Vida, pensamento e verdade em Rashomon de Kurosawa
DOI:
https://doi.org/10.35699/2525-8036.2025.58514Palavras-chave:
Efeito Rashomon, Verdade, Subjetividade, Hegel, ÉticaResumo
O artigo analisa o filme Rashomon de Akira Kurosawa, explorando a tríade vida, pensamento e verdade por meio do chamado "efeito Rashomon", em que múltiplos relatos subjetivos de um mesmo evento criminal se apresentam como inconciliáveis. O autor relaciona essa narrativa à filosofia hegeliana, destacando a dialética entre o espírito subjetivo (experiências vitais), o objetivo (julgamento institucional) e o absoluto (reflexão filosófica). Kurosawa demonstra como a verdade se oculta atrás de perspectivas egoístas e contradições, mas sugere que a ética e a ação redentora – personificadas no lenhador que adota uma criança abandonada – permitem recuperar a credibilidade humana. A análise enfatiza que a verdade não pode dissociar-se da bondade, seguindo a visão sistêmica de Hegel, em que filosofia, arte e ética convergem para superar a fragmentação da subjetividade. O filme também critica códigos de honra tradicionais e reflete o contexto pós-guerra japonês, simbolizado pela chuva e pela reconstrução moral.
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