É sabido, através de estudos históricos, que a relação dos torcedores com o futebol vem ao longo dos tempos modifi-cando-se, em consonância com o momento vivido. Inicial-mente, a presença da mulher ou do homem em um estádio ou em um campo, para assistir uma partida de futebol, tinha como finalidade conhecer aquela novidade que aparecia, so-bretudo nas cidades maiores e mais desenvolvidas. Logo, essa assistência se transforma em vínculo de pertencimento por uma determinada agremiação e consequentemente no torcer. Esse torcer, que inicialmente acontece de maneira individualizada, cambia com o crescimento do próprio fute-bol, em um torcer coletivizado.
As torcidas, sempre cumprindo o dever de realizarem a festa no estádio, já estiveram a serviço dos clubes, na tentati-va de controle de sua gente, no caso, as memoráveis Torcidas Uniformizadas e também já cumpriram (e ainda cumprem) o papel de críticos dos dirigentes, reivindicando melhores elencos e resultados esperados; falamos aqui das famosas Torcidas Organizadas. Contudo, esse espectro de torcedor e torcidas é amplo, acontecendo em diversos lugares, de di-versas maneiras e por diferentes grupos. O torcer se expres-sa desde o conhecido estádio ou nas recentes arenas, na vár-zea ou mesmo nos calçadões para incentivar aquele time de praia. Isso, sem esquecer da novidade, de que essa relação torcedores e torcidas com seus respectivos clubes, também tem acontecido, de maneira intensa, através das telas dos celulares e computadores.
São, cada vez mais grupos que se constituem em torno da paixão comum por um clube e se reúnem por afinidades, objetivos e formas diversos. É isso que vemos nesse número da revista FuLiA/UFMG.
Veröffentlicht: 2022-10-11