Fantasias coloridas de destruição

Autores

Palavras-chave:

Cinema, Nazismo, Holocausto

Resumo

O filme em cores no ‘Terceiro Reich’ foi obtido através de processos químicos desenvolvidos pelos técnicos da IG-Farben, a mesma indústria que fornecia o gás Zyklon B para os campos de extermínio. A melhoria da cor no cinema alemão e o extermínio dos judeus nas câmaras de gás corriam paralelamente, em aperfeiçoamentos contínuos, dentro de um sistema totalitário, no qual cultura e barbárie tornavam-se indissociáveis. A aliança entre a arte e o crime não podia deixar de refletir-se no próprio imaginário produzido. Antissemita desde as bases biológicas de seu modo de produção, o cinema nazista criou reveladoras fantasias de destruição.

Biografia do Autor

LUIZ NAZARIO, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Brasil

Luiz Nazario é doutor em História Social pela Universidade de São Paulo, com a tese: Imaginários da destruição: O papel da imagem na preparação do Holocausto (1994). Desde 1997 é Professor (Associado IV) de História do Cinema da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais e, desde 2002, Pesquisador Bolsista do CNPq (PQ1-B). Publicou 19 livros, 26 capítulos de livros, 98 artigos em periódicos especializados e 12 trabalhos em anais de eventos no Brasil e no exterior.

Referências

ABBOT, John. Kolberg. The Apotheosis of Nazi Cinema. Encarte do DVD Kolberg.Chicago: Interntional Historic Films, 2004.

ALT, Dirk. “Der Farbfilm marchiert”! Frühe Farbfilmverfahren und N.S. Propaganda 1933-1945. München: Belleville, 2011.

BARKHAUSEN, Hans. Filmpropaganda für Deutschland im Ersten und Zweiten Weltkrieg. Hildesheim: Olms Presse, 1982.

CADARS, Pierre; COURTADE, Francis. Histoire du cinéma nazi. Prefácio de Raymond Borde. Paris: Le Terrain Vague, 1972.

COMITÊ INTERALIADO DO BRASIL. A verdade sobre as atrocidades do Eixo, 1945.

DE-NUR, Yehiel. Planet Auschwitz. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=o0T9tZiKYl44>. Acesso em 18/05/2015.

ESPAÑA, Rafael de. El cine de Goebbels. Barcelona: Editorial Ariel, 2000.

FRAENKEL, Heinrich; MANVELL, Roger. Doutor Goebbels. Vida e morte. São Paulo: Madras Editora, 2012.

GOEBBELS, Joseph. Diário. 1942-1943. Rio de Janeiro: Editora A Noite, s/d.

GOEBBELS, Joseph. Tagebücher. Band 4: 1940-1942. Herausgegeben von Ralph George Reuth. München: Serie Piper, 1992.

GRAF, Dominik. Opfergag. Carte Blanche. Deutsches Filminstitut. Disponível em: http://deutsches-filminstitut.de/blog/carte-blanche-dominik-graf. Acesso em 16/08/2016.

GREGOR, Ulrich; PATALAS, Enno. Geschichte des modernen Films. Güttersloh: Bertelsmann, s/d.

HARLAN, Veit. “Farbfilm”, in KOSHOFER, Gert. Color. Die Farben des Films. Berlin: Spiess, 1988.

HARLAN, Veit. Souvenirs, ou le cinéma allemand selon Goebbels. Paris: Éditions FranceEmpire, 1974.

HILBERG, Raul. A destruição dos judeus europeus, 2 vols. Barueri: Amarilys, 2016.

HITLER, Adolf. Hitler Speech in Sportpalais, Berlin, January 30, 1942. Neues Europa. Disponível em: http://www.der-fuehrer.org/reden/english/42-01-30.htm. Acesso em 16/06/2016.

HULL, David Stewart. Film in the Third Reich. A Study of the German Cinema 1933-1945. Berkeley: University of California Press, 1969.

KLATT, Oliver. Hitlers Disney. Der Spiegel, 25.04.2013. Disponível em: http://www.spiegel. de/einestages/hans-fischerkoesen-der-walt-disney-deutschlands-a-951106.html. Acesso em 16/08/2016.

LACQUEUR, Walter. O terrível segredo. A verdade sobre a manipulação de informações na “Solução Final” de Hitler. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981.

LACQUEUR, Walter; BREITMAN, Richard. O herói solitário [Breaking the silence]. São Paulo: Best Seller, 1987.

MARCORELLES, Louis. The Nazi Cinema. Sight and Sound, v. 25, n. 4, London, outono 1955.

MAREK, Michael. 1943: Estréia do “Barão de Münchhausen”. Calendário Histórico. Deutsche Welle. Em: http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,780978,00.html. Acesso em 16/08/2016.

OVEN, Wilfred. Quién era Goebbels? Uma biografia de cerca. Buenos Aires: Editorial Revision, 1988.

VIDAL-NAQUET, Pierre. Os assassinos da memória. “Um Eichmann de papel” e outros ensaios sobre o revisionismo. Tradução de Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1988.

VIRILIO, Paul. Guerre et cinéma I. Logistique de la percéption. Paris: Cahiers du Cinéma, 1984.

WEGENAST, Ulrich (org.). DVD Animation in der Nazizeit. Coleção Geschichte des Deutschen Animationsfilms. Der Filmverlag der Spezialisten: Berlin, 2011.

Downloads

Publicado

2016-11-01

Como Citar

NAZARIO, L. Fantasias coloridas de destruição. PÓS: Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG, Belo Horizonte, p. 175–197, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistapos/article/view/15746. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos - Seção temática