“PALAVRÃO É O QUE NÃO TEM NO CORPO DE DEUS”: UM ESTUDO DO OBSCENO INFANTIL
Palavras-chave:
cultura infantil, folclore infantil, obsceno infantilResumo
Este artigo contempla o chamado obsceno infantil, um conjunto de brincadeiras, rimas,
desenhos, palavras e gestos compartilhados pelas crianças que pode ser qualificado como obsceno,
constituindo uma das expressões da cultura infantil. A partir do levantamento da produção bibliográfica
sobre a temática, no campo do folclore infantil, da sociologia da infância e de estudos psicolinguísticos,
busca-se apreender as manifestações do obsceno infantil, através de observação, em uma sala de aula,
de crianças entre 6 e 7 anos, numa escola particular de classe média urbana. Nesse contexto, verificouse uma presença rarefeita do obsceno infantil, expresso num diálogo desenvolvido pelas crianças e
mediado pela professora, sobre os significados do palavrão, analisado neste trabalho. O diálogo
demonstrou que, a partir de seus fragmentos, as crianças buscaram compreender o que define o
palavrão, seus usos e as razões de sua interdição. Evidenciou-se também a singularidade do olhar das
crianças observadas sobre o tema, definida pelo pertencimento sociocultural desse grupo.
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