Práticas Epistêmicas no Ensino Remoto Emergencial: Desenvolvendo o Conhecimento Conceitual no Estudo da Chama

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.28976/1984-2686rbpec2022u13871413

Palabras clave:

Previsões e Hipóteses, Ensino de Ciências, Ensino Remoto, Combustão

Resumen

Inserir as práticas epistêmicas nas aulas de Ciências tem sido defendido como uma possibilidade de promoção de aprendizagens mais amplas que incluem o conhecimento conceitual e o entendimento de como esse conhecimento é construído. Neste trabalho, objetivamos analisar a evolução de hipóteses construídas por estudantes do Ensino Fundamental ao longo de atividades realizadas durante o ensino remoto emergencial e a forma como essas atividades auxiliaram no entendimento dos conceitos envolvidos no estudo da chama. Para isso, desenvolvemos um conjunto de aulas nas quais o vídeo foi o modo semiótico mais explorado. A produção de dados se deu com base nas aulas síncronas gravadas em vídeo e nos formulários preenchidos pelos estudantes nas aulas assíncronas. Na análise, levamos em conta as manifestações dos estudantes durante as aulas síncronas e as respostas aos formulários, com foco principalmente nas práticas epistêmicas de fazer previsões e de elaborar hipóteses, considerando categorias presentes na literatura. Observamos um grande envolvimento dos aprendizes durante as discussões síncronas e nas atividades assíncronas. Além disso, ao explorarmos a elaboração de previsões e hipóteses para fenômenos relacionados à combustão, foram potencializadas a significação e a apropriação conceitual, possibilitando que os aprendizes pensassem cientificamente sobre fenômenos do contexto.

Referencias

Barbosa, J. P. V., & Borges, A. T. (2006). O entendimento dos estudantes sobre energia no início do ensino médio. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 23(2), 182–217. https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/6275

Ben Ames. (26 de Abril, 2012). What is a Flame? [Vídeo]. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=5ymAXKXhvHI

Bicalho, H., Oliveira, L., & Justi, R. (2022). Processos de Produção de Representações Vivenciados por Estudantes em Contextos de Ensino Fundamentado em Modelagem. Impacto, (1), e65299, 1–37. https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/impacto/article/view/65299

Birk, J. P., & Lawson, A. E. (1999). The persistence of the candle-and-cylinder misconception. Journal of Chemical Education, 76(7), 914–916. https://doi.org/10.1021/ed076p914

Brown, T. L., Lemay Jr., H. E., Bursten, B. E., & Burdge, J. R. (2005). Química: a ciência central (R. M. Matos, Trad.). Pearson Prentice Hall (1993).

Clark, D. B., Sengupta, P., Brady, C. E., Martinez-Garza, M. M., & Killingsworth, S. S. (2015). Disciplinary Integration of Digital Games for Science Learning. International Journal of STEM Education, 2(1), 1–21. https://doi.org/10.1186/s40594-014-0014-4

Duschl, R. A. (2008). Science education in three-part harmony: balancing conceptual, epistemic and social learning goals. Review of Research in Education, 32(1), 268–291. http://doi.org/10.3102/0091732X07309371

Ferraz, A. T., & Sasseron, L. H. (2017). Espaço interativo de argumentação colaborativa: condições criadas pelo professor para promover a argumentação em aulas investigativas. Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências, 19(1), 1–25. https://doi.org/10.1590/1983-21172017190117

Gil-Pérez, D., Montoro, I. F., Alís, J. C., Cachapuz, A., & Praia, J. (2001). Para uma imagem não deformada do trabalho científico. Ciência & Educação, 7(2), 125–153. https://doi.org/10.1590/S1516-73132001000200001

Goto, T., Nakanishi, K., & Kano, K. (2018). A large-scale longitudinal survey of participation in scientific events with a focus on students’ learning motivation for science: Antecedents and consequences. Learning and Individual Differences, 61, 181–187. https://doi.org/10.1016/j.lindif.2017.12.005

Jiménez-Aleixandre, M. P., & Brocos, P. (2015). Desafios Metodológicos na pesquisa da argumentação em Ensino de Ciências. Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências, 17(spe), 139–159. https://doi.org/10.1590/1983-2117201517s08

Jiménez-Aleixandre, M. P., Mortimer, E. F., Silva, A. C. T., & Bustamante, J. D. (2008). Epistemic practices: an analytical framework for science classrooms. Annual Meeting of American Educational Research Association (AERA), New York, USA.

Justi, R. (2015). Relações entre argumentação e modelagem no contexto da Ciência e do Ensino de Ciências. Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências, 17(spe), 31–48. https://doi.org/10.1590/1983-2117201517s03

Kasseboehmer, A. C., & Ferreira, L. H. (2013). Elaboração de hipóteses em atividades investigativas em aulas teóricas de Química por estudantes do ensino médio. Química Nova na Escola, 35(3), 158–165. http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc35_3/04-RSA-15-12.pdf

Kelly, G. J. (2008). Inquiry, Activity and Epistemic Practice. In R. A. Duschl, & R. E. Grandy (Orgs.), Teaching Scientific Inquiry. Recommendations for Research and Implementation (pp. 99–117). Sense Publishers.

Kelly, G. J., & Licona, P. (2018). Epistemic Practices and Science Education. In M. R. Matthews (Org.), History, Philosophy and Science Teaching (pp. 139–165). Springer.

Kitaoka, K. (2019). [北岡和樹] 授業実践報告「電気」~静電振り子のメカニズムの解明~ [Jugyō jissen hōkoku ‘denki’: seiden furiko no mekanizumu no kaimei]. 物理教育通信 [Butsuri kyōiku tsūshin], 174, 108–114. https://www.jstage.jst.go.jp/article/apej/174/0/174_108/_pdf/-char/ja

Marconi, M. A., & Lakatos, E. M. (2003). Fundamentos de metodologia científica. Atlas.

Medeiros, J. G. T. (2019). Explicações científicas escolares para o conceito de densidade a partir de atividades baseadas na POE (Previsão, Observação e Explicação) (Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Rio Grande do Norte). Repositório Institucional da UFRN. https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/27518

Ministério da Educação (2000). Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino médio). http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencian.pdf

Ministério da Educação (2018). Base Nacional Comum Curricular: Educação é a Base. http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/

Mortimer, E. F., & Amaral, L. O. F. (1998). Quanto mais quente melhor: Calor e temperatura no ensino de termoquímica. Química Nova na Escola, (7), 30–34. http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc07/aluno.pdf

Nascimento. E. D. O., Silva, A. C. T., & França, E. C. M. (20–22 de Setembro, 2012). Práticas Epistêmicas e Movimentos Epistêmicos: importância de cada categoria, relacionando-as em uma atividade investigativa de ciências. VI Colóquio Internacional “Educação e Contemporaneidade”, São Cristovão, Sergipe. https://ri.ufs.br/bitstream/riufs/661/1/PraticasEpistemicasMovimentos.pdf

Nunes, T. S. (2016). Características das hipóteses em sequências didáticas investigativas (Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo, São Paulo). Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP. https://doi.org/10.11606/D.81.2017.tde-29032017-172339

Nunes, T. S., & Motokane, M. T. (24–27 de Novembro, 2015). Características das hipóteses em sequências didáticas investigativas. X Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências (ENPEC), Águas de Lindoia, São Paulo.

Praia, J., Cachapuz, A., & Gil-Pérez, D. (2002). A hipótese e a experiência científica em educação em ciência: Contributos para uma reorientação epistemológica. Ciência & Educação, 8(2), 253–262. https://doi.org/10.1590/S1516-73132002000200009

Quadros, A. L., Lobato, A. C., Buccini, D. M., Lélis, I. S. S., Freitas, M. L., & Carmo, N. H. S. (2015). A construção de significados em Química: A interpretação de experimentos por meio de uso de discurso dialógico. Química Nova na Escola, 37(3), 204–213. http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc37_3/08-RSA-26-13.pdf

Ratz, S. V. S. & Motokane, M. T. (2016). A construção dos dados de argumentos em uma Sequência Didática Investigativa em Ecologia. Ciência & Educação, 22(4), 951–973. https://doi.org/10.1590/1516-731320160040008

Rosa, P. R. S. (2000). O uso dos recursos audiovisuais e o Ensino de Ciências. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 17(1), 33–49. https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/6784/6249

Santini, J., Bloor, T., & Sensevy, G. (2018). Modeling Conceptualization and Investigating Teaching Effectiveness: A Comparative Case Study of Earthquakes Studied in Classroom Practice and in Science. Science & Education, 27(9–10), 921–961. https://doi.org/10.1007/s11191-018-0016-6

Santos, P. C., & Arroio, A. (21–24 de Julho, 2008). Análise dos trabalhos apresentados nos ENPECs de 1997 a 2005 onde são abordados o uso do audiovisual no ensino de Química. XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (ENEQ), Curitiba, Paraná.

Santos, V. G., & Galembeck, E. (2018). Sequência Didática com Enfoque Investigativo: Alterações Significativas na Elaboração de Hipóteses e Estruturação de Perguntas Realizadas por Alunos do Ensino Fundamental I. Revista Brasileira De Pesquisa Em Educação Em Ciências, 18(3), 879–904. https://doi.org/10.28976/1984-2686rbpec2018183879

Sasseron, L. H., & Carvalho, A. M. P. (2011). Alfabetização científica: uma revisão bibliográfica. Investigações em Ensino de Ciências, 16(1), 59–77. https://www.if.ufrgs.br/cref/ojs/index.php/ienci/article/view/246/

Sasseron, L. H., & Duschl, R. A. (2016). Ensino de Ciências e as práticas epistêmicas: o papel do professor e o engajamento dos estudantes. Investigações em Ensino de Ciências, 21(2), 52–67. https://www.if.ufrgs.br/cref/ojs/index.php/ienci/article/view/19

Scarpa, D. L. (2015). O Papel da Argumentação no Ensino de Ciências: lições de um workshop. Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências, 17(spe), 15–30. https://doi.org/10.1590/1983-2117201517s02

Silva, A. C. T. (2008). Estratégias enunciativas em salas de aula de química: Contrastando professores de estilos diferentes (Tese de Doutorado, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais). Repositório Institucional da UFMG. https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/FAEC-84KND6

Silva, A. C. T. (2015). Interações discursivas e práticas epistêmicas em salas de aula de ciências. Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências, 17(spe), 69–96. https://doi.org/10.1590/1983-2117201517s05

Silva, E. P. C., Franco, L. G., & Matos, S. A. (25–29 de Janeiro, 2021). Análise de práticas epistêmicas em uma sequência didática sobre o sistema respiratório. VIII Encontro Nacional de Ensino de Biologia (ENEBIO), Fortaleza, Ceará.

Silva, M. B., & Trivelato, S. L. F. (2017). A mobilização do conhecimento teórico e empírico na produção de explicações e argumentos numa atividade investigativa de Biologia. Investigações em Ensino de Ciências, 22(2), 139–153. https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2017v22n2p139

Silva, M. B. (2015). A construção de inscrições e seu uso no processo argumentativo em uma atividade investigativa de biologia (Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo, São Paulo). Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP. https://doi.org/10.11606/T.48.2015.tde-20052015-100507

Stroupe, D., Caballero, M. D., & White, P. (2018). Fostering students’ epistemic agency through the co-configuration of moth research. Science Education, 102(6), 1176–1200. https://doi.org/10.1002/sce.21469

Trivelato, S. L. F., & Tonidandel, S. M. R. (2015). Ensino por investigação: eixos organizadores para sequências de ensino de biologia. Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências, 17(spe), 97–114. https://doi.org/10.1590/1983-2117201517s06

Vigotski, L. S. (2009). A construção do pensamento e linguagem. Martins Fontes.

Publicado

2022-12-15

Número

Sección

Artigos

Cómo citar

Práticas Epistêmicas no Ensino Remoto Emergencial: Desenvolvendo o Conhecimento Conceitual no Estudo da Chama. (2022). Revista Brasileira De Pesquisa Em Educação Em Ciências, e39364, 1-27. https://doi.org/10.28976/1984-2686rbpec2022u13871413

Artículos más leídos del mismo autor/a