Tempo, memória e esquecimento no discurso de Dança
Memórias para um menino do ano dois mil (2023) e uma insurgência pós-selfie
DOI:
https://doi.org/10.35699/2238-2046.2025.51511Palavras-chave:
Dança, Memória, Arquivo, Poética, CriaçãoResumo
O presente estudo pretende atualizar algumas ideias relativas ao assunto da memória em Dança, relacionando-o com discussões sobre a produção de arquivos de si em imagens no contexto digital. Para isso, analisou-se o espetáculo de dança Memórias para um menino do ano 2000 (2023), estreado em dezembro, no Teatro Victorio Faccin, em Santa Maria/RS. Tendo como start a referida obra cênica, pelo emaranhado dramatúrgico apresentado, acolhe-se uma perspectiva metodológica pautada na dissecação de seus elementos estéticos, poéticos e conceituais para alçá-los em uma discussão contemporânea sobre a memória e a produção de arquivos digitais. O texto assume um caráter ensaístico tramado pelo assunto tempo, que, por sua vez, evoca a memória, o esquecimento e outras perspectivas arquivais. Considera-se o termo selfie como sintomático/indicativo da produção de imagens de si para então deflagrar uma insurgência pós-selfie como estratégia de enfrentamento e composição de futuros possíveis.
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