Big Brother is watching you! Ser ou não ser online... Ou a tela como a nossa morada tecnológica
DOI:
https://doi.org/10.17851/1983-3652.7.2.162-173Palavras-chave:
novas mídias, tecnologia, telas, público/privado.Resumo
Resumo: O presente artigo pretende responder à questão: de que forma as telas se interpõem entre o sujeito e a realidade, no contexto das Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação, em particular no caso das telas da televisão (no formato do Reality Show) e das telas de computador (na profusão das Redes Sociais)? Utilizando a metodologia interpretativista, é nosso objetivo tomar como ponto de partida a etimologia de técnica e tecnologia para estabelecer o caráter tecnológico do relacionamento do homem com a realidade. Demonstrada essa premissa, convocaremos os conceitos heideggerianos (dasein e ge-stell) para interpretar o modo como a tecnologia da tela responde a uma necessidade social de felicidade, que provém das mídias num mundo que se re-descobre icônico. Cada um de nós é convocado, na vida do dia a dia, para um importante encontro, especial e urgente, com a representação do seu próprio eu face a uma tela, a qual será o seu próprio espaço de felicidade. Pretendemos aferir se, hoje, são hipervalorizadas as ideologias que traduzem a realidade em concepções binárias do mundo, projetando o dasein na demanda pela unidade (1), opondo-o ao insucesso (0), de cada vez que se usa uma tela mais como um espelho ou uma janela, esquecendo a sua função de ge-stell e fazendo disso a promoção, não da forma de descoberta do dasein, mas, em vez disso, da abertura para o próprio lugar dos simulacros.Palavras-chave: novas mídias; tecnologia; telas, público/privado.
Abstract: This article seeks to answer the question: how the screens are interposed between the subject and reality, in contexts of the New Technologies of Information and Communication, particularly in the case of television screens (in the reality show format) and computer screens (by the profusion of social networks)? Using the interpretative methodology, our goal is to take as a starting point the etymology of technic and technology to establish the technological nature of man’s relationship with reality. Once this premise is demonstrated, we will convene the Heideggerian concepts (dasein and ge-stell) to interpret how the technology of the screen meets a social need for happiness that comes from the media in a world that re-discovers itself as iconic. Each of us is called upon, in our day-to-day life, to an important, special and urgent meeting with the representation of our own selves, against a screen, where will be its own place of happiness. We intend to assess whether ideologies are hiper-evaluated today, especially when translating reality into binary conceptions of the world, projecting dasein on the demand for unity (1), opposing it to failure (0), each time using the screen more like a mirror or a window, and forgetting its function as a ge-stell by making it a promotion, and not doing it as a way to discover dasein, but, instead, as the opening of the simulacra itself.
Keywords: new media; tecnhology; screen; public/private.
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Referências
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