Mapas conceptuais progressivos como suporte de uma estratégia construtivista de aprendizagem de conceitos mecânicos por alunos do 9º ano de escolaridade – que resultados e atitudes?
Resumo
O presente trabalho é consequência de um estudo de reflexão-acção envolvendo a aprendizagem de conceitos mecânicos por alunos do 9º ano de escolaridade. O estudo começou por uma planificação, baseada num Vê do conhecimento (ou Vê de Gowin), de toda a actividade teórico-prática a realizar. Para produzir essa planificação, começámos por analisar as condições em que deveria decorrer o trabalho de campo e por reflectir sobre alguns princípios a que deveria obedecer a estratégia construtivista de aprendizagem a aplicar nas aulas. Decidimos realisticamente respeitar as condições em que, na grande maioria dos casos, decorrem as aulas de Físico-químicas do 9º ano nas escolas portuguesas. Assim, optámos por uma estratégia baseada no conhecimento prévio de cada aluno, na construção de mapas conceptuais progressivos por cada um deles, na apresentação e discussão dos mapas pelos seus autores no grupo – turma, mediada pelo professor e num processo de “évaluation formatrice” (Abrecht, R., 1994, p. 48-60). Esta avaliação formadora assentou fundamentalmente na «negociação das ideias» baseada nos diversos mapas intencionalmente seleccionados pelo professor após análise em casa e na própria aula, por revelarem dificuldades que importava ir ultrapassando, e no auto-controlo da aprendizgem pelos alunos. Este processo «interactivo» de aprendizagem - avaliação permitiu não só o controlo das aprendizagens dos alunos pelo professor, mas também uma negociação de ideias que estimulou o controlo de cada um deles pela sua própria aprendizagem, que foi sendo deste modo permanentemente estimulada. A questão-foco da pesquisa, previamente discutida e concertada entre os autores desta comunicação, foi a seguinte: Será que uma estratégia construtivista baseada na construção de mapas conceptuais progressivos pelos alunos e num processo de avaliação formadora é mais eficaz para a aprendizagem de conceitos mecânicos do 9º ano e desenvolve atitudes mais favoráveis nos alunos do que uma estratégia de ensino mais tradicional? Como objectos/acontecimentos recorremos a duas turmas de alunos do 9º ano de escolaridade seleccionadas pelo facto de se afigurarem à partida bastante equivalentes, facto que o estudo que efectuámos logo de início nos permitiu confirmar. Uma turma serviu de grupo experimental e outra de grupo de controlo no design do trabalho de campo, de índole quase experimental, que concebemos. Para além dos mapas conceptuais cuja análise de conteúdo nos permitiu ir acompanhando e classificando a evolução conceptual dos alunos, recorremos como é típico de um plano quase–experimental a um pré-teste e a um pós teste, sujeitos a um processo de validação directa (validação facial prévia) e indirecta (através da determinação do coeficiente de fidelidade, erro padrão de medição e erro padrão da média). Utilizámos também uma escala de Likert e um questionário com os alunos. A pesquisa que efectuámos teve obviamente algumas limitações que nesta comunicação serão apontadas, mas, apesar destas, permitiu-nos extrair algumas conclusões favoráveis ao uso deste tipo de estratégia e também proporcionar algumas sugestões úteis aos professores que trabalham nas condições difíceis que reinam na grande maioria das escolas do ensino básico do nosso país.
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