. Seus escritos acadêmicos estão publicados nos periódicos Perspectives of New Music (E.U.A.), Gaudeamus MuziekWeek (Holanda), Per Musi, Opus e Vórtex (Brasil), entre outros. Significativas performances recentes de sua música são: Axis Mundi, para orquestra de cordas, Bienal de Música Brasileira Contemporânea, Rio de Janeiro, 2021, e Ākāśa, para shakuhachi e meios fixos (CD Ākāśa e plataformas digitais, 2019).

Referências

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Publicado

2023-10-19

Edição

Seção

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Como Citar

“Uma discussão Sobre a Teoria Da Textura E O Conceito De Densidade-compressão De Wallace Berry”. 2023. Per Musi 24 (outubro): 1-19. https://doi.org/10.35699/2317-6377.2023.40979.

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