Temática Agrotóxico na Prática Pedagógica de Professoras de Ciências: Das Compreensões às Possibilidades de Intervenção
DOI:
https://doi.org/10.28976/1984-2686rbpec2020u13071337Palabras clave:
Abordagem de temas, Agrotóxicos, Ensino de Ciências, Formação de professoresResumen
Este trabalho, de cunho qualitativo, é um recorte de uma pesquisa mais ampla, em nível de mestrado, que tem como objetivo analisar a compreensão de professoras de Ciências sobre a abordagem do tema agrotóxico em aula e pensar possibilidades de contribuir para um ensino de Ciências que problematize questões locais. Contou com a participação de onze dos doze professores de Ciências da rede de ensino municipal de Dom Pedrito, interior do Rio Grande do Sul. O instrumento de obtenção de dados utilizado foi um roteiro de entrevista semiestruturada. A partir da análise textual discursiva, foi possível identificar compreensões favoráveis à abordagem de questões sobre o contexto, mesmo as professoras não percebendo a potencialidade dos temas para uma formação crítica. Em alguma medida, o tema agrotóxico é abordado em aula pelas docentes, em uma perspectiva conceitual, como um exemplo que ilustra conteúdos tradicionalmente trabalhados pelos programas escolares. Assim, demonstra-se, neste artigo, em formato de ensaio teórico prático, uma possibilidade de romper com a ideia de cumprir o currículo escolar tradicional de forma linear. Argumenta-se também a respeito da necessidade de pensar-se e desenvolver-se formação docente em lócus de trabalho, bem como sobre a pertinência de abordar o tema agrotóxico devido às discussões sobre questões socioambientais, políticas, econômicas e de saúde coletiva.
Descargas
Citas
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2016). Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos: Relatório de atividades. https://goo.gl/cRDJ9i
Almeida, E. S. (2018). A Investigação temática na perspectiva da articulação Freire-CTS. (Dissertação de Mestrado em Educação em Ciências). Universidade Estadual de Santa Cruz. Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências, Ilhéus.
Alves, A. H. B., & Silva, A. F. G. (2015). Manifestações de Obstáculos Gnosiológicos para a Seleção de Conteúdos na Implementação de um Currículo Crítico em Ciências Naturais. Alexandria Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, 8(1), 181–207.
Auler, D. (2002). Interações entre ciência-tecnologia-sociedade no contexto da formação de professores de ciências. (Tese de Doutorado em Educação: Ensino de Ciências Naturais) Centro de Ciências da Educação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
Auler, D., & Delizoicov, D. (2006). Educação CTS: Articulação entre pressupostos do educador Paulo Freire e referenciais ligados ao movimento CTS. In A. B. Lópes, V-B. Peinado, M. J. Lópes, M. T. P. Ruz (Org.), Las Relaciones CTS en la Educación Científica. (p. 01–07). Editora da Universidade de Málaga.
Auler, D., Dalmolin, A. M. T., & Fenalti, V. S. (2009). Abordagem Temática: natureza dos temas em Freire e no enfoque CTS. ALEXANDRIA: Revista de Educação em Ciência e Tecnologia. 2(1), 67–84.
Auler, D. (2018). Cuidado! Um cavalo viciado tende a voltar para o mesmo lugar. 1. ed. Appris.
Bbc. (2016). ‘Epidemia de câncer’? Alto índice de agricultores gaúchos doentes põe agrotóxicos em xeque. http://glo.bo/2bdFSrc
Botega, M. P. (2011). O jovem como multiplicador das Boas Práticas Agrícolas no município de Agudo, RS, Brasil. (Dissertação de Mestrado em Educação em Ciências). Universidade Federal de Santa Maria. Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde, Santa Maria.
Buffolo, A. C. C., & Rodrigues, M. A. (2015). Agrotóxicos: Uma proposta socioambiental reflexiva no ensino de química sob a perspectiva CTS. Investigações em Ensino de Ciências, 20(1), 1–14.
Carnevalle, M. R. (2014). Projeto Araribá – Ciências, 6º ano. 4. ed. Moderna.
Centa, F. G., & Muenchen, C. (2016). O Despertar para uma Cultura de Participação no Trabalho com um Tema Gerador. Alexandria: Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, 9(1), 263–291.
Chrispino, A. (2017). Introdução aos enfoques CTS – Ciência, Tecnologia e Sociedade – na educação e no ensino. Documentos de trabajo de iberciencia, 4.
Chizzotti, A. (2010). Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. 11 ed. Cortez.
Coelho, J. C. (2005). A Chuva Ácida na Perspectiva de Tema Social: Um Estudo com Professores de Química em Criciúma (SC). (Dissertação de Mestrado em Educação Científica e Tecnológica). Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, Santa Catarina.
Costa, C. C. (2017). Custo e benefícios do uso da pulverização aérea de agrotóxicos na agricultura. Embrapa Instrumentação.
Delizoicov, D., Angotti, J. A., & Pernambuco, M. M. (2011). Ensino de Ciências: Fundamentos e Métodos. Cortez.
Fernandes, C. S., & Stuani, G. M. (2015). Agrotóxicos no Ensino de Ciências: Uma pesquisa na educação do campo. Educação & Realidade, 40(3), 745–762.
Ferreira, M. V., Muenchen, C., & Auler, D. (2019). Desafios e potencialidades em intervenções curriculares na perspectiva da abordagem temática. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências (Belo Horizonte), 21, e10499. Epub April 25, 2019. https://doi.org/10.1590/1983-21172019210108
Fonseca, E. M., Duso, L., & Hoffmann, M. B. (2017). Discutindo a temática agrotóxicos: Uma abordagem por meio das controvérsias sociocientíficas. Rev. Bras. Educ. Camp., 2(3), 881–898.
Fonseca, E. M., Lindemann, R. H., & Duso, L. (2018). A discussão da abordagem temática: estado do conhecimento no ensino de ciências. Tear: Revista de Educação Ciência e Tecnologia, Canoas, 7(2). https://doi.org/10.35819/tear.v7.n2.a3214
Fonseca, E. M. (2019). Abordagem de temas no ensino de ciências: Reflexões para processos formativos de professores. (Dissertação de Mestrado em Ensino). Universidade Federal do Pampa. Programa de Pós-graduação em Ensino, Bagé.
Freire, P. (2001). Conscientização: Teoria e prática da libertação: Uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. Centauro.
Freire, P. (2013). Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 46 ed. Paz e Terra.
Freire, P. (2016). Pedagogia do Oprimido. 60ª ed. Paz e Terra.
Gonçalves, F. J. F. (2008). Ações educativas participativas para os atores da reciclagem: Uma Abordagem CTS. (Dissertação de Mestrado em Educação Científica e Tecnológica). Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, Florianópolis.
Ilha, G. C., & Muenchen, C. (2016). Ciência, Tecnologia e Sociedade a partir das concepções dos alunos de um curso superior de tecnologia. Vivências, 12(23), 50–59.
Jornal da cidade. (2008). Agrotóxicos oferecem mais vantagens do que riscos, afirmam especialistas. Abanorte. encurtador.com.br/akzRY
Jornal folha do sul. (2016). Ibama e Seapi embargam lavouras de soja por uso de agrotóxico proibido em Dom Pedrito. encurtador.com.br/qtASW
Lambach, M. (2013). Formação Permanente de Professores de Química da EJA na Perspectiva Dialógico-Problematizadora Freireana. (Tese de Doutorado em Educação Científica e Tecnológica). Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, Florianópolis.
Lopes, S. (2015). Investigar e conhecer: Ciências da Natureza, 6º ano. 1. ed. Saraiva.
Lopes, N. C., & Carvalho, W. L. P. de. (2012). Agrotóxicos — toxidade versus custos: uma experiência de formação de professores com as questões sociocientíficas no Ensino de Ciências. Amazônia – Revista de Educação em Ciências e Matemáticas, 9(17), p. 27–48.
Machado, P. P., Oliveira, N. R. F., & Mendes, A. N. (2016). O indigesto sistema do alimento mercadoria. Saúde Sociedade, 25(2), 505–515.
Minayo, M. C. S. (2006). O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 9ª ed. rev. e aprimorada. Hucitec.
Moraes, R., & Galiazzi, M. C. (2016). Análise textual discursiva. 3. ed. Unijuí.
Muenchen, C., & Auler, D. (2007). Configurações curriculares mediante o enfoque CTS: Desafios a serem enfrentados na educação de jovens e adultos. Ciência & Educação, 13(3), 421–434.
Muenchen, C., & Delizoicov, D. (2012). A construção de um processo didático-pedagógico dialógico: Aspectos epistemológicos. Revista Ensaio, 14(3), 199–215.
Pernambuco, M. M. C. A. (1993). Quando a troca se estabelece – a relação dialógica. In N. Pontuschka (Org.), Ousadia no diálogo – Interdisciplinaridade na escola pública (pp. 19–36). Edições Loyola.
Qwerty. (2017). Agrotóxico aplicado em lavoura seria causa de mal estar em moradores na rua Raul Pila; fato foi registrado na delegacia. encurtador.com.br/mXZ19
Rigotto, R. M., & Rosa, S. F. (2012). Agrotóxicos. In R. Caldart, I. B. Pereira, P. Aletejano, & G. Frigotto. (Org.), Dicionário de Educação do Campo (pp. 86–94). Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Expressão Popular.
Rocha, A. L. F. da. (2013). A possibilidade de uma abordagem crítica no Ensino de Zoologia: das situações-limite à práxis pedagógica. (Dissertação de Mestrado em Educação Científica e Tecnológica). Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, Florianópolis.
Rosa, S. E., & Auler, D. (2016). Não Neutralidade da Ciência-Tecnologia: Problematizando Silenciamentos em Práticas Educativas CTS. Alexandria: Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, 9(2), 203–231.
Roso, C. C., Santos, R. A., Rosa, S. E., & Auler, D. (2015). Currículo temático fundamentado em Freire-CTS: engajamento de professores de física em formação inicial. Revista Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências, 17(2), 372–389.
Rozemberg, B., & Peres, F. (2003). Reflexões sobre a educação relacionada aos agrotóxicos em comunidades rurais. In F. Peres, & J. C. Moreira (Org.), É veneno ou é remédio? Agrotóxicos, saúde e ambiente (pp. 367–372). Editora FIOCRUZ.
Serviço de apoio às micro e pequenas empresas do Rio Grande do Sul. (2019). Perfil das cidades gaúchas - Dom Pedrito. https://datasebrae.com.br/municipios/rs/Perfil_Cidades_Gauchas-Dom_Pedrito.pdf
Silva, R. M. da S., & Gehlen, S. T. (2016). Investigação temática na formação de professores de ciências em Pau Brasil-BA: Compreensões acerca de um tema gerador. Revista Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências, 18(2), 147–169.
Sousa, P. S. de, Bastos, A. P. S., & Figueiredo, P. S. de. (2016). Tema Gerador e a Relação Universidade-Escola: Percepções de Professoras de Ciências de uma Escola Pública em Ilhéus- BA. ALEXANDRIA Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, 9(1), 3–29.
Sousa, P. S., & Gorri, A. P. (2019). Agrotóxicos no Brasil: Uma Visão Relacional a Partir da Articulação Freire-CTS. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, 19, 399–422.
Stuani, G. M. (2016). Abordagem temática freireana: uma concepção de formação permanente dos professores de Ciências. (Tese de Doutorado em Educação Científica e Tecnológica). Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, Florianópolis.
Watanabe-caramello, G., & Strieder, R. B. (2011). Elementos para desenvolver abordagens temáticas na perspectiva socioambiental complexa e reflexiva. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, 10(3), 587–608.
Zappe, J. A. (2011). Agrotóxicos no contexto químico e social. (Dissertação de Mestrado em Educação em Ciências). Universidade Federal de Santa Maria. Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências: Química da vida e saúde, Santa Maria.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 Eril Medeiros da Fonseca, Renata Hernandez Lindemann
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Os autores são responsáveis pela veracidade das informações prestadas e pelo conteúdo dos artigos.
Os autores que publicam neste periódico concordam plenamente com os seguintes termos:
- Os autores atestam que a contribuição é inédita, isto é, não foi publicada em outro periódico, atas de eventos ou equivalente.
- Os autores atestam que não submeteram a contribuição simultaneamente a outro periódico.
- Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à RPBEC o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial neste periódico.
- Os autores atestam que possuem os direitos autorais ou a autorização escrita de uso por parte dos detentores dos direitos autorais de figuras, tabelas, textos amplos etc. que forem incluídos no trabalho.
- Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (por exemplo, publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (por exemplo, em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após a publicação visando aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
Em caso de identificação de plágio, republicação indevida e submissão simultânea, os autores autorizam a Editoria a tornar público o evento, informando a ocorrência aos editores dos periódicos envolvidos, aos eventuais autores plagiados e às suas instituições de origem.
