Impactos do Conhecimento das Ciências Naturais para o Desempenho no ENEM: Considerações sobre a Desigualdade Científico-tecnológica para a Justiça Social
DOI:
https://doi.org/10.28976/1984-2686rbpec2021u12171246Palabras clave:
Desigualdade, Exame Nacional do Ensino Médio, Sociologia da Educação, Ciências da NaturezaResumen
Partindo da perspectiva das sociologias da educação e da ciência, o presente artigo tem como objetivos: analisar o desempenho de estudantes em ciências da natureza comparativamente a outras áreas do conhecimento do Exame Nacional do Ensino Médio; analisar o desempenho dos candidatos de instituições públicas e privadas; apresentar considerações preliminares que indicam como a presença de laboratórios científicos nas escolas podem dar indícios de melhoria no desempenho. Avança-se o debate mobilizando o conceito de desigualdade científico-tecnológica e boa vontade cultural, para propor uma interpretação dos dados que permita a comparação entre desempenho de alunos nessas diferentes redes de ensino no que se refere ao conhecimento das ciências da natureza. A seleção dos dados reporta-se aos microdados do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) — edição 2017 — em que foram investigados os estudantes matriculados no terceiro ano do ensino médio, que acertam na faixa de 600 a 1000 pontos em ciências da natureza, de modo a comparar esses resultados com as outras áreas do saber. Os dados mostram que alunos das escolas públicas estaduais possuem um desempenho entre áreas proporcionalmente mais significativo nas ditas de exatas (e em redação) do que alunos das escolas privadas. Ainda, é encontrada nessa faixa de desempenho uma baixa representatividade dos alunos das escolas públicas em oposição à rede privada, que pode ser interpretada como uma característica marcadamente da desigualdade social e educacional no país.
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