A influência das ditaduras militares no ensino universitário
o olhar da professora Elisa Lucarelli
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-5864.2024.54815Palavras-chave:
ditadura militar, ensino superior, formação docenteResumo
O presente artigo apresenta uma entrevista a Elisa Lucarelli, doutora e professora titular, atualmente aposentada, do Departamento de Ciências da Educação da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires. Tem como objetivo compreender os impactos da ditadura militar na prática docente no ensino superior argentino e seus desdobramentos até os dias de hoje. A pesquisa educacional contemporânea enfrenta o desafio do presentismo, uma visão que valoriza apenas o presente como momento de estudo. Contrapondo essa visão, a perspectiva histórica é importante para entender o desenvolvimento do ensino universitário ao longo do tempo. Examinar a história das universidades inclui analisar sua organização, cultura acadêmica, políticas de financiamento e admissão, bem como as mudanças e continuidades nos grupos que compõem essas instituições. Ao lembrar os 60 anos do golpe de Estado no Brasil, é importante entender outros contextos ditatoriais e sua influência na prática pedagógica no ensino universitário em outros países da América do Sul. A entrevista foi realizada, a partir de um roteiro semiestruturado, no dia 22 de julho de 2024, em formato on-line pelo Google Meet. Foi possível obter um relato detalhado da história argentina e a influência dos regimes ditatoriais na trajetória acadêmica da entrevistada. Elisa destaca que as políticas educacionais devem surgir dos próprios educadores, superando uma abordagem técnica em favor de uma perspectiva crítica que considere as práticas e experiências dos docentes. A formação docente deve respeitar as particularidades de cada disciplina. A assessoria pedagógica é vista como essencial, com uma função acadêmica abrangente, integrando profissionais de diversas especialidades. Para a entrevistada, é importante analisar cada instituição de forma individual, evitando a simples replicação de modelos de outros contextos, com foco nas características gerais do cenário educacional.
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